segunda-feira, 22 de março de 2010

Previsões de 1950 para o ano 2000

Entendo que esse texto fuja um pouco da temática de nosso blog. No entanto, não pude resistir ao me deparar com um texto de 1950 sobre as previsões para o ano 2000. E não é que acertaram algumas coisas?

Clique na figura para ler algumas dessas previsões!

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Palestra Lia Salgado

Enquanto não escrevo novas dicas, resolvi postar uma palestra de Lia Salgado. Divorciada e com quatro filhos, ela nos conta sua trajetória rumo ao cargo de Fiscal de Rendas do município do Rio de Janeiro.

Escute já a palestra




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Veja a entrevista de Lia no site ponto dos concursos

Conheça o site de Lia Salgado: http://www.comovencer.com.br/

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domingo, 14 de março de 2010

Metodo de Harry Lorayne - Baralhos

Muitos dos grandes atletas de memória são mágicos. Houdini em suas apresentações costumava pedir para sua platéia levar objetos para serem utilizados em um número muito interessante. As pessoas colocavam todos os objetos sobre uma mesa. Após todos os objetos estarem sobre a mesa, Houdini cobria a mesa com um pano e dizia a localização exata de todos os objetos. Provavelmente o grande mágico criou vínculos mentais entre as diversas partes da mesa e os objetos.


Essa “mágica” é a prova de que para memorizarmos alguma coisa, essa coisa deve ter algum sentido para nós. Algo semelhante será feito sobre o baralho. Mesmo que você não goste de jogar, memorizar cartas de um baralho é um excelente exercício para a memória treinada.

Por que é dificil memorizar as cartas de um baralho? Simples. Elas não significam nada para nós. Antes de aprendermos a memorizarmos as cartas, iremos criar imagens substitutivas para cada uma, utilizando o método de Harry Lorayne.

HARRY LORAYNE

Harry Lorayne, um dos pioneiros em performances mnemônicas, criou um método bem singular para memorizar as cartas. Ele criou um método de substituição em que cada carta se transformava em uma palavra, de acordo com o alfabeto fonético. Esses objetos substitutivos teriam iniciais de acordo com o naipe.

PAUS – Todas as cartas no naipe de paus começarão pela consoante P.
ESPADAS – A letra T parece uma espada fincada no chão. Assim, todas as cartas do naipe de espadas começarão pela letra T.
COPAS – Todas as cartas do naipe de copas começarão pela letra C.
OUROS – Todas as cartas de ouros começarão pela letra S.

A segunda consoante de cada gancho do baralho designará o número da carta. Assim, a carta ás de paus será substituída pelo gancho PEITO. Onde o P corresponde ao naipe e o T corresponde ao número 1 (ás). O único problema que surge é a família real.

Vamos supor que desejamos memorizar a carta rei de paus. A palavra que substituiria essa carta teria que começar pela letra P e teria ainda as consoantes T e M (relativas ao número 13 que corresponderia ao rei). Dificílimo criar esse gancho hein? Para resolver esse impasse, aplicaremos algumas restrições ao uso do alfabeto fonético para a criação dos ganchos do baralho para cartas maiores que 9.

ÁS –T apenas

2 – N ou NH

3 – M

4 – RR apenas

5 – L ou LH

6 – X, CH, J ou G fraco

7 – C forte ou G forte

8 – F apenas

9 – P ou B

A partir desse ponto faremos uma adaptação do alfabeto fonético. Isso porque as cartas de número 10, 11 (valete), 12 (dama) e 13 (rei) teriam que ter duas consoantes além da consoante que designa o naipe.

10 – Como se torna difícil inserir duas consoantes para criar imagem do baralho, usaremos apenas os sons correspondentes ao 0; S, Z, Ç, XC

Valete – Para resolver o problema do valete, usaremos a consoante V para corresponder a carta valete. O motivo dessa escolha é óbvio: V é a letra que inicia a palavra valete. Agora você entende por que eu EXCLUI o V das cartas de número 8. Iríamos nos confundir.

Dama – Para podermos seguir com o mesmo raciocínio utilizado no valete, EXCLUI o D do ás. Assim, utilizaremos o D apenas para as cartas correspondentes à Dama.

Rei – Exclui as palavras com apenas um R das cartas de número 4. Assim, as cartas que tiverem apenas 1 R corresponderão ao rei. As que tiverem RR corresponderão ao 4.

Mais uma vez deixo o jogo em suas mãos. É importante que você escolha suas próprias imagens.

Paus


Às de paus: Peito
2 de paus: Pino
3 de paus: Pomo
4 de paus: Porre
5 de paus: Pelé
6 de paus: Paxá
7 de paus: Paca
8 de paus: Pufe
9 de paus: Papai
10 de paus: Poço
Valete de paus: Povo
Dama de paus: Poda
Rei de paus: Pêra   

Copas

Às de copas: Cutia
2 de copas: Cone
3 de copas: Cama
4 de copas: Carro
5 de copas: Cola
6 de copas: Coxa
7 de copas: Coca
8 de copas: Café
9 de copas: Copa
10 de copas: Casa
Valete de copas: Cova
Dama de copas: Corda*
Rei de copas: Cara   

Espadas

Às de espadas: Tatu
2 de espadas: Tainha
3 de espadas: Time
4 de espadas: Torre
5 de espadas: Talo
6 de espadas: Tocha
7 de espadas: Touca
8 de espadas: Tufo
9 de espadas: Tábua
10 de espadas: Taz
Valete de espadas: Tevê
Dama de espadas: Toda
Rei de espadas: Touro   
Ouros

Às de ouros: Seta
2 de ouros: Sino
3 de ouros: Sumô
4 de ouros: Serra
5 de ouros: Selo
6 de ouros: Soja
7 de ouros: Saco
8 de ouros: Sofá
9 de ouros: Sopa
10 de ouros: Saci
Valete de ouros: Seiva
Dama de ouros: Soda
Rei de ouros: Siri   

Você deve ter percebido que coloquei um * ao lado da dama de copas. Isso se deve ao fato de eu não ter encontrado nenhuma palavra que se ajustasse corretamente ao sistema. As exceções são fáceis de serem lembradas. Assim, não se preocupe com elas.

JORNADAS

Em seu livro “Como desenvolver uma memória super-poderosa”, Lorayne ensina a criar associações entre as imagens para baralho e as imagens fonéticas básicas, onde as imagens fonéticas diriam a posição das cartas. Se a primeira carta fosse o Ás de espadas, ele orienta que você imagine um tatu (tatu = às de espadas) pendurado em uma teia (palavra referente ao número 1). Se a segunda carta fosse o cinco de copas, você imaginaria que você estava colando (cola = 5 de paus) papéis utilizando um anão (palavra referente ao número 2) em vez de uma cola, e assim por diante.

Apesar desse método funcionar perfeitamente com Lorayne e alguns de seus seguidores, particularmente não acho interessante utilizar as palavras do sistema fonético como a única indexação para as cartas. O primeiro problema que surge é que com esse método, você não seria capaz de memorizar mais de dois baralhos visto que teria no máximo 111 posições para as cartas. O segundo problema é a confusão. Ao longo do seu treinamento, você já teria criado associações entre todas suas cartas de baralho e todas suas imagens para números, gerando muita confusão.

Adaptando Lorayne as jornadas

Assim como fizemos para memorizar números, basta que ao memorizar o baralho, você imagine cada carta interagindo em um local da sua jornada. Dessa forma, se a primeira carta a ser memorizada for o 6 de espadas, imagine uma tocha incendiando o seu primeiro ponto de referência, e assim por diante.

Leia também sobre o método das jornadas

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sábado, 6 de março de 2010

Efeitos dos contextos de aprendizagem

(Gostou do artigo? Detestou? Comente!!!)

Geralmente, ao lidarmos com técnicas de aprendizagem acelerada, existe uma preocupação com dois fatores básicos: o quê se aprende e como se aprende. Nesse artigo, trataremos de um terceiro fator, pouquíssimo abordado: o contexto de aprendizagem. O contexto de aprendizagem se refere às contingências e condições psicológicas em que a aprendizagem e evocação acontecem. Segundo pesquisas, existe uma forte relação entre o contexto de aprendizagem (aquisição da informação) e o contexto da evocação desse mesmo material. Um estudo1 identificou que informações aprendidas dentro d'água, em um traje de mergulho, eram evocadas mais facilmente dentro do mar e com o mesmo traje do que com outros trajes, fora d'água. Assim, de acordo com a lei do efeito do contexto, aquilo que é aprendido em determinado contexto, será evocado mais precisamente em um contexto similar do que em um contexto completamente diferente. De alguma forma, durante a aprendizagem, o contexto gera gatilhos da informação aprendida.
Imagino que ninguém tenha o interesse em aprender alguma coisa no fundo d'água, com traje de banho. No entanto, esse estudo traz uma importantes implicação para a criação de uma rotina de estudos: estudantes se lembram mais facilmente quando testados no mesmo ambiente em que estudaram. Com o objetivo de identificar o poder do contexto na aprendizagem, uma diferente pesquisa foi feita. Nessa pesquisa, os estudantes foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo memorizou diversas listas de palavras, cada qual em uma sala diferente. O segundo grupo, estudou as mesmas listas de palavras, mas todas na mesma sala. Quando os dois grupos foram testados em uma sala diferente, o primeiro grupo obteve um resultado mais satisfatório. A hipótese criada para explicar esse fenômeno foi a de que o primeiro grupo, após estudar em várias salas diferentes, criou uma maior variedade de gatilhos contextuais, promovendo uma maior flexibilidade durante a evocação. Assim, ao estudarem em diversos contextos diferentes, esses estudantes se tornaram menos dependentes do contexto de aprendizagem. 2

Como você pode usar os efeitos do contexto em suas sessões de estudo? Abaixo, listamos algumas possibilidades.3

a) Pratique no mesmo ambiente em que você será testado. Dessa maneira, durante o teste, você terá a sua disposição os mesmos gatilhos criados durante a sessão de aprendizagem. Por exemplo, é recomendado que estudantes tenham algumas sessões de estudo no mesmo ambiente em que ocorrerá a prova. Essas recomendações também são válidas em outros contextos de aprendizagem. Imagine que você precise fazer alguma apresentação para algum público (e.g., uma peça de teatro, declamação de poesias, discurso...). Nesses casos, ao ensaiar no mesmo local onde será realizada a apresentação, o processo de evocação é otimizado.

b) Quando não for possível usar a primeira estratégia, procure praticar em um ambiente o mais semelhante o possível ao ambiente em que será feito a prova. Por exemplo, se você for ensaiar uma aula expositiva, é melhor fazê-lo em uma sala de aula similar àquela onde você ministrará a aula. Ao ensaiar em uma sala semelhante, você gera gatilhos contextuais similares aos gatilhos que estarão presentes durante a aula propriamente dita.

c) Use o efeito do contexto durante sua prova. Se você tiver algum branco em determinada questão, feche os olhos e imagine que está no mesmo ambiente em que você estudou a informação que anda buscando. Dessa maneira, maiores são as chances de surgir algum gatilho que resolva seu problema.

d) Quando não souber as condições ambientes da prova, procure se imunizar em relação às mudanças contextuais. Ao praticar em diversos contextos diferentes, sua dependência em relação ao ambiente será bem menor.

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Será que existem pessoas com memória fraca?

(Gostou do artigo? Detestou? Comente!!!)

“Eu tenho péssima memória”. Provavelmente, você já ouviu essa frase milhares de vezes. Aliás, grandes são as chances de que você já tenha dito essa frase várias vezes. Ao reclamarem da própria memória, as pessoas cometem dois erros:
  • Elas têm a impressão de que a memória é uma coisa, ao contrário de um processo formado por diversos outros processos diferentes. Assim, essas pessoas ignoram que esquecer a localização das chaves do carro não é o mesmo que se esquecer uma fórmula matemática, sua própria data de nascimento ou até mesmo como se anda de bicicleta.

  • Elas acham que nasceram com péssima memória e que não existe nada que possa ser feito em relação a isso. Ao contrário do que se possa imaginar, até mesmo portadores de doenças degenerativas como o Alzheimer podem ser beneficiar de treinamento de memória.

Alguns livros populares de treinamento de memória, costumam afirmar que não existe memória fraca. Segundo esses livros, existiriam apenas memórias treinadas ou destreinadas. Esse pensamento não é completamente certo, visto que ele ignora a possibilidade de certas diferenças individuais no que concerne a habilidade de memória.

No entanto, apesar de existirem diferenças individuais no que tange a habilidade de memória em cada um de seus domínios, o treinamento é capaz de simplesmente aniquilar essas diferenças. Por exemplo, observe alguns recordes estabelecidos nos campeonatos de memória:

http://web.aanet.com.au/~memorysports/disciplines.php

Suponha que consigamos identificar o indivíduo com maior habilidade inata1 para a memorização de cartas de baralho e dígitos. Sem um treinamento específico, esse indivíduo dificilmente conseguiria bater esses recordes.

Vamos a um outro exemplo para ilustrarmos melhor isso. Suponha que você possui dois fichários para catalogação de fichas. Um deles possui capacidade de armazenamento de 1000 fichas e o outro, de 2000 fichas. À primeira vista, o fichário com 2000 fichas possui maior capacidade de armazenamento.

Imagine agora que as fichas no fichário de maior capacidade estão armazenadas de maneira completamente aleatória. Em contrapartida, todas as fichas do fichário de menor capacidade estão dispostas em ordem alfabética. Suponha que você precise buscar uma ficha específica em cada um desses fichários. Nesse caso, o fichário de apenas 1000 fichas será mais eficiente.

Independente do domínio de memória, nossa habilidade em lembrar-se depende mais da forma como essa informação é armazenada do que de nossa capacidade para armezenamento.

Assim, ainda que existam pessoas que possuam problemas em relação a memorização de algum tipo de informação, não podemos afirmar que elas possuem memória fraca. Na maioria dos casos, essas pessoas simplesmente não utilizam boas estratégias para armezenar determinado tipo de informação.

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