quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mapas do Direito

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Valéria Dell'Isola, primeira professora de Direito a utilizar mnemônica e mapas mentais em cursinhos preparatórios, acaba de um site com vários Mapas Mentais e Paródias Jurídicas GRATUITOS para download!

http://www.mapasdodireito.com.br

Cliquem lá e confiram!

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Autossabotagem - Parte 2

(Gostou do artigo? Detestou? Comente!!!)

Essa é a segunda parte de uma série de artigos sobre autossabotagem. Para ler o primeiro artigo, clique aqui.

Para algumas pessoas, fazer algum projeto no último minuto é o que elas precisam para terminá-lo em tempo recorde. Para essas pessoas, os últimos minutos do prazo parecem descarregar uma verdadeira injeção de adrenalina em seu sangue, tornando-as verdadeiras máquinas na execução de suas tarefas. O mais incrível é que essas pessoas acabam, por muitas vezes, por fazer um excelente trabalho: quem nunca se espantou com algum colega que fez algum artigo científico ou até mesmo um livro inteiro de altíssima qualidade e em tempo recorde? Talvez, até mesmo você já se viu às voltas com a motivação que o trabalho em última hora é capaz de lhe dar. Quem nunca se viu estudando alguma matéria com a qual teve pouquíssimo contato, das 21:00 às 05:00, para realizar uma prova sobre ela às 08:00 do mesmo dia?

No entanto, nem tudo são flores quando se trata de realizar atividades na última hora. Ao trabalhar na última hora (ou até mesmo na última semana ou mês, caso a atividade seja enorme como uma tese de mestrado ou escrever um livro), diversos problemas podem surgir. Por exemplo, imagine que nos últimos minutos de seu prazo você descobre um erro envolvendo o cerne de seu trabalho acadêmico ou artigo científico. Nesse caso, você estaria completamente impotente em relação à esse problema. À seguir, veja alguns problemas decorrentes do vício de última hora.


• Ao trabalhar com prazos muito curtos, você aumenta a probabilidade de cometer algum erro.
• Enquanto você trabalha em seu projeto, podem surgir imprevistos que diminuirão ainda mais seu tempo, prejudicando não apenas a qualidade do projeto, mas também a sua habilidade em lidar com esses possíveis imprevistos.
• Ao trabalhar com prazos muito curtos, você não terá tempo para corrigir seus erros ou, até mesmo, descobrí-los.


Prefere ganhar um ou dois doces?


Se você oferecer um doce para uma criança muito nova e disser: “Olha, posso te dar esse doce agora, mas se você esperar 15 minutos, lhe dou dois doces iguais a esse”. Parece estúpido, mas a criança escolherá receber o doce imediatamente, em vez de esperar 15 minutos para receber dois doces. Infelizmente, esse imediatismo não é exclusividade das crianças. Imagine que você está estudando para um concurso que nem teve seu edital publicado ainda. Durante sua sessão de estudos, o telefone toca: seu melhor amigo lhe chama para passar o final de semana no sítio. De maneira semelhante à da criança que prefere receber apenas um doce, você se autossabota: “Ah, mas o edital desse concurso nem saiu ainda! Ainda tenho muito tempo para estudar”. Ainda que passar no concurso seja sua prioridade, o prazo enorme lhe permite se autossabotar.

Dividir para conquistar

Uma estratégia eficiente para evitar a autossabotagem para projetos de prazo muito longo, é dividi-lo em pequenos projetos, com prazos arbitrários para a execução de cada um deles. Por exemplo, suponha que você pretende estudar Direito Constitucional, para obter uma base sólida em sua preparação. Estabelecer metas diárias envolvendo o material a ser estudado (páginas da apostila, capítulos, artigos...) é uma maneira eficiente de se evitar a autossabotagem. Além de evitar a autossabotagem, você também permite que o gradiente de meta atue em seus estudos.

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Autossabotagem - Parte 1

(Gostou do artigo? Deixe seu comentário! Quem sabe conseguimos criar um debate interessante sobre esse tema?

A autossabotagem é um dos maiores inimigos dos estudantes. Desse modo, resolvi criar uma série de postagens sobre esse tema. É incrível a habilidade que o ser humano possui em criar estratégias para se enganar. Ainda me lembro da minha habilidade em me autossabotar na época do colégio. Bastava um convite para algum passeio interessante para o processo de autossabotagem se iniciar. Apesar de precisar estudar no final de semana, facilmente eu me convencia de que poderia levar meus livros para esse passeio e estudar lá. No entanto, os livros nem ao menos saíam do carro! Mais uma vez, o processo de autossabotagem aconteceria: eu conseguia me convencer que, ao chegar do passeio, eu teria tempo de estudar. Ao chegar do passeio, bastante cansado, mais uma vez eu me autossabotava: “Ah, chego mais cedo no colégio para estudar”. Assim, o processo de autossabotagem ia se alongando até o momento de realizar a prova.

Reforçamento positivo contra a procrastinação


Quando nos deparamos com qualquer tarefa indesejável, ela geralmente concorre com diversas outras tarefas muito mais interessantes. Por exemplo, imagine que você deseja passar para algum cargo público. Ainda que existam motivações para que você estude, o estudo irá competir com diversas outras atividades, como por exemplo ver TV, fazer um lanchinho, ligar “rapidinho” para um(a) amigo(a), jogar videogame, dentre outros. Uma grande solução para essa disputa é simplesmente utilizar essas atividades como os reforçadores da própria tarefa indesejável (nesse caso, o estudar, mas poderia ser qualquer outra).

Fazendo sua lista de tarefas agradáveis

Nesse momento, coloque todas as tarefas que lhe impedem de executar as suas tarefas e que você tenha controle sobre elas. Por exemplo, se você possui filhos, possivelmente essa é uma atividade sobre a qual você não possui tanto controle. Em contrapartida, jogar videogame ou ligar para a namorada são tarefas sobre as quais você tem total controle (ou ao menos, deveria ter).

Agora que você já fez sua lista de tarefas agradáveis, elas são suas recompensas para a conclusão de cada tarefa incompleta. O processo é muito simples. Suponha que você adora fazer compras no shopping e, insistemente, interrompe ou procrastina alguma tarefa importante por causa de seus inúmeros passeios até lá. Nesse caso, ir ao shopping será sua recompensa para a conclusão de sua tarefa. Assim, você só deverá ir ao shopping logo após a conclusão da tarefa que você insiste em protelar.


Imagine agora que você gosta de assistir televisão. Agora, sua recompensa será assistir TV. Desse modo, você se compromete a assistir televisão apenas após a conclusão das atividades a serem concluídas hoje.

Além de atrapalharem suas atividades importantes, essas outras tarefas agradáveis acabam por trazer consigo a dor e a culpa. Quem nunca se sentiu culpado por estar vendo um filme na TV em vez de estar estudando ou trabalhando em seus projetos? Em contrapartida, ao transformarmos essas tarefas em reforçadores, você as realizará sem qualquer culpa ou remorso.

Assim, ao transformar suas distrações em reforçadores positivos, eles passarão a ser um dos grandes motivos pelos quais você não deverá procrastinar.

Importância de se pagar a recompensa

Imagine que você prometeu a si mesmo(a) alugar um filme na locadora se conseguisse terminar toda a lista de exercícios de Direito Constitucional da apostila de seu cursinho. Nesse caso, é importantíssimo que você cumpra sua promessa. Caso você não cumpra a recompensa, você corre o risco de voltar a enxergar as atividades de lazer como algo nocivo. Assim, se você realizou todas as suas metas diárias, nada mais justo que você receba um prêmio por isso.

Continua...

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Recorde mundial de memorização de um baralho!

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Em 2009, Ben Pridmore quebrou seu próprio recorde mundial, memorizando um baralho inteiro, previamente embaralhado, em apenas 25 segundos.

Vejam logo abaixo o video dessa proeza!

Memory World Record: Speed Cards from Flauwy on Vimeo.

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Não estude em grupos!

À primeira vista, estudar em grupos parece ser uma excelente ideia! Veja logo abaixo algumas das supostas vantagens de se estudar em grupos:

• É menos estressante.
• Cada pessoa pode estudar uma porção da material. Posteriormente, todos explicam sua parte para os membros restantes do grupo de estudos.
• Possibilidade de geração de novas ideias e debates.
• Uma maior possibilidade de conseguir tirar suas dúvidas.

Compreendo que existam diversas vantagens para se estudar em grupos (imagino que vocês conheçam ao menos uma dezena delas). No entanto, o estudo em grupos possui uma grande desvantagem: essa estratégia simplesmente não funciona.

A única maneira eficiente de se aprender alguma matéria difícil é: criar uma boa base, utilizar técnicas mnemônicas, organizadores gráficos e resolver dezenas e dezenas de exercícios. Infelizmente, não é possível fugir desse processo. Compreendo que é chato estudar sozinho, sem ninguém para poder debater suas ideias e compartilhar seu conhecimento. No entanto, realmente não há saída a não ser o estudo individual.

Veja a seguir os principais motivos pelos quais o estudo em grupo não funciona:


Perda de tempo durante a preparação: geralmente, as sessões de estudo em grupo demoram para começar. Algumas vezes o motivo será o atraso de algum colega. Outras vezes, o motivo será o surgimento de alguma fofoca imperdível e que merece ser debatida antes do início da sessão de estudos. Não importa o motive! Fato é: sessões de estudo em grupo demoram para começar.
Perda de tempo durante a aprendizagem: o tempo necessário para se debater algum assunto qualquer, por mais complicado que seja, sempre será maior que o tempo necessário para se estudar a mesmo assunto, sozinho.
Autossabotagem: estudar em grupos é uma excelente oportunidade para passar o tempo e não estudar. Quando era adolescente, eu adorava estudar nas casas dos meus amigos. Como meu pai me proibia de jogar videogame nos dias de semana, essas supostas sessões de estudo eram ótimas oportunidades para desenvolver minhas habilidades no Street Fighter nos dias letivos. Geralmente, essas supostas sessões de estudo servem apenas para jogar conversa fora, contar as novidades do campus ou debater sobre o último BBB.
• Sobrecarga de um dos membros: geralmente, apenas um dos membros realmente sabe a material. Assim, esse membro acaba sendo obrigado a ensinar a todos membros do grupo, deixando de lado suas prioridades. Concordo que ao ensinar, se aprende muito. No entanto, no estudo em grupo, a escolha do assunto a ser ensinado geralmente não parte daquele que sera o professor e sim dos “alunos”.

O mesmo vale para o estudo em sala de aula (seja na escola, faculdade ou no cursinho). Se após a aula você não debulhar ao máximo o assunto explanado, você nunca aprenderá de verdade.


Exceções


Insta salientar que não sou contra eventuais sessões de estudo em grupo. Por exemplo, um grupo de alunos que deseja discutir sobre a organização de algum congresso certamente precisam se reunir. No entanto, é preciso limitar essas reuniões em grupo para assuntos que funcionam APENAS em grupo. Para qualquer outro tipo de assunto, opte por estudar sozinho. Caso tenha alguma dúvida específica, converse rapidamente com seu colega-tutor ao final da aula. Sinceramente, não vale a pena criar um grupo de estudo apenas para tirar dúvidas específicas.

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Como passar em concursos e vestibulares - Criando uma base sólida

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Atualmente, posso dizer que tenho uma boa base em matemática. Dificilmente encontro alguma questão desse assunto que não consiga resolver. O mesmo posso dizer de inglês: é pouco provável que surja algum texto que não consiga interpretar  corretamente. Em contrapartida, não possuo a mesma base em geografia, história ou biologia.

Todos nós somos assim: existem assuntos que dominamos bastante e assuntos que não sabemos muito bem. Infelizmente, nunca surgirá um concurso ou vestibular onde caia apenas matérias que você domina. Desse modo, como conseguir uma base sólida em todas as matérias?

O mito da matéria enorme

    “Mas a matéria é enorme!”

Você certamente já ouviu essa frase antes! Talvez, você mesmo tenha dito essa frase inúmeras vezes. O que torna uma matéria enorme?

Imagine que você fará uma prova envolvendo “apenas” um tema: equações de primeiro grau. Se você souber matemática básica, você classificará essa matéria como pequena. Assim, para se preparar, bastará que você faça alguns exercícios para se preparar.

Agora, imagine que você não saiba nada de matemática, desconhecendo por completo até mesmo a tabuada. Nesse caso, a matéria “equações de primeiro grau” seria enorme. Observe que o conceito “matéria enorme” é completamente relativo.

Pense um pouco nos concursos mais disputados. Ao contrário do que se imagina, não são concursos com “matéria enorme”. Aliás, caso existisse alguma “matéria enorme”, ninguém seria aprovado em tais provas. O que acontece é que, geralmente, os alunos não abordam a matéria desses concursos corretamente. Em vez de criarem uma boa base, ficam constantemente recomeçando do zero.

“Há 5 anos comecei a estudar pra concursos”.

Compreendo que concursos devem ser um projeto a médio prazo, levando ao menos 2 anos de investimento de tempo, suor e dedicação. Também compreendo que o mesmo investimento deve ser feito para ser passar em vestibulares concorridíssimos como medicina, direito ou engenharia nas faculdades federais. No entanto, a maioria das pessoas não está se preparando corretamente. Muitos dizem estar estudando há 5 anos, quando, na verdade, estão apenas repetindo a mesma estratégia equivocada de estudo por anos e anos.

Escolhendo uma estratégia eficiente

De acordo com a base que você possui, você precisa utilizar uma técnica diferente. Geralmente, os alunos de concursos e vestibulares têm o seguinte pensamento: conseguir ver toda a matéria até o dia da prova. No entanto, essa abordagem pode ser inadequada de acordo com ocontexto.

a) Suponha que você já tem um enorme conhecimento sobre todas as matérias. Nesse caso, o ideal é montar uma grade de estudo diária, de forma que todo o assunto do edital seja revisado em até 1/3 do tempo disponível até a prova. O resto do tempo deverá ser para a resolução de provas antigas das diversas matérias.

b) Suponha que você tem um conhecimento altíssimo em quase todas as matérias, com exceção de 1 ou 2. Nesse caso, basta que você se programe para aprender essas matérias em no máximo 1/3 do tempo que você possuir disponível. Mais uma vez, utilize o resto do tempo disponível para exercícios e simulados.

c) Suponha que você está começando a estudar pra concurso e não possui base necessária. Nesse caso, seu projeto é pra no mínimo 2 anos (mínimo! pode ser 2, 3, 4 ou até mesmo 10, de acordo com outras variáveis envolvidas). Nessas condições, sou contra a abordagem de estudar todas as matérias de uma vez. O melhor é escolher o mínimo de matérias (1 a 3), até ficar bom nelas. Quando ficar bom nelas, estude mais um pouco. Estude até chegar no momento em que você dificilmente errará uma questão desses assuntos. Nesse ponto, escolha outras 3 matérias e faça o mesmo.

Finalmente, pode passar a usar as estratégias a) e b).

Infelizmente, os alunos não compreendem os efeitos da curva do esquecimento (curva de Ebbinghaus).

Durante a aprendizagem de novos assuntos, as revisões são fundamentais. Se elas não forem feitas de maneira sistemática, acontecerá um fato extremamente frequente: a cada edital, o aluno tem a impressão de que está estudando do zero.

Alunos de exatas



Caso você não saiba nada de exatas, ao contrário do que você imagina, existe uma solução! Adquira uma coleção inteira de livros de matemática do ensino fundamental(5º ano, 6º ano, 7º ano, 8º ano e 9º ano). Com paciência e determinação, estude a matéria desde o primeiro volume, resolvendo TODOS os exercícios. Ao finalizar o primeiro volume, parta para o segundo e faça-o completamente. Ao terminar, continue com os próximos volumes até conseguir terminar todos eles. 


Infelizmente, as apostilas de matemática para concursos e vestibulares costumam ser extremamente resumidas. Além disso, o volume de exercícios, para cada tópico abordado, costumam ser muito reduzidos. Por exemplo, imagine que você tem dúvidas sobre soma e subtração de frações. Ao estudar em um livro do 5º ano, você encontrará dezenas de exercícios sobre o tema. Em contrapartida, uma apostila de concursos ou vestibulares, dificilmente teria mais de 5 exercícios sobre esse tema.

Resolver provas antigas

    Após atingir uma boa base, bastará que você foque na resolução de provas antigas. Geralmente, as bancas criadoras das questões costumam repetir sistematicamente as questòes referentes aos assuntos do edital.

Boa sorte nas provas!!!

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Como melhorar sua memória permanentemente

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Você provavelmente já ouviu algum comentário preconceituoso acerca de cursos de memorização.

“Prefiro entender a memorizar”
“Oras, de que me adianta memorizar listas de objetos ou longas sequências de dígitos? Quero é memorizar leis e conceitos!”
“O curso era pura enganação! Não ensinaram como ler e memorizar tudo o que leio”.
“Cursos de memorização ensinam apenas truques que não possuem qualquer aplicabilidade prática”.

Esses comentários se originam de certo desconhecimento acerca da memória e de seu funcionamento. Veja a seguir como a memória funciona e os principais mitos envolvendo a memorização.

Memória não é uma coisa

As pessoas frequentemente falam de suas memórias como se a memória fosse uma parte de nosso corpo. É comum as pessoas dizerem que possuem uma boa ou má memória da mesma maneira que dizem que possuem bons dentes, bom coração ou bons rins. É comum dizerem que sua memória anda falhando com a mesma propriedade que são capazes de dizer que suas vistas andam falhando.

Ao contrário do que pensa o imaginário popular, a memória não pode ser identificada da mesma maneira que um órgão ou glandula de nosso corpo. Aquilo que chamamos de memória é, na verdade, dezenas de processos completamente diferentes. Por exemplo, imagine um campeão de xadrez. Certamente, ele possui ótima memória para guardar inúmeras jogadas e estratégias de xadrez. No entanto, possuir uma boa memória para o xadrez não é garantia que se tenha também uma boa memória para diversas outras atividades como lembrar-se de nomes, rostos, datas, a lista de compras do supermercado ou até mesmo o que almoçaram ontem. Você certamente conhece um professor bastante inteligente e extremamente “esquecido”. Oras, se esse professor é capaz de dominar o assunto que leciona, memorizando diversos fatos e conceitos, ele deveria ter uma boa memória em outros contextos.

Assim, aquilo que chamamos de memória é um processo complexo formado por diversos subsistemas específicos.

Não existe um segredo para uma super-memória

Creio que de todos os e-mails que recebo diariamente solicitando dicas de memória, um tipo é o mais recorrente: “Qual o segredo para uma super-memória?”. Ao me assistirem realizando proezas envolvendo a memória na TV, surge a expectativa de que eu guarde um segredo único e capaz de tornar a memória de qualquer pessoa em uma memória fotográfica. Assim, imaginam que, de posse desse segredo, serão capazes de se memorizar conceitos, fórmulas, leis ou qualquer coisa que se deseja, com uma memória perfeita.

Infelizmente, essa expectativa jamais será alcançada. Imagine que você é um professor da escola básica que ensinará a seus alunos como utilizar cada item de seu material escolar. Inicialmente, você apresenta a seus alunos uma cola e lhes ensina as diversas coisas que uma cola é capaz de colar. Em seguida, um dos alunos lhe pergunta: “Entendi que a cola serve pra colar, mas como utilizá-la para cortar o papel?”. Após ouvir atentamente a pergunta, você explicaria que a cola serve apenas para colar. Caso alguém necessite de cortar papel, é necessário utilizar um instrumento chamado tesoura. Assim, não existe algum componente do material escolar capaz de colar, cortar, escrever e apagar. Cada item tem um uso particular em cada contexto.

O mesmo acontece com a memória. Não existe uma estratégia ou segredo capaz de resolver todos seus problemas envolvendo sua memória. Se você deseja melhorar sua memória para nomes e rostos, será preciso utilizar um conjunto de estratégias. No entanto, se você desejar se lembrar de leis e artigos da constituição, as estratégias serão completamente diferentes. Assim, para cada tipo de atividade, será preciso uma estratégia completamente diferente. Veja alguns exemplos:

• Qual a estrutura do texto a ser memorizado? Por exemplo, memorizar dados arbitrários ou um artigo de opinião não requerem as mesmas estratégias.
• Quem utilizará a técnica? Por exemplo, um professor de física e um aluno utilizarão estratégias completamente diferentes para conseguir estudar um novo livro de física.
• Como a memória será avaliada? Por exemplo, uma tarefa de simples reconhecimento talvez requeira uma estratégia diferente de uma tarefa de evocação.
• Qual o uso que se fará com os dados memorizados? Por exemplo, memorizar a lista de presidentes do Brasil não é o mesmo que saber relacioná-los aos seus respectivos contextos históricos.
• Qual a maneira como se deseja memorizar o texto? Por exemplo, para memorizar poesias ou salmos da Bíblia, é importante memorizarmos ipsis literis (na íntegra, palavra por palavra). Em contrapartida, para outros tipos de textos, basta saber os conceitos e palavras chave do assunto.
• Por quanto tempo se deseja armazenar o assunto? Suponha que você deseja memorizar um número de telefone apenas para ser capaz de realizar uma ligação. Nesse caso, talvez não seja necessário utilizar uma estratégia muito eficiente. No entanto, se seu desejo for memorizar o número pelo maior tempo o possível, será necessário utilizar uma estratégia específica.
Assim, para cada tipo de contexto é preciso utilizar um método específico de memorização.
Mnemônica não é mágica

Ao assistirmos a propagandas de diversos cursos e livros de memorização, temos a impressão de que essas técnicas de memória são capazes de tornar a memorização em algo extremamente fácil e espontâneo. Isso não é verdade. Geralmente, as técnicas de memória requerem ainda mais esforço que os métodos tradicionais. No entanto, ao utilizar técnicas de memória, os resultados obtidos costumam ser mais duradouros.

Algumas pessoas acreditam que uma pessoa inteligente (alguém com alto QI) é capaz de memorizar mais facilmente que uma outra pessoa menos inteligente (alguém com baixo QI). É verdade que existem certas relações entre memória e inteligência. Por exemplo, imagine que um teste de memória é aplicado a dois grupos: um compost por pessoas de alto QI e outro por pessoas de baixo QI. Caso nenhum desses dois grupos tenha participado de qualquer treinamento de memória em toda sua vida, o grupo de alto QI certamente conseguiria uma pontuação maio. Uma explicação para isso é a de que pessoas inteligentes costumam criar e utilizar técnicas de memória mais frequentemente.

Pesquisas mostram que bons alunos mostram mais iniciativa para utilizar e criar técnicas eficientes de aprendizagem se comparados com alunos com histórico de fracasso escolar. No entanto, se um grupo de indivíduos com alto QI fosse comparado com outro grupo, composto por pessoas de QI normal, mas mais baixo do que o primeiro grupo, o grupo com QI menor conseguiria melhores resultados. Além disso, uma pesquisa realizada com os oito primeiro colocados no campeonato mundial de 1993 identificou que eles perdiam sua habilidade excepcional de memorização quando solicitados a memorizar informações para as quais eles não possuíam uma estratégia específica de memória. Por exemplo, os campeões de memória não tiveram um desempenho excepcional ao tentar memorizar o formato de flocos de neve vistos em um microscópio . Assim, ao contrário do que se imagina a capacidade de lembrar-se é uma habilidade aprendida e não inata.

Desse modo, o desenvolvimento da memória é equivalente ao desenvolvimento de qualquer outra habilidade. Da mesma maneira que ninguém nasce um gênio da música ou um campeão de tênis, ninguém nasce com boas habilidades em memorizar. Obviamente, existem pessoas que nascem com um talento em potencial para determinadas atividades. No entanto, se não tiverem algum processo de aprendizagem (mesmo que auto-didata), não serão capazes de desenvolver tal talento. O mesmo vale para a memória: se você não desenvolver estratégias específicas para cada domínio de memória, você nunca terá uma boa memória.

Muitas pessoas não entendem isso e, quando descobrem que uma boa memória requer prática, simplesmente desistem. Infelizmente, diversos “professores” de memorização de técnicas de estudo utilizam o seguinte slogan: “Nosso curso não requer treinamento em casa”. Esse tipo de propaganda apenas alimenta esse imaginário popular, visto que é impossível melhorar sua memória sem o mínimo de esforço para o uso das diversas estratégias em cada contexto específico.

Se você deseja beneficiar-se dos diversos sistemas e princípios abordados nesse blog, prepare-se para dedicar-se! Como dizem nos Estados Unidos: não existe almoço grátis!

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Apresentação programa da Eliana

No ultimo domingo, 07/02/2010, participei do programa da Eliana, no SBT. Acabo de editar o vídeo e colocá-lo no ar. Espero que gostem!

Abraços!

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Metrônomo como regulador de leitura

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Anteriormente, postei sobre o regulador de leitura. À seguir, veja um novo tipo de regulador de leitura: o metrônomo.

Imagine que você está dirigindo em uma estrada a 100 km por hora. De repente, sua(eu) namorada(o) tampa o velocímetro do carro e lhe pede para desacelerar até que o carro atinja apenas 20 km por hora. A que velocidade você acha que você pararia de desacelerar? Qual seria a velocidade que você julgaria como 20 km/h ?



A maioria das pessoas que realizou essa experiência, pararam a desaceleração quando o carro estava em torno de 40 – 60 km/h! O motivo para esse discrepância é o fato
o cérebro se habitua a um parâmetro a ele apresentado e começa a utilizá-lo para comparar com todas próximas experiências

Um metrônomo é um instrumento que serve para regular os diversos andamentos da música, constituído por um pêndulo que oscila por meio de um motor de rotação horária, onde cada oscilação corresponde a um tempo do compasso musical. Há também metrônomos eletrônicos, em que cada tempo do compasso é indicado pelo piscar de um LED (light-emitting diode) e por um som eletrônico. Ele é muito utilizado por músicos em seus ensaios.

Utilizaremos o metrônomo e o relativismo natural do cérebro para aprimorar a velocidade de leitura. Para isso, utilizaremos cada batida do metrônomo como o guia para a fixação visual durante a leitura. Desta forma, uma regular, estável e suave ritmo de leitura pode ser estabelecido e mantido, e o costumeiro desacelerar na leitura pode ser evitado. Uma vez estabelecido a leitura possível de leitura, o ritmo do metrônomo pode aumentar em uma batida por minuto e aumentar a sua velocidade de leitura. À cada minuto, seu cérebro vai se acostumando com ao novo parâmetro de velocidade e você acaba se acostumando a ler de maneira bem mais rápida.

Uma segunda maneira de se utilizar o metrônomo em seus treinamentos de leitura é o uso da relativismo natural do cérebro. Para utilizarmos esse relativismo, você colocará o metrônomo em uma velocidade absurdamente alta, de forma que você não consiga compreender o texto. Ainda que não consiga compreender o texto ao ler nessa velocidade, tente se acostumar com esse padrão de velocidade e continue fazendo as fixações no ritmo dado pelo metrônomo. Em sguida, você abaixa a velocidade até um ritmo que você consiga compreender o texto. O simples fato de você ter feito diversas fixações visuais em um ritmo mais intenso foi o suficiente para o seu cérebro criar um novo padrão. Assim, ao desacelerar, você se acostumou a uma nova velocidade, que provavelmente é ao menos o dobro da sua velocidade usual de leitura.

Os ganhos obtidos pelo uso do regulador de leitura ou o metrônomo são os mesmos. É importante destacar que cada um deles tem suas vantagens específicas. O regulador de leitura não é capaz de utilizar o o relativismo do cérebro para a aquisição de velocidades mais altas de leitura, mas é mais prático e pode ser utilizado em qualquer lugar. Em contra partida, o metrônomo usa o relativismo do cérebro para aumentar a sua velocidadede leitura, mas é bem menos prático. Assim, os dois possuem suas vantagens e desvantagens: cabe a você decidir qual o melhor contexto para se utilizar cada um deles.

Gostou desse artigo? Não se esqueça de conferir também:

Mitos sobre leitura dinâmica
É possível ler acima de 1000 palavras por minuto?
O regulador de leitura
Origens da leitura dinâmica.

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Memorização de números - parte 2

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Para entender essa segunda parte, é preciso que você tenha lido a primeira parte. Agora que você compreendeu a substituição de números por letras, poderemos criar substitutos para os números baseados no alfabeto. Assim, se você quiser criar um substituto para o número 1, você deve escolher uma palavra que tenha somente uma consoante: T ou D. Seguindo o mesmo raciocínio, se quisermos uma palavra que substitua o número 43, teremos que criar uma palavra com dois sons consonantais: R e M respectivamente.

Dessa forma, é fácil perceber que o número 03 é diferente do número 3. Isso porque ao traduzirmos o número 03 para consoantes, teríamos um S e um M,
respectivamente. O número 3 se converteria em uma palavra que contivesse apenas uma consoante: M.
O sistema baseado no alfabeto fonético é o método mais ensinado e praticado em cursos de memória, dada sua facilidade e aplicabilidade. Infelizmente, muitos cursos de memória esquecem de enfocar a importância dos locais para suas imagens mentais. Assim, se quiser utilizar o sistema fonético para memorizar 100 palavras, é importante que você escolha um local adequado, onde as imagens irão interagir.
A seguir seguem-se as 111 palavras básicas do alfabeto fonético:

Alfabeto Fonético – As 111 Palavras Básicas



0. Céu
1. Teia
2. Anão
3. Mãe
4. Rei
5. Olho
6. Jóia
7. Cão
8. Uva
9. Baú
10. Taça
11. Dado
12. Tina
13. Timão
14. Terra
15. Tela
16. Tacha
17. Taco
18. Divã
19. Diabo
20. Noz
21. Índio
22. Ninho
23. Nome
24. Nero
25. Anel
26. Anjo
27. Nuca
28. Navio
29. Nabo
30. Maçã
31. Moto
32. Moinho
33. Mamão
34. Mar
35. Mola
36. Ameixa
37. Maca
38. Máfia
39. Mapa
40. Rosa
41. Rato
42. Rena
43. Remo
44. Arara
45. Rolha
46. Rocha
47. Arca
48. Rifa
49. Robô
50. Laço
51. Mata
52. Lona
53. Limão
54. Louro
55. Lula
56. Lixa
57. Laka
58. Luva
59. Lupa
60. Giz
61. Jato
62. China
63. Gim
64. Jarro
65. Gelo
66. Chuchu
67. Jaca
68. Chave
69. Chapéu
70. Gaze
71. Gato
72. Cana
73. Goma
74. Gorro
75. Galo
76. Caixão
77. Coco
78. Gavião
79. Goiaba
80. Vaso
81. Veado
82. Vinho
83. Fumo
84. Ferro
85. Violão
86. Faixa
87. Faca
88. Fofão
89. Fubá
90. Paz
91. Pato
92. Piano
93. Puma
94. Burro
95. Bola
96. Peixe
97. Boca
98. Pavão
99. Pipa
100. Cesto

00. Saci
01. Seta
02. Sino
03. Sumô
04. Siri
05. Selo
06. Soja
07. Saco
08. Sofá
09. Sopa

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Memorização de números - parte 1

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Todos já passamos por alguma situação desagradável por esquecermos algum número importante: a senha do banco, o número do CPF, o telefone de um amigo ou até mesmo o CEP de nossa própria residência. Junte algumas letras adequadamente e você terá poesias, cartas de amor ou até mesmo um relatório bancário. Junte alguns números e você continuará a ter apenas números (e dor de cabeça). Hoje, abordaremos uma poderosa maneira de se criar imagens mentais com os números.



Transformar números em palavras não é uma idéia recente. O sistema foi atribuído a Stanislau Mink Von Wennusshein, que criou em 1648 um método para se transformar números em consoantes. Desde então, o sistema sofreu alterações, mas a idéia continua sendo a mesma. Darei um som consonantal para cada um dos algarismos: 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.
O som correspondente ao 0 será sempre S, SS, C fraco (como em ‘céu’), Ç, Z, XC. Para se lembrar disso, lembre-se que a palavra ZERO começa com Z.
O som correspondente ao 1 será sempre T ou D. Para lhe ajudar, lembre-se que a letra T tem uma haste vertical.
O som correspondente ao 2 será sempre N ou NH. A letra N possui duas hastes verticais.
O som correspondente ao 3 será sempre o M. A letra M possui três hastes verticais.
O som correspondente ao 4 será sempre R, RR ou o H com som de R (como na palavra inglesa HOUSE)
O som correspondente ao 5 será sempre o L ou LH. O número cinqüenta em romanos é L.
O som correspondente ao 6 será J, G fraco
(como em gelo), X, CH ou SH.
O som correspondente ao 7 será sempre o G forte (como em galo), C forte (como em casa), o K e o Q.
O som correspondente ao 8 será o V ou F.
O som correspondente ao 9 será o P ou B. Perceba que o P é um 9 virado.
As vogais são neutras, não geram números. Não importa se para alguns algarismos mais de um som foi indicado: os sons que eles representam são semelhantes. Lembre-se também que o importante são os sons consonantais e não as letras. Assim sendo, uma mesma letra pode significar números diferentes.

EX:
0 = Céu
7 = Cão


No primeiro exemplo, o C tem som de S. Assim, representa 0. No segundo exemplo, o C tem som forte e representa 7.

Alguns exemplos:

ARRANHA: 42
ARARA: 44
PAPAI: 99
GELO: 65

Praticamente todas as grandes exibições mnemônicas consistem nesse alfabeto fonético. Antes de prosseguirmos é importante que o alfabeto fonético esteja bem fixado.

Exercício

Complete as lacunas abaixo escrevendo os números correspondentes a cada palavra. Veja o exemplo.


BONÉ = 92
ALBERTO = 5941
VALÉRIA = _______
PORTA = _______
JANELA = _______
AEROPORTO = _______
REVISTA = _______
MANHOSA = _______
JIBÓIA = _______
PRINCESA = _______
JABUTI = _______
MAPAS = _______
JANTAR = _______
MOSCA = _______
BISCOITOS = _______
JASPION = _______
POKÉMON = _______
NOEL = _______
ANJO = _______
CESTO = _______
LARVA = _______
INSETO = _______
BONECA = _______
ÓCULOS = _______

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Método das jornadas

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O método que vamos aprender a seguir é a base de todo meu sistema de memória. O método das jornadas se baseia na inserção de informações em jornadas que você conhece bem. Essas jornadas podem ser o caminho que você percorre diariamente para o trabalho pela manhã, a estrada que você usa para chegar até seu sítio, o percurso das suas caminhadas diárias ou até mesmo a rota que você faz na sua casa para sair da sua cama até o portão do seu prédio.


Uma vez que você estiver familiar com a técnica, é possível que você crie inclusive jornadas imaginárias, baseadas em locais vistos em revistas, filmes ou até mesmo na sua imaginação.
Para se lembrar de uma lista de itens, sejam eles números de telefones, datas históricas, pessoas, objetos ou cartas de um baralho, tudo o que você precisa fazer é associar esses itens aos pontos de referência de sua jornada, não se esquecendo de criar imagens mentais que tenham todos os ingredientes descritos no primeiro capítulo. É importante que suas imagens sejam inusitadas para serem memoráveis.
O sistema é muito flexível: caso você precise memorizar listas muito grandes, basta que você incremente sua jornada com novos pontos de referência ou até mesmo crie uma nova jornada. Caso queira memorizar listas muito pequenas, basta que você utilize apenas uma parte de sua jornada.

SUA JORNADA

Escolha uma jornada que seja bem familiar a você. Um pequeno passeio pelos cômodos da sua casa é um ótimo começo. É importante que sua jornada tenha um caminho lógico: é interessante que exista um ponto de largada e um ponto de chegada. Dessa forma, dificilmente você se esquecerá de algum ponto importante. O número de referência da jornada deve ser o mesmo que o número de itens (informações) a serem memorizadas. Cada ponto de referência será utilizado para armazenar um item (informação). Vamos supor que essa seja a sua lista de pontos de referência:


Referência 1: Meu quarto
Referência 2: Corredor
Referência 3: Quarto de hóspedes
Referência 4: Banheiro social
Referência 5: Sala de jantar
Referência 6: Cozinha
Referência 7: Lavanderia
Referência 8: Garagem
Referência 9: Jardim
Referência 10: Portão



É claro que sua jornada terá pontos de referência diferentes das listadas acima. Listei essas referências apenas para ilustrar como o método funciona.

UMA LISTA DE COMPRAS

Vamos supor que você queira comprar alguns itens no supermercado e deseja utilizar o método das jornadas para memorizar a lista de compras. A lista de compras: margarina, peixe, pães, cebola, pimentão, leite, pizza congelada, bolo de cenoura, lâmpada e cereal.
Mais uma vez é importante que você entenda que utilizarei a jornada descrita acima porque não conheço a sua casa. É importante que você utilize a própria jornada, com seus pontos de referência.

COLOCANDO OS OBJETOS

Para que você entenda como meu método funciona, veja como eu memorizaria a lista:

Referência 1:

Acordo, em meu quarto, e percebo que meus pés estão escorregadios e oleosos. Observo um pouco mais, atentamente, e percebo que não apenas meus pés, mas todo o meu corpo está coberto por margarina. Um pouco de margarina entra em minha boca e em meu nariz, me levando a sentir um forte cheiro de margarina.

Referência 2:

Ainda assustado com a misteriosa margarina que surgiu em meu quarto, me dirijo ao corredor. Chegando ao corredor, vejo que ele está abarrotado de peixes podres. Apesar do forte cheiro, não resisto e mordo a cabeça de um deles. Sinto o terrível gosto de peixe podre em minha boca.

Referência 3:

Dirijo-me ao quarto de hóspedes. Chegando lá, percebo que não estou sozinho: um pedaço enorme de pão está dormindo sobre a cama destinada para as visitas. Como se já não bastasse, o estranho pedaço de pão ronca como nunca ouvi antes.

Referência 4:

Dirijo-me ao banheiro, decido tomar um banho. Ao entrar no boxe do chuveiro, vejo que centenas de cebolas estão caindo do teto. Começo a chorar copiosamente devido ao contato com as cebolas.

Referência 5:

Ainda impressionado com os acontecimentos bizarros de um dia que ainda está começando, me dirijo à sala de jantar. Percebo que há um enorme pimentão verde se deleitando com uma sopa de legumes na minha sala de jantar. Um pimentão tomando uma sopa de legumes? Decido me dirigir para o próximo ponto de referência.

Referência 6:

Chegando até a cozinha, percebo que o chão está todo molhado. Observando de perto, percebo que se trata de leite. Parece que derramaram litros e litros de leite na minha cozinha. Não resisto: pego um copo na cozinha e o encho de leite. Até que o leite não está nada mal.

Referência 7:

Chego até a lavanderia. Sinto um forte cheio de pizza de frango. Percebo que o cheiro está vindo de dentro da máquina de lavar. Após abrir a máquina, percebo que ela está entupida por apetitosas fatias de pizza de frango. Pego um pedaço e me dirijo a próxima referência.

Referência 8:


Chego até a garagem de minha casa. Observo que tem alguém dentro do meu carro. Decido olhar de perto e descubro que não é uma pessoa que está tentando roubar meu carro: é um bolo de cenoura! Decido atacá-lo, sem saber ao certo se estou sendo motivado pelo amor pelo automóvel ou pela gula. Realmente era gula: comi o bolo gigante em frações de segundos. Com a barriga ainda doendo, me dirijo a meu próximo ponto de referência.

Referência 9:

Chegando ao jardim, percebo que o chão está tremendo. Assustado, percebo que uma estranha árvore está brotando e crescendo em uma velocidade surpreendente aos meus pés. É uma árvore de lâmpadas incandescentes. Todas as lâmpadas estão acesas. Decido tocar uma delas: incrível como está quente.

Referência 10:

Depois de tantos acontecimentos inusitados, decido sair de casa. Chegando ao portão, percebo que as grades de metal foram substituídas por caixas do meu cereal favorito.

SUAS PRÓPRIAS REFERÊNCIAS

Assim que você tiver visualizado todos os itens da lista de compras em seus dez pontos de referência, você está pronto para se relembrar de todos os itens. Para isso, basta que você caminhe mentalmente por sua jornada, iniciando pelo seu quarto. Não tenha pressa: a pressão vai apenas atrapalhar seu desempenho. Caso necessário, feche seus olhos e refaça todo o trajeto com os olhos da mente.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CLH - Comportamento Limitado pelo Hábito

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Tente fazer esse pequeno exercício: cruze seus braços da maneira como você está acostumado. Observe qual de suas mãos está acima de um de seus braços. Por exemplo, no meu caso, minha mão direita está acima do meu braço esquerdo. Agora, rapidamente inverta essa posição (em meu caso, minha mão esquerda deverá ficar acima de meu braço direito). Você observará que a segunda posição é muito mais difícil – não é “natural”.

Agora, iremos a um segundo exercício: feche suas mãos de maneira que seus dedos da mão esquerda fiquem de maneira alternada em relação a seus dedos da mão direita – posição em que muitas pessoas costumam realizar preces ou orações. Observe que um de seus dedos indicadores está acima do outro – em meu caso, o dedo indicador da minha mão esquerda está acima de meu dedo indicador da minha mão direita. Rapidamente, inverta essa posição. Como deve ter observado, essa não é uma tarefa tão fácil assim – ao menos, é incomoda.
O que você acabou de experienciar se chama “comportamento limitado pelo hábito”, ou CLH. Todos possuímos uma maneira confortável e segura de fazermos as coisas. E não existe qualquer problema em procurarmos alguma segurança em nossos hábitos e rotina. O problema surge quando sentimos alguma necessidade de fugir desses hábitos. Qualquer pensamento acerca de se fazer algo de diferente, pode ser aterrorizante. Em contrapartida, o pensamento criativo requer que façamos justamente isso: fugir daquilo que foi padronizado.
Tente realizar as atividades abaixo sozinho ou com seus colegas e você perceberá a força que o CLH possui sobre nosso comportamento.
• Primeiro, repita a palavra EMA três vezes. Em seguida, pergunte rapidamente: “O nome da parte clara do ovo é?”. Apesar da resposta ser óbvia: CLARA, o CLH fará com que a maioria das pessoas responda GEMA.
• Primeiro, repita a palavra LOMBO três vezes. Em seguida, pergunte rapidamente: “Quem descobriu o Brasil foi?”. Mais uma vez, apesar da resposta ser óbvia: CABRAL, muitas pessoas respondem COLOMBO.
Algumas outras perguntas que envolvem o CLH
1) Você encontrou uma caixa de fósforo com apenas um palito. Num quarto há uma vela, um lampião e uma lareiara. Qual você acenderia primeiro ?
2) Você está participando de uma corrida e ultrapassa o segundo colocado. Em que posição você fica ?
3) Se você está dirigindo em ônibus para Salvador, em uma parada descem 25 passageiros e seguem 20. Qual o nome do motorista?
4) Quantos animais de cada espécie Moisés colocou na arca ?
5) Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesa um tijolo e meio?
6) O pai de Maria tem cinco filhas: Lalá, Lelé, Lili, Loló e: ?
7) No dia 7 de setembro comemoramos o dia da Independência. Em Portugal existe 7 de Setembro ?
8) Uns meses tem 31 dias, outros apenas 30 dias. Quantos meses tem 28 dias ?
Respostas:
1) O fósforo.
2) Segundo lugar.
3) Você é o motorista.
4) Moisés não colocou animais em arca alguma.
5) Três quilos
6) Maria.
7) Claro que existe.
8) Todos os outros.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sabe o que é Brainstorming?


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Brainstorming ou tempestade de ideias é uma técnica de geração de ideias, geralmente feita em grupo. O método foi popularizado nos anos 30 pelo americano
Alex Faickney Osborn e, desde então, tem sido vastamente utilizada em todo o mundo para a geração de ideias, principalmente no campo de relações humanas, publicidade e propaganda.

Segundo Osborn, os grupos poderiam até duplicar seu potencial criativo ao utilizar essa técnica. Osborn era um pensador revolucionário. Ele acreditava que qualquer pessoa possuía um potencial criativo, que poderia ser trabalhado de maneira a tornar qualquer um uma pessoa extremamente criativa.
Dentre diversos outros métodos, a técnica de brainstorming propõe que um grupo de pessoas (geralmente menos de 12 participantes) se se reunam e se utilizem da diferença em seus pensamentos e idéias para que possam chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade, gerando assim idéias inovadoras que levem o projeto adiante. Observe que o brainstorming obedece a todos os principios da criatividade abordados anteriormente, visto que valoriza o pensamento divergente (pessoas diferentes e ideias aparentemente incompativeis) em busca de novas perspectivas e relações entre os conceitos a serem discutidos. Além disso, a técnica valoriza o olhar do leigo. Lembra-se quando disse sobre os perigos de se saber demais e, consequentemente, estreitar o pensamento? Pois bem, grandes empresas costumam criar sessoes de Brainstorming que envolvam setores diferentes de uma mesma empresa, com o objetivo de tornar o pensamento o mais divergente e não-condicionado o possível.
Outro principio criativo respeitado é o de diferenciar o processo de criação do processo de avaliação. Durante o Brainstorming, nenhuma idéia é descartada ou julgada como errada ou absurda. Todas as idéias são ouvidas e trazidas até o processo de brainwrite, que constitui-se na compilação ou anotação de todas as idéias ocorridas no processo de brainstorming, em uma reunião com alguns participantes da sessão de brainstorming, e assim evoluindo as idéias até a chegada da solução efetiva. Essa técnica possui aplicação muito ampla, podendo ser utilizada com grande utilidade tanto na busca por soluções rápidas para problemas simples quanto para a geração de ideias para a solução de um problema (por exemplo, na criação de um organizador gráfico do tipo espinha de peixe.) Alguns exemplos da aplicação da técnica:

• Desenvolvimento de novos produtos - obter idéias para novos produtos e efetuar melhoramentos aos produtos existentes.
• Publicidade - desenvolver idéias para campanhas de publicidade.
• Resolução de problemas - consequências, soluções alternativas, análise de impacto, avaliação.
• Gestão de processos - encontrar formas de melhorar os processos comerciais e de produção.
• Gestão de projetos - identificar objetivos dos clientes, riscos, entregas, pacotes de trabalho, recursos, tarefas e responsabilidades.
• Formação de equipes - geração de partilha e discussão de idéias enquanto se estimulam os participantes a raciocinar.

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