sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Método John Place para memorizar textos

Amigos, favor comentar as postagens - essa é a única maneira que tenho para avaliar meu trabalho e receber críticas e sugestões de outros temas a serem debatidos.

Como estou dando um curso no RJ, decidi postar novamente um antigo artigo meu. Espero que gostem.

Em abril de 2007, escrevi um texto sobre o fenômeno da reminiscência. Na época, esse texto surgiu como uma resposta a uma pergunta frequente em meus cursos de memorização: "as técnicas de memória dispensam a memorização pela repetição?". É óbvio que não! A repetição é essencial durante qualquer processo de memorização, ainda que você seja um mentatleta.

No campeonato mundial de memória, existe uma prova chamada "hour cards", onde tentamos memorizar o maior número de cartas de baralho em apenas 1 hora. O interessante é que gastamos mais tempo repassando as cartas do que realmente memorizando-as. No mundial de 2007, memorizei a ordem de 6 baralhos recém embaralhados em cerca de 15 minutos. No entanto, para garantir a quebra do recorde latino-americano de cartas memorizadas em 1 hora, preferi dispensar todos o tempo que me restava repassando cada carta de cada baralho (312). É claro que não fiquei repetindo as cartas como um papagaio em minha cabeça. Eu simplesmente utilizei a sinestenesia e o fenômeno da reminiscencia de maneira adequada. John Place desenvolveu um método de memorização simples e eficaz, também baseado na utilização correta desses princípios da memória.

O método de John Place

John Place é um bem sucedido professor universitário, formado em Gerenciamento de Sistemas de Informação, pela Universidade de Missouri, formou com a maior nota de sua sala. Após a faculdade, ele investiu na carreira de programador e arquiteto, obtendo aumento constante de seu salário. Atualmente, ele é professor universitário e fornece consultoria em motivação em diversas grandes empresas nos EUA.

Na faculdade, ele memorizou 7 capítulos (mais de 23.000 palavras) de seu livro texto de psicologia. Ele era capaz de realmente recitar os 7 capítulos na íntegra. Esse feito ocorreu graças a duas declarações feitas por um professor em sua faculdade:

a) Nenhum aluno nunca tirou total em minha primeira prova.
b) Todas as respostas da prova poderiam ser encontradas nos primeiros 7 capítulos do livro texto.

Determinado a ser o melhor aluno de sua sala, ele simplesmente memorizou os 7 capítulos na íntegra. É óbvio que nem todos vocês desejam memorizar mais de 20.000 palavra para uma prova. No entanto, eu método é um bom exemplo de como uma repetição sistematizada, aliada ao bom uso da sinestesia, podem ser utilizadas para se memorizar qualquer coisa.

1. Inicialmente, use um lápis ou processador de texto para anotar, em frases completas, qualquer fato que você julga que possa aparecer em sua prova.
2. Leve suas anotações para uma sala silenciosa, feche a porta e elimine todas as distrações.
3. Leia a primeira frase em voz alta. Em seguida, feche seus olhos e repita a frase sem olhar no papel.
4. Repita o passo acima, agora lendo as 2 primeiras frases.
5. Agora, repita o processo utilizando cada vez uma frase a mais. Repita as frases até que você seja capaz de repetí-las sem o uso do papel.

Após essa sessão de memorização, John recomenda que seus alunos tirem um pequeno cochilo. Segundo o autor, nesse momento, as memórias estão muito vulneráveis e precisam ainda de tempo para se consolidar. Após o cochilo, o professor recomenda que seus alunos repitam mais uma vez todo os 5 passos anteriores, para obter o máximo de retenção.

John se tornou tão bom em sua técnica que passou a ser capaz de aprender a matéria de qualquer prova (por mais difícil que fosse) em apenas 6 horas. Pode parecer muito tempo, mas não é, visto que o professor precisava de no máximo 6 horas para se preparar para qualquer prova, ainda que ele não tivesse nem ao menos aberto o livro durante todo o semestre.

John finaliza explicando que, no que tange técnicas de memória, é importante que você descubra alguma estratégia mnemônica que funcione para você, seja ela qual for. Quando se trata de técnicas de memória, não existem técnicas boas ou ruins: se funciona para você, ela é a técnica correta.

Aliás, John realmente foi o primeiro aluno a conseguir 100% de aproveitamento na prova do professor citado acima.

John está corretíssimo em sua abordagem. Ainda que eu prefira utilizar algum sistema mnemonico complexo para a memorização de textos a utilizar a força bruta (qualquer processo de memorização que não utiliza palavras-chave ou imagens), sua abordagem realmente funciona, visto que ela não apenas respeita o fenômeno da reminiscência, mas também respeita a sinestesia, intercalando os sentidos visuais e auditivos para a criação de códigos de memória mais eficientes.

Gostou desse artigo? Visite já o site http://www.supermemoria.com.br/ para fazer download de muitos outros artigos e programa para tornar sua memória tão boa quanto a minha!

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A história do arqueiro Arjuna



A história do arqueiro Arjuna é extremamente inspiradora! Tenho certeza que vão adorar! Após lerem, favor comentar!

Drona Archarya foi o maior professor de arco e flecha que já existiu. Drona possuía vários alunos: Arjuna, Ashwathama, Yudhistar e muitos outros. Dentre todos esses alunos, Arjuna era o melhor no arco e flecha. Uma vez, os alunos acusaram Drona de proteger Arjuna. Segundo eles, Arjuna não era tão bom quanto dizia. Desse modo, Drona disse:

“Amanhã, faremos uma competição de arco e flecha para descobrirmos quem é o melhor arqueiro.”

No dia seguinte, Drona colocou um pássaro de madeira no alto de uma árvore, há bastantes metros de distância.

“Veêm aquele pássaro de madeira, no alto daquela árvore? Mirem em seu olho”, orientou o professor.

Então, o professor chama o primeiro aluno a realizar o teste: Yudhistar. Yudhistar escolheu sua melhor flecha, colocou no arco e puxou a corda. Antes de atirar, Drona perguntou: “O que você vê?” “eu vejo o sol, as nuvens e as árvores”. Após responder, Yudhistar soltou a corda de seu arco. A fleche saiu com bastante velocidade, mas tocou o solo há vários metros do alvo.

O próximo estudante a prestar o teste seria Ashwathama. Da mesma maneira que Yudhistar, ele escolheu sua melhor flecha, colocou em seu arco e puxou a corda. Antes de atirar, mais uma vez Drona perguntou: “O que você vê?”. “Eu consigo ver o pássaro de madeira, as folhas em sua volta e uma pequena lagarta em um ramo próximo ao galho”. Ashwathama levou todo o público ao delírio! A maioria das pessoas presentes não conseguia nem ao menos enxergar corretamente o pássaro, quanto mais todos esses detalhes. Finalmente, ele soltou a flecha, que saiu com velocidade em direção à árvore em que o pássaro de madeira estava. No entanto, apesar da visão fantástica de Ashwathama, a flecha alcançou apenas as raízes da árvore onde estava o pássaro. Em seguida, diversos outros estudantes tentaram atingir o olho do pássaro de madeira. Em contrapartida, nenhum deles conseguiu algum resultado mais satisfatório que Ashwthama.

Finalmente, havia chegado a vez de Arjuna. De maneira semelhante à todos os concorrentes anteriores, ele selecionou a melhor de suas flechas, colocou em seu arco e puxou a corda. Veja logo abaixo o diálogo entre Druna e Arjuna, enquanto a corda ainda estava sendo esticada.

Drona: “O que você vê?”
Arjuna: “O olho do pássaro”.
Drona: “Você vê a árvore?”
Arjuna: Não.
Drona: “Você vê o galho?”
Arjuna: Não.
Drona: “Você vê o pássaro?”
Arjuna: Não.
Drona: “Então, o que mais você consegue ver, Arjuna?”
Arjuna: “Nada. Eu só vejo o olho do pássaro.”

Em seguida, Arjuna soltou sua flecha, que saiu com velocidade. No entanto, ao contrário dos outros competidores, a flecha de Arjuna acertou o olho do pássaro com enorme precisão.

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domingo, 24 de janeiro de 2010

Fotoleitura - Análise da NASA

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Segundo análise da NASA, Fotoleitura (Photoreading) simplesmente não funciona - nenhuma novidade, mas serve para abrir os olhos daqueles que acreditam.

Veja o resumo desse experimento:

"The purpose of this project was to provide a preliminary analysis of a reading strategy called PhotoReading. PhotoReading is a technique developed by Paul Scheele that claims to increase reading rate to 25,000 words per minute (Scheele, 1993).

PhotoReading itself involves entering a ”relaxed state” and looking at, but not reading, each page of a text for a brief moment about I to 2 seconds). While this technique has received attention in the popular press, there had been no objective examinations of the technique’s validity. to examine the effectiveness of PhotoReading, the principal investigator (i.e., trainee) participated in a PhotoReading workshop to learn the technique.

Parallel versions of two standardized and three experimenter-created reading comprehension tests were administered to the trainee and an expert user of the PhotoReading technique to compare the use of normal reading strategies and the PhotoReading technique by both readers. The results for all measures yielded no benefits of using the PhotoReading technique. The extremely rapid reading rates claimed by PhotoReaders were not observed; indeed, the reading rates were generally comparable to those for normal reading. Moreover, the PhotoReading expert generally showed an increase in reading time when using the PhotoReading technique in comparison to when using normal reading strategies to process text. This increase in reading time when PhotoReading was accompanied by a decrease in text comprehension.

Fonte: http://202.118.250.135/nasa/STAR/star0003.pdf , pág 146.

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Leitura acima de 1000 palavras por minuto. Mito?

Atualmente, existem no mercado diversos cursos de leitura dinâmica, com métodos que variam entre livros, CDs, programas de computador e até mesmo verdadeiras máquinas para leitura. Alguns desses programas alegam ser de ensiná-lo a ler com velocidades que variam entre 2.000 a 25.000 palavras por minuto. Atualmente, só conhecemos uma pessoa capaz de ler a essas velocidades e com alta compreensão: Kim Peek. Ao contrário do que você possa imaginar, Kim jamais freqüentou qualquer um desses cursos de leitura dinâmica. Na verdade, Kim nasceu em 1951, com uma cabeça bem maior que o normal, em cuja parte posterior havia uma encefalocele (uma "bolha", do tamanho de uma bola de beisebol), que desapareceu. Havia também outras anormalidades, incluindo deformação do cerebelo – responsáveis por suas grandes dificuldades motoras. No entanto, o mais notável é a ausência do corpo caloso, a grande placa de tecido nervoso que normalmente interliga os hemisférios cerebrais. Os cientistas não sabem ao certo, mas essa combinação de anomalias tornou seu cérebro capaz de desenvolver uma habilidade de leitura e memorização realmente impressionantes.
Kim era capaz de ler duas páginas ao mesmo tempo, cada uma com um olho. Ele era rapaz de evocar com precisão qualquer trecho dos mais de 7.600 livros que ele já leu desde os três anos de idade. A maioria desses livros, ele apenas leu uma vez. Infelizmente, apesar de Kim ser continuamente estudado por cientistas do mundo inteiro, incluindo cientistas da NASA, ninguém sabe ao certo como Kim conseguia executar essas proezas. Desse modo, assim como ninguém sabe como Kim conseguia ler e memorizar tão facilmente, ninguém é capaz de ensinar essas habilidades a outras pessoas.
O design de nossos olhos e sistema nervoso definem alguns limites físicos para a leitura dinâmica. Ao contrário do que você possa imaginar, nossos olhos não mexem suavemente sobre cada linha de palavras. Caso queira verificar essa propriedade de nossos olhos, preste atenção aos olhos de alguém que está lendo algum material. Durante a leitura, nossos olhos fazem pequenos saltos, ou “fixações”. O número máximo de fixações físicas que o olho pode fazer é de 300 por minuto. Em leitores dinâmicos (eficientes), a distância entre cada fixação é de aproximadamente uma polegada. Isso significa que eles conseguem ver e registrar, aproximadamente três palavras por fixação.
Essa é a principal razão pela qual especialistas (sérios) costumam estimar que a maior velocidade de leitura possível, com total compreensão e sem pular palavras, é de 900 palavras por minuto. Muitas vezes, para aumentar nossa familiaridade com o material a ser lido, fazemos uma pré-leitura chamada Skimming. Durante o Skimming, simplesmente corremos os olhos pelo texto em busca de termos ou tópicos importantes. No entanto, ainda que você tenha excelentes habilidades em fazer esse tipo de leitura, ela nunca será capaz de substituir a leitura propriamente dita.
Assim, sugiro que você trate com certo ceticismo qualquer curso de leitura dinâmica que anuncia velocidades de leitura acima de mil palavras por minuto com total compreensão.
Se você acredita já ter uma boa velocidade de leitura, isso talvez aconteça porque você tenha o hábito de “saltar” palavras durante sua leitura, ainda que inconscientemente. Você talvez descubra que sua velocidade de leitura é abaixo da média e passe a saltar palavras para melhorar sua velocidade de leitura. Esse hábito de saltar palavras geralmente diminui a compreensão. Nos capítulos mais adiante, você aprenderá técnicas que lhe permitirão aumentar sua velocidade de leitura sem prejudicar o seu entendimento.
Provavelmente, você já foi abordado por pessoas que alegavam que, para ler dinamicamente você precisaria comprar máquinas, programas especializados ou participar de treinamentos caríssimos. Isso não é verdade. Cada um desses recursos traz algumas falhas, devendo ser utilizados apenas como complementos para o seu treinamento. Por exemplo, frequentemente esses métodos de leitura forçam uma velocidade fixa (ritmo) de leitura. Conforme dito em meu livro “Treinamento prático em leitura dinâmica”, você precisa variar o seu ritmo de leitura enquanto você lê. Outros sistemas não são capazes de simular no computador as dificuldades encontradas durante a leitura de material impresso – alvo principal de nossas leituras. As técnicas que ensino em meu livro ou nesse blog são tão eficientes, ou talvez mais eficientes, que qualquer uma dessas ferramentas que você possa adquirir. Tenho desenvolvido alguns estudos sobre linguagem e leitura na UFMG e jamais vi qualquer artigo que afirmasse que essa parafernália seja mais eficiente que as simples técnicas que lhes ensinarei aqui.
Algumas pessoas lhe dirão que é realmente possível ler em velocidades entre 2.000 e 25.000 palavras por minuto. Elas tentarão lhe convencer utilizando algumas frases feitas como: “você desconhece o seu verdadeiro potencial”, “para nosso cérebro, nada é impossível” ou “você está criando barreiras para seu desenvolvimento”. Essas pessoas provavelmente estão lhe tentando vender algum sistema que “não é qualquer cientista que realmente entende”. Assim, farão alguma proposta entre R$ 2.000 e R$ 15.000 para que você aprenda como esses fantásticos sistemas funcionam. Esses sistemas realmente funcionam: para os vendedores e criadores dos mesmos, que recebem milhares de dólares anualmente pelos seus livros e cursos. No entanto, é engraçado que esses mesmos empresários não invistam nem um dólar em pesquisas científicas que possam abalizar seus métodos. Se você fizer uma pesquisa minuciosa em portais científicos como sciencedirect ou scielo, verá que não existe qualquer menção à essas técnicas maravilhosas de leitura.
Finalmente, segue abaixo a tabela com os resultados do último campeonato de leitura dinâmica, realizado em 2003 na Inglaterra. 



 Adivinhe qual o método que Anne Jones ensina para seus alunos? As mesmas técnicas que ensino por aqui. Se esses sistemas de leitura acima de 20.000 palavras por minuto funcionam, por que nunca vemos resultados mais altos que esses nos campeonatos de leitura dinâmica?



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domingo, 17 de janeiro de 2010

Leitura dinâmica - O Regulador de Leitura

A técnica mais importante em um treinamento de leitura dinâmica é o uso do regulador de leitura. Em contrapartida, pouquíssimos cursos de leitura dinâmica do país ensinam essa técnica. O motivo de não ensinarem eu realmente desconheço, visto que a técnica do regulador não é apenas eficiente, mas também fácil de usar: você só precisará de usar seu dedo, caneta ou lápis. Ainda que a parafernália (taquitoscópio e outros equipamentos) utilizada por alguns cursos de leitura dinâmica possa realmente aumentar sua velocidade de leitura, a falta de praticidade que o uso desses equipamentos acarreta acaba desanimando o treinamento. Entendo que o treinamento de leitura dinâmica precisa ser como uma dieta balanceada: é preciso que ele seja incorporado no dia-a-dia, sem sacrifícios.

O uso do regulador foi descoberto por Evelyn Wood, pioneira nos estudos sobre leitura dinâmica. Em um dia como outro qualquer, Evelyn decidiu limpar alguns de seus livros empoeirados do porão. Enquanto limpava cada página, inconscientemente, Evelyn começou a acompanhar com seus olhos o movimento de suas mãos. Para sua surpresa, ao limpar cada página, ela estava sendo capaz de, simultaneamente, ler cada uma delas à velocidades incríveis. Estava nascido o método Wood de leitura dinâmica.

Veja algumas vantagens do uso do regulador de leitura:

• O regulador de leitura ajuda o leitor a manter um ritmo mais acelerado de leitura, durante o estudo de qualquer tipo de material escrito.
• O uso do regulador de leitura também promove um aumento da concentração. Observe, se você não estiver concentrado durante a leitura, você acabará percorrendo um trajeto bastante irregular com seu regulador de leitura. Assim, ainda que você distraia, você rapidamente perceberá sua desatenção e forçará novamente o foco na leitura.
• O regulador previne o retrocesso durante a leitura, seja ele involuntário ou voluntário, favorecendo a compreensão do texto.

O uso do regulador de leitura

Utilize seu dedo, lápis ou caneta (com tampa) para percorrer a região logo abaixo à linha que você está lendo. Se você estiver lendo no computador, use o mouse. O seu dedo, lapis, caneta ou mouse será o seu regulador de leitura. Quando você terminar uma linha, mova o regulador para a região logo abaixo à próxima linha e repita o processo até o final da sua leitura. Mantenha seus olhos acima no regulador, mas nunca olhe diretamente para ele. Sua atenção deve estar voltada para a visualização das palavras e não do regulador.
Em 1843, um estudioso francês chamado Laclair, descobriu que as letras de origem fenícia, como as de nosso alfabeto, eram identificáveis apenas pela parte superior.


Com base nessas informações, observe que é importante que você não fixe sua atenção à nenhuma palavra em especial. Para utilizar ao máximo do potencial de seus olhos, utilize do princípio descoberto por Laclair, fixando seu olhar levemente acima das palavras a serem lidas, lendo o máximo de palavras em cada fixação ocular.


Ao contrário do que as pessoas imaginam, a leitura não é efetuada em um ritmo constante. Assim, é importante que você diminua o ritmo de seu regulador caso você encontre algum trecho um pouco mais complexo. O leitor dinâmico, assim como um maratonista, precisa utilizar o ritmo adequado de acordo com os desafios que forem surgindo. O importante é não parar e manter sempre um ritmo – ainda que esse ritmo se altere ao longo da leitura. 


A partir de hoje, tente utilizar o regulador para todo o tipo de leitura que você fizer. Se você não tiver o hábito de ler diariamente, é importante que, durante esse estágio de adaptação ao uso do regulador de leitura, você utilize o regulador ao menos 15 minutos por dia. Lembra-se das metas diárias de leitura? Defina uma meta de leitura adequada para utilizar o regulador ao menos 15 minutos por dia. 


Nesse estágio de adaptação, se ao utilizar o regulador você sentir alguma perda sensível na compreensão do texto lido, páre de usá-lo por alguns instantes. Após a compreensão do trecho que originou suas dúvidas, retome ao uso do regulador. O uso do regulador demanda uma maior concentração do leitor. Assim, é comum que no início, ele diminua um pouco sua compreensão durante a leitura.


Ainda que esteja apenas iniciando o seu treinamento em leitura dinâmica, você provavelmente já perceberá um aumento da sua velocidade de leitura. Esse aumento pode não ser drástico, mas certamente já faz o exercício valer a pena. O aumento acontece porque esse exercício elimina o hábito do retrocesso, seja ele consciente ou inconsciente.

Para conhecer mais, leia: Treinamento Prático em Leitura Dinâmica

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Origens da leitura dinâmica

Os primeiros cursos de leitura dinâmica surgiram no início do século XX, período em que houve uma verdadeira explosão editorial, onde surgiam a cada dia mais e mais livros sobre diversos assuntos. A leitura tradicional, carregada de vícios como vocalização e subvocalização, não era mais adequada para a quantidade de material a ser lido. A maioria desses cursos pioneiros de leitura dinâmica surgiram de uma fonte completamente inesperada: a força aérea norte americana.
Naquela época, alguns técnicos táticos observaram que, durante o vôo, um certo número de pilotos estava tendo dificuldades em distinguir os aviões aliados e inimigos, durante o combate. Essa inabilidade trazia tanta desvantagem para os Estados Unidos, que psicólogos e pedagogos da Força Aérea Norte-Americana começaram a investigar possíveis soluções para esses problemas. Após bastante pesquisa, esses estudiosos desenvolveram uma máquina chamada taquitoscópio. O taquitoscópio é uma máquina bem simples, capaz de projetar diversas imagens em uma tela, uma após a outra, com intervalos de tempo bem definidos.
Para estudar a capacidade de identificação das aeronaves, os cientistas projetaram na tela diversas fotos de aeronaves aliadas e inimigas. Inicialmente, as imagens eram projetadas com intervalos de tempo bem grandes. No entanto, gradativamente, eles iam diminuindo o tamanho das imagens e o tempo de exposição. Após um tempo de treinamento, os cientistas descobriram que qualquer indivíduo era capaz de identificar em no máximo 15 centésimos de segundo e com altíssima precisão até as mais minúsculas fotos de aeronaves inimigas e aliadas.
Essas descobertas sobre as possibilidades de percepção visual levaram os cientistas a criarem estudos análogos, envolvendo a leitura. Usando o mesmo treinamento e equipamento, eles inicialmente projetaram na tela uma apenas uma palavra, que ficou exposta por cinco segundos. Após esses cinco segundos, essa palavra foi substituída por uma palavra um pouco menor, que foi exposta por um tempo ainda menor. Gradativamente, os cientistas foram aumentando o número de palavras e diminuindo seu tamanho e tempo de exposição. Os cientistas descobriram que o ser humano era capaz de identificar até mesmo quatro palavras simultaneamente, em um tempo de exposição de apenas 15 centésimos de segundo.
Essa descoberta levou a criação de diversos cursos de leitura dinâmica. Como esses cursos eram baseados no treinamento da Força Aérea, todos utilizavam o taquitoscópio em seu treinamento.
Esses cursos geralmente ofereciam ao aluno um gráfico onde eram anotados seus progressos. No eixo das ordenadas, encontrávamos uma escala de eficiência de leitura, graduada de 100 a 400 palavras por minuto. A maioria das pessoas, inicialmente com uma velocidade de 200 palavras por minuto, eram capazes de atingir até mesmo 400 palavras por minuto, com o treinamento adequado. Infelizmente, foi constatada uma grande insatisfação dos estudantes, semanas após o treinamento. Muitos dos estudantes que se submeteram a esse treinamento, em um curto espaço de tempo, voltaram a ter suas antigas velocidades de leitura.
Anos mais tarde, pesquisadores descobriram que o leitor mediano é capaz de ler de 200 a 400 palavras por minuto, sem qualquer esforço ou treinamento especial. Desse modo, foi constatado que esse aumento verificado após esse treinamento não tinha nenhuma relação com o uso do taquitoscópio. Na verdade, esse aumento foi decorrente da motivação que os alunos tinham por estar participando de um treinamento de leitura.
Foi apenas no final dos anos 50 que seria desenvolvido um método realmente prático de leitura dinâmica. Evelyn wood, professora e pesquisadora, passou a investigar o motivo pelo qual algumas pessoas, naturalmente, liam bem mais rápido do que as outras. Desse modo, ela passou a buscar técnicas que a possibilitassem ler mais rápido. No entanto, os relatos dos leitores dinâmicos naturais não eram muito úteis: grande parte deles não sabia como eles eram capazes de ler tão rápido.
Um dia, enquanto limpava alguns livros, ela percebeu que o movimento de suas mãos sobre o livro chamou a atenção de seus olhos, permitindo que eles percorressem com mais suavidade por toda a página. Assim, ela passou a utilizar uma das mãos como um guia para a leitura dinâmica. Estava criado o “Método Wood” de leitura. Evelyn também foi a responsável pela criação do termo “speed reading”, termo utilizado nos países de língua inglesa para se referirem a leitura dinâmica.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Grupo no MSN

Criamos um grupo de MSN para discutirmos sobre os temas relacionados a memorização, mapas mentais, leitura dinâmica e técnicas de concentração.

Para ingressar, basta adicionar o seguinte usuário a sua lista de amigos: group1017871@groupsim.com

Nos vemos online!

Abraços!

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Quantos F existem no texto abaixo?

Agora, diariamente, além das postagens tradicionais acerca de memória e aprendizagem, vou postar também algum exercício para a mente. Nos dias de hoje, nada mais fundamental que manter o cérebro vivo.

Quantos F existem no texto abaixo?

FINISHED FILES ARE THE RE
SULT OF YEARS OF SCIENTI
FIC STUDY COMBINED WITH
THE EXPERIENCE OF YEARS...

Funciona melhor entre os nativos de língua inglesa ou entre quem domine melhor o inglês. A maioria das pessoas encontra apenas 3 F. Mas será?

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Método Linkword

Linkword é um sistema mnemônico promovido por Michael Gruneberg nos anos 90, para se aprender novos idiomas. O método basea-se na semelhança entre sons e palavras.

O processo envolve a criação de uma imagem mental que vincula as palavras dos dois idiomas. Essa imagem geralmente é localizada em um ambiente bem conhecido pelo estudante.

Exemplo 1: Suponha que você pretende vincular a palavra inglesa ao seu significado no português: paz. Para isso, basta que você imagine em sua jornada uma piscina (peace) cheia de pombas mortas (paz).

Exemplo 2: Imagine que agora você queira aprender a palavra italiana spiega, que significa explicar em português. Nesse caso, basta que você imagine em sua jornada aleatória uma espiga (spiega) de milho dando aulas e escrevendo no quadro-negro.

Exemplo 3: Ventana em espanhol significa janela. É possível que você imagine sua amiga Ana em sua jornada aleatória fechando de forma agressiva uma janela.


O método não é uma inovação de Gruneberg. O famoso mnemonista Harry Lorayne já escreveu sobre um método similar em seu best-seller: “Super Power Memory”, da década de 50. Os prós e contras desse método e suas variações tem sido muito discutidas. Uma de suas maiores desvantagens é que se trata de um método exaustivo – inicialmente pode ser muito difícil criar imagens para cada palavra a ser aprendida. Apesar disso, com a prática é possível memorizar centenas de palavras em poucas horas.
 

A cidade do vocabulário

Essa técnica, desenvolvida por Dominic O´Brien, fundamenta-se na idéia de que um vocabulário básico é composto por coisas facilmente encontradas em um bairro, cidade ou vila. Assim, o estudante deve escolher uma cidade a que se familiarize e alocar imagens (usando as associações diretas entre a palavra estrangeira e a de seu idioma) em cada local por ele conhecido.


As palavras devem estar associadas a locais onde elas realmente seriam encontradas. Assim, palavras (imagens) relacionadas à padaria devem estar na padaria; aquelas referentes a vegetais e verduras devem estar no supermercado; e assim por diante.

Lembrando gêneros

Distinguir gêneros (feminino e masculino) em um idioma é bastante complicado. A fim de solucionar esse problema, propõe-se uma divisão de sua cidade imaginária em duas regiões: uma destinada para imagens masculinas e outra para as femininas. Essa divisão pode ser feita por avenidas, rios ou qualquer outro marco físico.

Algumas críticas ao método

Uma crítica ao método é a impossibilidade de se vincular a uma mesma palavra diversos significados. Na realidade, as palavras geralmente têm vários significados diferentes e é preciso que os estudantes consigam identificar cada um deles. Por esse motivo é que essa técnica deve ser utilizada como uma ferramenta inicial e não como um método único de abordagem do idioma.

Isso basta?

Vale salientar que esse não é um novo método de ensino de idiomas. Na verdade, trata-se de uma ferramenta capaz de promover a aquisição de um vocabulário rico em um curto espaço de tempo. Seu emprego, aliado aos métodos formais de aprendizado, otimizará seu desenvolvimento de forma fantástica.

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Erros comuns ao se aprender um novo idioma

“Ouvirei o curso em áudio enquanto arrumo a casa, lavo o carro, dirijo para o trabalho ou durmo.”

    Apesar de parecer uma forma de ganhar tempo, infelizmente essas abordagens não funcionam. Você não pode apenas apertar o botão de “play” e deixar o idioma fluir em você. Infelizmente estudos mostram que o estudo subliminar não é eficiente. É o mesmo que achar que basta estar matriculado em uma academia de ginástica para ficar esbelto. Você pode usar as fitas cassetes em momentos em que você realmente não está fazendo nada, podendo dedicar-se integralmente ao aprendizado, como na sala de espera do seu dentista ou no ponto de ônibus.
    Ao estudar o material em áudio, tente absorver o máximo das informações indicadas na fita, escutando cada palavra, aprendendo, dominando e sempre avaliando seu aprendizado de cada trecho a ser aprendido.   

“Como não estou mais na escola, o tempo não é importante. Aprenderei no meu ritmo, pularei um dia; dois dias; e o material estará sempre me esperando”.


    Esse é um dos maiores mitos no aprendizado de novos idiomas. O aprendizado de um novo idioma tem muito em comum com um inimigo militar. Não deixe-o descansar ou escapar de seus ataques. Claro que o aprendizado não é seu inimigo, mas essa é uma boa ilustração para suas táticas de estudo. Um programa de aprendizado que envolva disciplina e dedicação está trilhando os caminhos do sucesso.
 
“Esse capítulo que estou estudando é muito difícil e provavelmente não é tão importante. Vou pulá-lo para estudá-lo mais tarde.”

    Não fuja dos obstáculos que aparecerem em seu caminho enquanto aprende o novo idioma. Qualquer idioma possui suas dificuldades. Em vez de contornar todos esses obstáculos, enfrente-os. Pode parecer masoquismo, mas também quero que você aprenda os nomes das letras do alfabeto e dos termos gramaticais do novo idioma na língua nativa. Assim, quando tiver a oportunidade em visitar o país do idioma escolhido, você pode inclusive tirar dúvidas de gramática ou de escrita com os próprios nativos. 

“Eu nunca vou tentar falar o idioma aprendido no sotaque original dos nativos, visto que nunca conseguirei reproduzi-lo corretamente.”


    Ninguém é preso por atentado ao pudor apenas por vestir-se mal. Por outro lado, uma pessoa que não se preocupa com o vestuário nunca irá nos surpreender com sua aparência. Ocorre o mesmo com o sotaque. Enquanto estiver aprendendo o novo idioma, porque não tentar – a um custo muito pequeno – imitar o sotaque original? Caso não consiga, nada de mal vai lhe ocorrer. Em caso de sucesso, você será muito bem visto pela comunidade nativa.

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Curso Super-memória RJ - Últimas vagas

Objetivo do Curso - Potencializar a capacidade de aprendizagem e memorização do participante, acelerando seus processos de estudo, leitura, fixação e retenção de conhecimentos.

Metodologia - Dinâmicas e técnicas de aplicações PRÁTICAS, com planejamento pós-curso (plano de ação). O foco constante na prática possibilita que o participante sinta-se seguro e motivado em aplicar imediatamente o que aprendeu, no seu dia-a-dia.

Você Recebe
- Apostila Didática + Livro "SUPER MEMÓRIA"

Os temas com aplicação de Memorização abordam:

* Leitura Dinâmica com alto grau de retenção e compreensão
* Estratégias de memorização X Tipos de informação a memorizar
* Como criar rotina e hábitos produtivos de estudo
* "Curva do Esquecimento": como reter informações recém adquiridas
* Evitando brancos em provas
* Mapas mentais - ou Mind Maps - técnica avançada de anotação que usa os dois hemisférios cerebrais e é utilizada na Europa desde a década de 70
* Técnicas para aumentar a concentração

Os temas com aplicação de Neurolingüística - PNL, mostram como desenvolver:

* Estados mentais e emocionais de excelência no processo de aprendizagem
* Metas de alto impacto para os estudos
* Ciclos eficazes de aprendizagem
* Foco e atenção concentrados
* Ativação do cérebro (Interface Cerebral)
* Motivação para o aprendizado

Matrículas: Instituto INAP

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sábado, 9 de janeiro de 2010

Aprendendo novos idiomas - Crianças tem mesmo mais facilidade?

“Como se chama uma pessoa que fala dois idiomas?”
“Bilíngüe.”
“Como se chama uma pessoa que fala três idiomas?”
“Trilíngüe.”
“Como se chama uma pessoa que fala quatro idiomas?”
“Quadrilíngüe.”
“Como se chama uma pessoa que fala apenas um idioma?”
“Americano.”



Crianças têm mesmo mais facilidade?

    Muitas pessoas acreditam que um adulto não é capaz de imitar a fluência de alguém que aprendeu outro idioma na infância. E realmente existem estudos que comprovam isso.
    No entanto, as pessoas costumam confundir essas descobertas: que a idade de aquisição afeta o seu aprendizado da gramática – com a idéia de que crianças adquirem um vocabulário vasto mais rápido do que adultos. Isso não é verdade. Adultos têm um grande número de vantagens sobre as crianças na aquisição de novas palavras:

•    eles geralmente têm mais estratégias de aprendizado do que as crianças,
•    eles têm um maior vocabulário na sua língua nativa (o que torna mais fácil encontrarem semelhanças entre os idiomas),
•    eles têm (por enquanto) uma maior capacidade na memória de trabalho,

    Por esses motivos, adultos podem aprender novas palavras mais rápido do que as crianças. O motivo da crença de que crianças têm maior facilidade na aquisição de um novo vocabulário surge da aparente mágica envolvida no processo de aprendizado infantil. Apesar de realmente existir algo “mágico” no processo em que a criança aprende gramática, a aquisição de vocabulário não é tão mágica assim. Na verdade, crianças são bem lentas no aprendizado de novas palavras, aprendendo em média:

12  - 16 meses:         0.3 palavras/dia
16  - 23 meses:         0.8 palavras/dia
23  - 30 meses:         1.6 palavras/dia
30 meses - 6 anos:   3.6 palavras/dia
6  – 8 anos:               6.6 palavras/dia
8 – 10 anos:             12.1 palavras/dia

Extraído de "How Children Learn the Meanings of Words", Paul Bloom (2000)

Aprendendo idiomas na escola

    As pessoas costumam crescer acreditando que aprender novos idiomas é algo difícil. Não é difícil! Simplesmente parece uma tarefa complicada porque a forma como os idiomas são ensinados em nossas escolas (e provavelmente em outras escolas do mundo) é chata e ineficiente. O fato de poucos de nós apresentarmos fluência no inglês ou francês, apesar de todos nós termos tido aulas desses idiomas no colégio, confirma a ineficiência desse método de ensino tradicional.
    Nas próximas postagens desse Blog, você vai aprender a fazer um aprendizado por imersão: como se estivesse realmente em outro país. Não perca nosso próximo post!

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Memorização de nomes e rostos - PARTE II

Já conheço alguém com esse nome

Apesar de não ser uma técnica de fácil aplicação nos campeonatos de memória, é bastante útil em nosso dia-a-dia (aliás, muitos de nós já a utilizamos diariamente). Observe uma coisa: já reparou como dificilmente nos esquecemos do nome de pessoas que possuem o mesmo nome de pessoas muito próximas a nós? Por exemplo, suponha que você acaba de ser apresentado a alguém que possui o mesmo nome de sua mãe. Provavelmente, esse fato lhe chamará a atenção (você talvez até comente sobre isso em voz alta) e fará você recordar do nome dessa pessoa posteriormente.
Toda vez que você for apresentado a alguém que já possui o mesmo nome de alguém que você já conheça, crie uma forte associação visual entre essas duas pessoas. Por exemplo, suponha que seu parceiro de tênis se chama João. Nesse caso, vamos imaginar que você acaba de ser apresentado a outra pessoa que também possui esse mesmo nome. Assim, para memorizar o nome, bastará que você crie uma associação visual entre os dois joãos. Por exemplo, você pode imaginar que os dois são parceiros de tênis e, mentalmente, visualizar uma cena em que os dois jogam tênis. Insta salientar que simplesmente pensar “Ah, ele é parceiro de tênis do João que já conheço” não é o suficiente. Ao criar mentalmente uma cena, mais gatilhos de memória serão ativados. Uma outra dica para a elaboração dessa associação visual: utilize um ambiente como gatilho para o próprio nome. Voltemos ao exemplo do João que possui o mesmo nome de seu parceiro de tênis. Se você ambientar a sua associação visual em um ambiente que possui um gatilho para o nome “João”, a técnica funcionará melhor. Por exemplo, você se lembrará mais facilmente da cena e do respectivo nome se ele for ambientado em um local que seja próprio do João, jogador de tênis. Nesse caso, imaginar que ambos jogam tênis na casa do João que você já conhecia será uma associação mais poderosa que simplesmente imaginar que eles jogam tênis em um lugar qualquer.
Vamos a outro exemplo. Você acaba de conhecer uma linda garota chamada Valéria. Suponha que você possui uma prima chamada Valéria e que é advogada. Nesse caso, você pode imaginar que as duas Valérias estão na casa da
Valéria que você já conhecia, realizando algum trabalho típico da advocacia. Assim, teremos criado dois gatilhos para o nome a ser memorizado: a profissão e o local.

NOMES DESCONHECIDOS


Nomes com significado embutido


Muitas vezes somos apresentados a nomes desconhecidos, mas que têm um significado muito bem definido. Nomes como Rosa, Elmo, Machado ou Íris podem ser facilmente visualizados. Vamos supor que você acaba de conhecer a Dona Íris. Infelizmente você não conhece ninguém chamado Íris. Sem problema! Basta que você observe-a e faça um julgamento! Essa nova pessoa parece com alguém famoso? Essa pessoa se encaixa no estereótipo de alguma profissão? Caso afirmativo, pense na primeira localização que lhe vier à mente. Pode ser um estádio de futebol, uma boate ou até mesmo um hospital. O importante é que você escolha a primeira localização que lhe venha à cabeça. Caso essa pessoa seja desinteressante e facilmente esquecível, use o local do primeiro encontro como sua localização.
Agora que já temos uma localização (um forte gatilho de memória), basta que você crie uma imagem envolvendo a pessoa em questão, o seu nome e o local determinado. Assim, supondo que Íris se pareça com uma atriz, você poderia imaginar Íris (pessoa apresentada) lutando com um olho gigante (Íris) em um set de filmagem (local).

Rosto da pessoa  Set de filmagem  Pessoa brigando com um olho gigante  Íris

Nomes sem significado

Infelizmente ao sermos apresentados a nomes desconhecidos, nos deparamos com nomes que não nos remetem a imagem alguma. Certos nomes, como Bernardo ou Jonathan, não são facilmente visualizáveis. Nesse caso, devemos dar um significado ao nome. Substitua-o por uma palavra que foneticamente seja semelhante, mas que seja fácil de imaginar. Ex: Iolanda, substitua por io-iô, Leonardo por leopardo... Se você substituir um nome por um substantivo que seja a primeira sílaba do nome, o método também funciona. Ex: Paulo por pau, Renata por Rena e assim por diante. A escolha da palavra a substituir o nome é algo bem pessoal. Assim sendo, suas escolhas podem não combinar com a minha. Mas não importa. O efeito é o mesmo. O importante é utilizar alguma sílaba do nome para funcionar como um gatilho de memorização.
Sei que pode parecer bizarro ou até mesmo infantil, mas essas técnicas realmente funcionam. Políticos muito populares como Paulo Maluf ou John Kennedy são mestres em utilizar esses métodos. Ao sabermos os nomes das pessoas, rapidamente saímos do patamar de conhecidos para nos tornar amigos delas. O próprio nome é a melhor música que poderíamos ouvir em uma conversa.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Memorização de nomes e rostos - PARTE I

TÉCNICA BÁSICA

    Muitas pessoas dizem esquecer facilmente os nomes das pessoas. Quantas vezes você já passou pelo constrangimento de estar conversando com uma pessoa que você convive diariamente e se esqueceu de seu nome? Em minhas palestras e seminários sobre memorização, frequentemente escuto a seguinte frase: “Comigo acontece algo engraçado: eu geralmente me lembro com clareza do rosto da pessoa. No entanto, o nome dificilmente vem à minha mente.” Isso acontece por alguns motivos:


•    Geralmente, não nos esquecemos dos nomes das pessoas. Para nos esquecermos de algo, é preciso que, ao menos uma vez, tenhamos sabido aquela informação. Na maioria das vezes, você simplesmente NUNCA soube o nome daquele colega que trabalha ao seu lado. Ou então, ouviu apenas uma vez o nome daquela pessoa, mas estava preocupado demais com outras coisas para sequer prestar atenção àquele nome para, posteriormente, poder evocá-lo com precisão.
•    Identificar um rosto é uma tarefa de reconhecimento. Em contrapartida, lembrar-se de um nome é uma tarefa de recuperação de informação. Reconhecer é bem mais fácil que evocar com precisão alguma informação. Posteriormente, escreverei sobre experimentos envolvendo tarefas de reconhecimento.
•    Suponha que você acaba de conhecer uma pessoa e ela diz seu nome duas vezes. Posteriormente, vocês se reunem por 60 minutos em uma reunião de negócios. Após a reunião, você terá visto o rosto dessa pessoa por 60 minutos ininterruptamente. Infelizmente, seu nome, foi pronunciado em apenas alguns segundos.

Diante de tudo isso, podemos compreender que saber o nome das pessoas não é tarefa fácil. Veja a seguir algumas técnicas bastante eficazes para tornar esse tipo de esquecimento em algo bastante.
A primeira regra para começar seu treinamento de memorização de nomes é: criar um interesse pelo nome da pessoa. Naturalmente, nos lembramos daquilo que nos interessa. Por exemplo, suponha que você acaba de conhecer duas amigas em uma festa, das quais apenas uma lhe interessa. Obviamente, o nome da menina que lhe interessa fixará mais facilmente em sua mente que o nome da outra amiga. Desse modo, crie o hábito de : ouvir bem o nome dessa pessoa. Parece simples, mas as pessoas não costumam fazer isso. Todo mundo gosta que os outros mostrem interesse pelos seus nomes. Assim sendo, não tenha receio em pedir para a pessoa repetir um nome, caso você não tenha ouvido bem. Alguns nomes possuem grafia dupla ou complicada. Sempre que achar necessário, cesse suas duvidas sobre a grafia do nome. Caso seja um nome diferente, comente o fato. Nomes diferentes geralmente fixam melhor em nossa memória que nomes muito comuns. Procure introduzir ocasionalmente o nome no meio da conversa. Sempre despeça da pessoa repetindo o nome dela.
    Apenas essa dicas já provocará uma melhora surpreendente na sua capacidade em memorizar nomes. A seguir serão ensinadas dicas para tornar sua capacidade de memorizar nomes de pessoas em algo extraordinário. Oras, mas como ser capaz de memorizar o nome de dezenas de pessoas em alguns minutos? Certamente, para o homem-memória, serão necessárias algumas técnicas mais poderosas.

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Memorização do Calendário

 Existem dois objetos que nunca estão ao nosso alcance quando realmente precisamos: guarda-chuva e calendário. Incrível quantos compromissos importantes nós adiamos por não termos em nossas mãos um calendário. Aprender o calendário do ano atual, do ano passado e do próximo ano é uma tarefa bem simples. Duvida? Continue lendo e ao final do capítulo, com pouco esforço, você será capaz de dizer o dia da semana de qualquer data desse ano.

Já vi muitos métodos que resolvem essa questão. Infelizmente muitos deles são mais difíceis do que buscar uma folhinha. Vou lhe apresentar um método bem simples, que consiste apenas em somas simples e subtrações por múltiplos de sete.

Mas afinal, pra que vou aprender isso?

Compreendo que saber o calendário Juliano e Gregoriano de cabeça não tem tanta serventia prática. No entanto, caso já tenham me visto fazendo tal coisa na TV, imagino que ao menos tenham curiosidade em saber qual o método que utilizo. Além disso, é um número que faz o maior sucesso com as garotas (bem, ao menos faz sucesso com a Miss Memória, mulher do homem-memória).

As bases do método

O método consiste apenas na seguinte fórmula:

DIA + CHAVE DO MÊS + CHAVE DO ANO – MAIOR MULTIPLO DE 7

Exemplo 1:

Suponhamos que você deseja saber em que dia da semana caiu 9 de Setembro de 1985. Olhando as tabelas de chave, constatamos que a chave para o ano de 1985 é 1 e que a do mês de Setembro é 6.

9 (dia) + 6 (chave do mês) + 1 (chave de 1985) = 16

O maior múltiplo de 7 que podemos subtrair de 16 é 14.

16 – 14 = 2

9 de Setembro de 1985 foi uma Segunda-Feira

Fácil não?

O resultado da subtração corresponde ao dia da semana.

Domingo = 1

Segunda-Feira = 2

Terça-Feira = 3

Quarta-Feira = 4

Quinta-Feira = 5

Sexta-Feira = 6

Sábado = 0

Bem, sei que você quer saber como iremos descobrir a chave para cada mês. Abaixo seguem as chaves para todos os meses:

janeiro = 1

fevereiro = 4

março = 4

abril = 0

maio = 2

junho = 5

julho = 0

agosto = 3

setembro = 6

outubro = 1

novembro = 4

dezembro = 6

Mas como memorizar as chaves dos meses?

Memorizar essas chaves pode se tornar difícil e maçante. Para facilitar nessa missão, eu criei algumas historinhas que podem lhe ajudar a se lembrar de cada uma delas. Caso queira, você pode criar suas próprias histórias.

Janeiro: É o primeiro mês do ano. Moleza lembrar que sua chave é 1.

Fevereiro e março: Geralmente o carnaval cai em Fevereiro ou Março. Geralmente o carnaval é comemorado durante 4 dias. Assim, a chave para esses meses é 4.

Abril: É o mês da mentira. Aluno que mente tira 0 na prova.

Maio: É o mês das noivas. Para fazermos um casamento convencional nós precisamos de 2 pessoas.

Junho: Junho tem 5 letras.

Julho: Mês das férias escolares. Nas férias temos 0 aulas.
Agosto: Agosto é o mês do desgosto. Agosto e desgosto têm 3 sílabas.

Setembro: a chave do mês SEISTEMBRO é 6.
Ou1ubro: Preciso mesmo repetir qual a chave de Outubro?

Novembro: novembro é o mês da república. República tem 4 silabas.

Dezembro: Em dezembro comemoramos o aniversário de Cristo. Cristo tem 6 letras.

Claro que muitas dessas historinhas podem parecer meio forçadas, mas ajudarão a lembrar de cada chave do mês. Para calcular o dia da semana para qualquer data desse ano, basta que você consulte a tabela abaixo e veja a chave do ano corrente.

Calendário de 2004 a 2015

Veja abaixo as chaves dos anos de 2004 a 2015:

2004 = 4

2005 = 5

2006 = 6

2007 = 0

2008 = 2

2009 = 3

2010 = 4

2011 = 5

2012 = 0

2013 = 1

2014 = 2

2015 = 3

(descobriu o padrão?)

Exemplos

a) Qual o dia da semana em que caiu 12/01/2009?

Elementar meu caro Watson! Nesse caso, teremos 12 (dia do mês) + 1 (chave de janeiro) + 3 (chave do ano de 2009).

12 + 1 + 3 = 16 – 14 (maior multiplo de 7) = 2

Assim, 12/01/2009 foi uma segunda-feira.

b) Qual o dia da semana em que caiu 05/10/2005?

5 + 1 + 5 = 11 – 7 = 4

Assim, 05/10/2005 foi uma quarta-feira.

c) Qual o dia da semana da data 01/04/2008 ?

1 + 0 + 2 = 3.

Assim, 01/04/2008 foi uma terça. Note que, nesse exemplo, não precisamos subtrair os multiplos de 7.

Anos bissextos

Se surge alguma data com ano bissexto, às vezes você terá que fazer uma pequena alteração nos cálculos. Anos bissextos são divisíveis por 4 (1972, 1976, 1980, 1982...) mas que não são múltiplos de 100, com exceção daqueles que são múltiplos de 400 (1600, 2000, 2400...). Caso a data envolvida esteja nos meses de janeiro ou fevereiro de um ano bissexto, bastará que você subtraia uma unidade do resultado final. Se a data estiver em um ano bissexto, mas em um mês diferente de janeiro ou fevereiro, os cálculos permanecem inalterados.

Exemplo

12/01/2004 = 12 + 1 + 4 = 17 – 14 = 3

Seria uma terça-feira. Como é uma data em ano bissexto E em janeiro, pegamos um dia anterior: segunda-feira.

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