sábado, 25 de junho de 2011

Os Sete Pecados da Memória - Sétimo Pecado: Persistência

 Essa postagem de hoje encerra nossa série sobre os Pecados da Memória. James McGaugh, diretor fundador do Centro de Neurobiologia de Aprendizado e Memória, costuma dizer que um dos aspectos mais notáveis da memória é o esquecimento. Esquecer é normal e necessário. Sholem Asch, famoso escritor polonês radicado nos Estados Unidos, costumava dizer que “não é o poder de se lembrar, mas justamente o contrário, o poder de se esquecer, é uma condição necessária para nossa existência”.
Muitas de nossas lembranças nos incomodam, como os medos, humilhações ou perdas. Outras nos prejudicam, como as fobias, estresse pós traumático ou até mesmo transtornos obsessivos compulsivos.

O pecado da persistência se refere à tendência de, involuntariamente, revisitar lembranças que nos incomodam. A lembrança indesejada pode variar desde uma música do Parangolê que não sai da sua cabeça chegando até mesmo a um evento traumático, como um acidente de carro. Nesses casos, quanto mais nos esforçamos para parar de pensar na lembrança intrusiva, mais forte ela aparece em nossa consciência.

Livrando-se dos earworms
(extraído de http://saude.hsw.uol.com.br/musicas-grudam-na-cabeca1.htm)

James Kellaris, professor de marketing da Escola de Administração de Negócios da Universidade de Cincinnati, fez uma pesquisa sobre earworms e coceira cerebral, e descobriu que cerca de 99% das pessos já foram vítimas do fenômeno uma vez ou outra [fonte: BBC News]. Kellaris diz que mulheres, músicos e pessoas neuróticas, cansadas ou estressadas são mais propensos aos ataques dos vermes de ouvido. Com músicos, faz sentido, já que eles escutam música continuamente, mas Kellaris não tem certeza do por que as mulheres serem mais susceptíveis aos earworms.

Pesquisadores também não estão certos sobre por que algumas canções grudam mais que outras, mas todos temos uma música que nos deixa loucos. Frequentemente, as músicas têm uma melodia alegre, simples; letra repetitiva e fácil de lembrar; e uma surpresa, como uma batida extra ou um ritmo incomum - os mesmos fatores que tornam as canções ou jingles populares em primeiro lugar (como o jingle da palha de aço Assolan, baseado no rítmo do música "Festa no apê", do Latino).
A maioria das pessoas (74%) é pega por músicas com letras, mas jingles publicitários (15%) e músicas instrumentais (11%) também podem ser duras de se livrar [fonte: DeNoon]. O que nos faz lamentar é motivo de celebração para gravadoras e publicitários, que são extasiados quando as pessoas não conseguem tirar da cabeça suas músicas ou jingles.
Ao contrário da crença popular, nós não repetimos apenas as músicas que odiamos. Em um estudo feito por pesquisadores da Bucknell University, mais de metade dos estudantes que tinham canções grudadas na cabeça classificaram-nas como agradáveis, e 30% como neutras. Apenas 15% das músicas foram consideradas desagradáveis.
Como tirar uma música da cabeça
Infelizmente não há forma testada e comprovada de tirar uma música-chiclete da cabeça depois que ela está alojada. Elas podem martelar seu cérebro por poucos minutos ou por dias a fio - tempo bastante para deixar qualquer pessoa são batendo pino. A maioria dos earworms vai embora por conta própria, mas se uma canção estiver enchendo o seu saco ao ponto da insanidade, aqui vão umas poucas dicas para tentar:

1. Cante outra canção, ou toque outra melodia ou instrumento. Mude para uma atividade que o mantenha ocupado, como malhar.
2. Ouça a canção inteira (isso funciona para algumas pessoas, principalmente para aquelas que se lembram apenas de parte da música que está grudada).
3. Ligue o rádio ou o CD para que o cérebro sintonize outra canção.
4. Compartilhe a canção com um amigo (mas não se surpreenda se a pessoa virar um ex-amigo quando ele ou ela for embora cantarolando a melodia).
5. Visualize o earworm como uma criatura real de arrastando para fora da sua cabeça,e depois imagine-se pisando nele.

2 comentários:

B disse...

Olá Alberto, me chamo Bruno e gosto muito de ler. Ja li o livro do William Douglas sobre leitura dinâmica e la ele fala que com treinamento podemos chegar à 300 ppm. Oque voce acha disso ? Acha que podemos chegar a mais ? Obrigado desde já, caso prefira se comunicar por email, meu email é astrospace23@gmail.com Um abraço

Amanda Rosso disse...

Olá, Alberto. Conheço seu trabalho há algum tempo e já tive a oportunidade de acompanhar um curso seu pela internet. Na ocasião, surgiu uma dúvida e, talvez, este seja um bom espaço para saná-la. Sei também que você é psicólogo e, por isso, gostaria de saber se, por acaso, o retrocesso involuntário na leitura tem algo a ver com TOC. Sofro com esses dois problemas e ambos me parecem ter algo em comum. Há algum estudo nesse sentido? Obrigada e parabéns pelo excelente trabalho!

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