quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Provando a Hipnose

Uma das postagens que mais têm feito sucesso no blog foi aquela sobre hipnose, onde ensinava como realizar um exercício para fixar uma caneta em seus dedos. Continuando o assunto, posto uma reportagem da Mente e Cérebro onde os mitos e segredos da hipnose foram revelados. Espero que gostem e comentem! "Você está ficando sonolenta. Muuuito sonolenta..." Um homem de colete balança seu relógio de bolso de um lado para outro diante do rosto de uma jovem em uma sala da era vitoriana. Ela fixa o olhar no relógio, seguindo o movimento pendular com os olhos. Momentos depois ela está afundada na cadeira, olhos fechados, respondendo às perguntas do hipnotizador como um zumbi.

Todo mundo já viu uma cena de hipnose como esta no cinema ou na televisão. De fato, basta dizer a palavra "hipnose" para muitos pensarem em relógios de bolso. Hoje, porém, é mais comum que o hipnotizador simplesmente peça a uma pessoa para fixar o olhar num objeto imóvel - como uma tachinha colorida numa parede branca - durante o "estágio de indução", que em geral consiste em palavras suaves, que sugerem relaxamento e concentração.

Mas a hipnose é um fenômeno de fato verdadeiro? Em caso afirmativo, é útil para quê? Durante os últimos anos, os pesquisadores descobriram que indivíduos hipnotizados respondem de forma ativa às sugestões, ainda que às vezes percebam as mudanças radicais de pensamento e de comportamento que experimentam como se acontecessem "por si mesmas". Durante a hipnose, é como se o cérebro suspendesse temporariamente as tentativas de validar a informação sensorial que recebe. Algumas pessoas são mais hipnotizáveis que outras, embora os cientistas ainda não saibam por quê. Não obstante, a hipnose está encontrando usos médicos no controle da dor crônica, no tratamento da ansiedade e em combinação com procedimentos hospitalares convencionais - na recuperação mais rápida de pacientes que sofreram cirurgias, por exemplo.

Apenas nos últimos 40 anos os cientistas tiveram acesso a instrumentos e métodos para separar os fatos sobre a hipnose das suposições exageradas. Mas o estudo dos fenômenos hipnóticos está hoje solidamente incorporado ao domínio da ciência cognitiva normal, com artigos sobre hipnose publicados em algumas das mais seletivas revistas científicas e médicas. É claro que espetáculos como a "hipnose encenada" com propósito de entretenimento não desapareceram. Mas os novos achados revelam como o poder da sugestão hipnótica pode, quando usado de maneira adequada, alterar processos cognitivos tão diversos quanto a memória e a percepção da dor.
Escalas de suscetibilidade
Para estudar qualquer fenômeno com propriedade, antes de mais nada os pesquisadores devem adotar um modo de medi-lo. No caso da hipnose, são adotadas as Escalas de Suscetibilidade Hipnótica de Stanford, concebidas no final da década de 50 pelos psicólogos André M. Weitzenhoffer e Ernest R. Hilgard, da Universidade Stanford, e ainda hoje usadas para determinar até que ponto um indivíduo responde à hipnose.

Uma versão das escalas de Stanford, por exemplo, consiste em uma série de 12 atividades - como manter o braço da pessoa estendido ou inalar o conteúdo de uma garrafa - que testa a profundidade do estado hipnótico.

No primeiro exemplo, os indivíduos são levados a acreditar que estão segurando uma bola muito pesada, e são "aprovados" se o seu braço se curva sob o peso imaginado. No segundo caso, as pessoas são induzidas a pensar que não têm o sentido do olfato, e um frasco de amônia é agitado sob seu nariz. Se elas não apresentam reação, são consideradas muito suscetíveis à hipnose.

As escalas de Stanford variam de zero, para indivíduos que não respondem a nenhuma das sugestões hipnóticas, a 12, para aqueles que são sensíveis a todas elas. A maioria das pessoas alcança a pontuação média (entre 5 e 7); 95% da população obtêm uma pontuação de pelo menos 1.

O que é hipnose

Baseados em estudos que usam as escalas de Stanford, pesquisadores com perspectivas teóricas muito diferentes hoje concordam com vários princípios fundamentais da hipnose. O primeiro deles é que a capacidade de uma pessoa para responder à hipnose é bastante estável durante a vida adulta. No talvez mais enfático exemplo disto, um estudo mostrou que, quando reavaliados, os indivíduos estudados por Hilgard obtiveram, aproximadamente, as mesmas pontuações nas escalas de Stanford que 10, 15 ou 25 anos antes. Estudos mostraram que a pontuação de um indivíduo nas escalas de Stanford permanece tão similar ao longo do tempo quanto o QI - se não mais. Além disso, há evidências de que a suscetibilidade à hipnose pode ter um componente hereditário: gêmeos idênticos têm maior probabilidade de obter pontuações parecidas nas escalas de Stanford do que gêmeos não-idênticos do mesmo sexo.
A suscetibilidade de uma pessoa à hipnose também permanece coerente a despeito das características do hipnotizador: o gênero, a idade e a experiência do hipnoterapeuta têm pouco ou nenhum efeito na capacidade de um indivíduo ser hipnotizado. Da mesma forma, o sucesso não depende de o indivíduo estar motivado ou ser especialmente propenso. Um indivíduo muito suscetível será hipnotizado mesmo sob uma variedade de condições experimentais e terapêuticas, ao passo que uma pessoa menos suscetível não será, apesar de seus sinceros esforços. (Atitudes e expectativas negativas podem, entretanto, interferir na hipnose.)

Outros estudos também mostraram que a capacidade de ser hipnotizado não está relacionada a características de personalidade como histeria, psicopatologia, credulidade, confiança, agressividade, submissão ou imaginação. Nem os indivíduos que são hipnotizáveis com facilidade são mais sensíveis do que os outros a influências sociais como questões ambíguas ou pressões do meio. Por outro lado, ser suscetível à hipnose está relacionado à capacidade de uma pessoa concentrar-se em atividades como ler, ouvir música ou sonhar acordado.

A grande capacidade de uma pessoa ser hipnotizada sem esforço poderia em parte ser determinada pela morfologia cerebral. Em 2004, James E. Horton, da Universidade da Virgínia, e Helen J. Crawford, do Instituto Politécnico da Virgínia, mostraram com imagens MRI (ressonância magnética) que o rostro do corpo caloso era 32% maior em indivíduos altamente hipnotizáveis do que em indivíduos não suscetíveis à hipnose. Essa região do cérebro é responsável pela atenção e por inibir estímulos indesejados.

Sob hipnose, os indivíduos não se comportam como autômatos passivos, mas como pessoas que solucionam problemas e que incorporam suas idéias morais e culturais ao próprio comportamento, enquanto permanecem bem sensíveis às expectativas do hipnotizador. Não obstante, o indivíduo não experimenta o comportamento sugerido pela hipnose como algo que é alcançado de forma ativa. Ao contrário, isto em geral é considerado como algo que não depende de esforço - simplesmente acontece. Pessoas que foram hipnotizadas dizem coisas como "Minha mão ficou pesada e abaixou sozinha", ou "De repente, percebi que não sentia nenhuma dor".
Muitos pesquisadores acreditam hoje que este tipo de desconexão é a essência da hipnose. Ao responder a uma sugestão, os indivíduos fazem movimentos sem consciência, não percebem a estimulação excessiva de dor ou esquecem por um certo tempo um fato conhecido. É claro que este tipo de coisa também acontece fora da hipnose - na vida cotidiana e em certas desordens psiquiátricas e neurológicas.

Usando a hipnose, os cientistas criam temporariamente, em laboratório, alucinações, compulsões, certos tipos de perda de memória, falsas recordações e ilusões, de forma que estes fenômenos possam ser estudados em um ambiente controlado.

O que a hipnose não é

Quanto mais os cientistas descobrem sobre a hipnose, mais encontram evidências que contrariam certas dúvidas sobre a técnica. Uma dessas hipóteses é a de que a hipnose seria motivada por uma imaginação vívida, mas isso não parece se verificar. Muitas pessoas imaginativas não são hipnotizáveis, e nenhuma relação entre as duas capacidades foi determinada.

A questão sobre a imaginação vem do fato de que muitas pessoas que são hipnotizáveis podem ser levadas impulsivamente a experimentar alucinações auditivas e visuais realistas. Mas um estudo que usa a tomografia de emissão de pósitrons (PET) - que também mede o metabolismo - mostrou que diferentes regiões do cérebro são ativadas quando um indivíduo imagina um som, mais do que quando tem uma alucinação sob hipnose.

Em 1998, Henry Szechtman e colegas, da Universidade McMaster, em Ontario, usaram as imagens PET para mapear a atividade do cérebro em indivíduos hipnotizados que, convidados a imaginar um cenário, experimentaram uma alucinação. Os pesquisadores observaram que a alucinação auditiva e o ato de imaginar um som são autogerados e que, como a audição real, uma alucinação é experimentada como se viesse de uma fonte externa. Através do monitoramento do fluxo sangüíneo nas áreas ativadas durante a audição e a alucinação auditiva, mas não durante a simples imaginação, os pesquisadores buscaram determinar em que lugar do cérebro um som proveniente da alucinação é erroneamente "registrado" como autêntico e originário do mundo exterior.

Szechtman e seus colegas mapearam a atividade cerebral de oito indivíduos muito hipnotizáveis que tinham sido pré-selecionados por sua capacidade de ter alucinações sob hipnose. Durante a sessão, os indivíduos estavam hipnotizados e deitados no PET scan com os olhos cobertos. A atividade cerebral foi monitorada de acordo com quatro condições: 1- em repouso; 2- enquanto ouviam uma gravação com uma voz dizendo "O homem não falava muito, mas quando o fazia era valioso ouvir o que ele tinha a dizer"; 3- enquanto imaginavam ouvir a voz novamente; e 4- durante a alucinação auditiva que eles experimentaram depois de serem induzidos a acreditar que a fita estava tocando mais uma vez, embora não estivesse.

Os testes mostraram que uma região do cérebro chamada córtex cingulado anterior direito mantinha-se igualmente ativa enquanto os voluntários tinham alucinação e enquanto ouviam de fato o estímulo. Em contraste, aquela área do cérebro não era ativada enquanto os indivíduos apenas imaginavam que ouviam o estímulo. De alguma maneira, a hipnose havia induzido esta área do cérebro a registrar a voz proveniente da alucinação como real.

Outra dúvida levantada pelos críticos da hipnose se refere à sua capacidade para neutralizar a dor. Os céticos argumentam que tal efeito é resultado de puro relaxamento ou de uma reação a placebo. Mas uma série de experiências negaram estas explicações. Em um clássico estudo de 1969, Thomas H. McGlashan e seus colegas da Universidade da Pensilvânia descobriram que, para pessoas pouco hipnotizáveis, a hipnose era tão eficaz na redução da dor quanto uma pílula de açúcar que havia sido apresentada a elas como um poderoso analgésico. Mas indivíduos altamente hipnotizáveis beneficiavam-se três vezes mais da hipnose do que do placebo. Em outro estudo, de 1976, Hilgard e sua colega de Stanford Éva I. Bányai observaram que certos indivíduos eram suscetíveis a sugestões hipnóticas tanto pedalando de forma intensa bicicletas ergométricas quanto em estado de repouso.

Em 1997, Pierre Rainville da Universidade de Montreal e seus colegas planejaram determinar quais estruturas cerebrais são responsáveis pelo alívio da dor durante a hipnose. Eles tentaram localizar as partes do cérebro associadas ao componente de sofrimento causado pela dor, como atividade distinta de seus aspectos sensoriais. Usando imagens PET, os cientistas descobriram que a hipnose reduziu a atividade do córtex cingulado anterior - uma área relacionada à dor - mas não afetou a atividade do córtex somato-sensorial, onde as sensações de dor são processadas.

Apesar dessas descobertas, os mecanismos subjacentes ao alívio hipnótico da dor ainda são pouco compreendidos. O modelo preferido pela maioria dos pesquisadores é que o efeito analgésico da hipnose ocorre em centros mais altos do cérebro, diferentes daqueles que são responsáveis por registrar a sensação de dor. Isto explicaria o fato de que a maioria das respostas autônomas que em geral acompanham a dor - como o aumento dos batimentos cardíacos - permanece quase inalterada pelas sugestões hipnóticas de analgesia.
Mas as pessoas não poderiam estar fingindo que haviam sido hipnotizadas? Dois estudos decisivos constradisseram tais suspeitas.
Numa experiência inteligente de 1971, intitulada o Hipnotizador Desaparecido, Frederick Evans e Martin T. Orne, da Universidade da Pensilvânia, compararam as reações de dois grupos de indivíduos: um composto por pessoas que eles sabiam ser de fato hipnotizáveis e outro formado por indivíduos que eles convocaram para simular o estado hipnótico. Um pesquisador que não sabia diferenciar os grupos conduzia o procedimento hipnótico habitual, que foi interrompido de repente por uma falta simulada de energia elétrica. Quando o pesquisador deixou a sala para investigar o que havia acontecido, os indivíduos que fingiam pararam de representar: abriram os olhos, observaram a sala e abandonaram a encenação. Os indivíduos hipnotizados de verdade, contudo, terminaram a hipnose aos poucos e com certa dificuldade.

Os simuladores também tendem a exagerar o seu papel. Quando esses indivíduos são sugestionados a esquecer determinados aspectos da sessão de hipnose, seus esforços para não se lembrar são, às vezes, suspeitos e evasivos, por exemplo, ou eles descrevem experiências estranhas, que poucas vezes são relatadas por indivíduos realmente hipnotizados. Taru Mustonen, hoje na Escola de Medicina Odontológica de Harvard, e Harold S. Zamansky, da Universidade do Nordeste, em Boston, testaram aqueles que fingem usando testes tradicionais com detector de mentiras. Eles descobriram que quando indivíduos hipnotizados respondem às perguntas, suas reações fisiológicas em geral correspondem aos critérios de veracidade. Com os simuladores, ao contrário, isso não acontece.

Hipnose e memória

Talvez nenhum outro aspecto tenha gerado mais controvérsia na hipnose do que a memória "recuperada." A ciência cognitiva estabeleceu que as pessoas são razoavelmente capazes de discernir se um evento aconteceu de verdade ou se elas apenas o imaginaram. Mas sob certas circunstâncias, hesitamos. Podemos vir a acreditar (ou ser levados a acreditar) que alguma coisa nos aconteceu quando, de fato, não aconteceu. Um dos mecanismos-chave que as pessoas parecem usar para discernir a realidade da imaginação é a experiência do esforço. Ao que tudo indica, para codificar uma memória um "sinal" nos informa sobre a quantidade de esforço que despendemos: se o evento é marcado pelo uso intensivo de esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que imaginamos. Se é marcado por um pequeno esforço mental, tendemos a interpretá-lo como algo que ocorreu. Uma vez que o "cartão de visita" da hipnose é a sensação da falta de esforço, entende-se por que as pessoas hipnotizadas podem confundir tão facilmente um evento imaginado com algo que aconteceu há muito tempo. Conseqüentemente, alguma coisa apenas imaginada pode se tornar um episódio inerente à nossa história de vida.

Uma série de estudos analisa este efeito. Indivíduos hipnotizados com facilidade, por exemplo, podem ser levados a produzir narrativas detalhadas e emocionantes dos seus primeiros meses de vida, embora esses eventos não tenham de fato acontecido e embora os adultos não sejam capazes de lembrar dos primeiros anos de vida. Do mesmo modo, quando sugestionados a regressar à infância, indivíduos altamente hipnotizáveis se comportam como crianças, com freqüência tornam-se bastante emotivos e podem, mais tarde, insistir que reviveram mesmo a própria história. Mas pesquisas confirmam que estas respostas não são da infância verdadeira dos participantes - nem na fala, nem em padrões como comportamento, emoção, percepção, vocabulário ou pensamento.
Estes comportamentos não são mais infantis do que quando os adultos imitam as crianças. Em resumo, a hipnose não permite ao indivíduo transcender a natureza fundamental e as limitações da memória humana.

Ela não possibilita a alguém recuperar recordações de décadas ou a retraçar ou desfazer o desenvolvimento humano.

Quais os benefícios médicos da hipnose? Um comitê de avaliação dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, de 1996, considerou a hipnose uma intervenção efetiva para aliviar a dor do câncer e de outros estados crônicos. Estudos clínicos abrangentes também indicam que a hipnose pode reduzir a dor aguda experimentada por pacientes em tratamento de queimaduras, crianças que sofrem remoção de medula óssea e mulheres em trabalho de parto. Uma revisão de literatura publicada em um número especial do International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, por exemplo, relatou que sugestões hipnóticas aliviaram a dor de 75% dos 933 indivíduos participantes de 27 experiências diferentes. O efeito lenitivo da hipnose é, com freqüência substancial, e em alguns casos o grau de alívio iguala ou excede o obtido com morfina.

Mas a Sociedade de Hipnose Clínica e Experimental afirma que a hipnose não pode, e não deve, ser usada como único tratamento médico ou psicológico para qualquer problema. A razão para isso é o fato de que qualquer pessoa que leia instruções de modo correto pode aprender a hipnotizar alguém. Um indivíduo com um problema médico ou psicológico deve primeiro consultar um serviço de saúde qualificado para obter um diagnóstico. Só o médico é capaz de decidir com o paciente se a hipnose é indicada e, se for, como pode ser incorporada ao tratamento.

A hipnose pode intensificar a eficiência da psicoterapia em alguns casos.

Outra revisão de literatura que examinou os resultados de 18 estudos diferentes descobriu que os pacientes que se submeteram à terapia cognitiva comportamental associada à hipnose no tratamento da obesidade, insônia, ansiedade e hipertensão obtiveram melhoria superior aos 70% dos que receberam apenas a psicoterapia. Após a publicação destas descobertas, uma força-tarefa da Associação Americana de Psicologia validou a hipnose como um procedimento auxiliar no tratamento da obesidade. Mas a entidade ainda não se pronunciou no caso de outras desordens que têm um componente comportamental. Uso de drogas e alcoolismo não respondem bem à hipnose, e as evidências de que a hipnose ajude a parar de fumar são duvidosas.

Isto posto, há evidências fortes mas ainda não definitivas de que a hipnose possa ser um componente efetivo no tratamento mais amplo de outros problemas. A lista de possibilidades de tratamento por esse recurso inclui certos tipos de asma; algumas doenças dermatológicas, inclusive verrugas; problemas instestinais; hemofilia; e náusea causada por quimioterapia. O mecanismo pelo qual a hipnose alivia esses problemas é desconhecido, e as alegações de que ela aumenta a imunidade de modo relevante, do ponto de vista clínico, ainda não são substanciais.

Há mais de 30 anos, Hilgard dizia que tão logo o conhecimento sobre a hipnose se tornasse mais difundido na comunidade científica, um processo de "domesticação" aconteceria: pesquisadores usariam a técnica cada vez mais como uma ferramenta rotineira para estudar outros tópicos de interesse, como alucinação, dor e memória. Ele previu que, assim alicerçado na ciência, o uso clínico da hipnose se tornaria comum para alguns pacientes com certos problemas. Embora ainda não tenhamos chegado lá, a hipnose já percorreu um longo caminho desde o oscilante relógio de bolso.

Fonte: Mente e Cérebro edição 151 - Agosto 2005

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Crônica - As armadilhas da memória

Em tempos de eleição, não pude deixar de postar essa crônica sobre as armadilhas da memória. Ela é de autoria de Moacyr Scliar, tendo sido publicada originalmente no livro "A face oculta", de sua autoria. Divirtam-se! "Funes , o memorioso, personagem de Jorge Luis Borges, tem um drama: não consegue esquecer. Como a memória de um computador, o seu cérebro registra tudo, obedientemente. Funes gostaria de dar à sua cabeça algum repouso, e esquecer, mas não pode — tem de lembrar.

Quase todos nós teríamos inveja de Funes — ou dos políticos, cuja memória é quase sempre privilegiada. Eu até diria que a memória faz o político, e não o contrário. Às vezes, é preciso recorrer a truques para manter a imagem de memorioso. Tancredo Neves, quando não lembrava o nome de um eleitor, abraçava-o e comandava-lhe baixinho ao ouvido: “Me diz o teu nome”. Em seguida, saudava-o, mas desta vez chamando-o, em alto e bom som, pelo nome antes esquecido. Um outro mineiro, José Maria Alkimin, uma vez dirigiu-se a um eleitor perguntando pelo pai. “Meu pai morreu há muito tempo”, foi a constrangida resposta. Ao que Alkimin replicou: “Morreu para ti, filho ingrato. Para mim, ele continua vivo”.

O fato é que as pessoas não perdoam ser esquecidas. O poeta Ferreira Gullar, que sofre de uma amnésia só comparável a seu talento, contou-me um par de histórias muito ilustrativas, ambas ocorridas em sessões de autógrafos. Na primeira delas, viu na fila dos autografandos alguém cujo nome ele deveria lembrar — mas não lembrava. A fila ia encurtando, e o homem se aproximando, sem que ele recordasse quem era. Em desespero, deixou a mesa dos autógrafos, atravessou correndo a rua, entrou no bar em que estava sua mulher e pediu-lhe que ela identificasse o leitor. O que ela, felizmente, fez (as mulheres são a salvação dos escritores desmemoriados). No segundo incidente, e talvez por estar sozinho, Ferreira Gullar já não teve tanta sorte. A sessão de autógrafos era em sua cidade natal, São Luiz do Maranhão, e ali, na fila, estava alguém muito importante para ele — o diretor de seu antigo jornal. Só que o poeta olvidara o nome desse cavalheiro e foi obrigado a confessá-lo em público. O homem mirou-o friamente e disse:

— Você não lembra agora, que ficou famoso. Quando você precisava de mim, não esquecia meu nome.

Qualquer escritor pode contar muitas histórias assim. E elas certamente faziam parte da experiência de Jorge Luis Borges. Que, pelo menos, tinha uma inescapável desculpa: cego, não era obrigado a recordar as pessoas.

Não é de admirar que muitas técnicas tenham sido desenvolvidas para estimular a memória. No início da era moderna, houve uma verdadeira mania mnemônica, segundo notou a historiadora inglesa Frances Yates. Ainda hoje não faltam nas prateleiras das livrarias, sobretudo norte-americanas, livros que ensinam a lembrar tudo, de rostos a nomes. Isso sem falar nos medicamentos que supostamente resolvem o problema (os fosfatos gozaram desta reputação por algum tempo). Mas o grande salto está sendo dado com o estudo do substrato anátomo-fisiológico da memória. Ali reside a grande esperança daqueles que não são o Funes ou políticos mineiros. É um desejo legítimo: queremos lembrar e queremos ser lembrados. “Read, do not let me die”, escreveu a poeta Edna St. Vincent Milay: leia-me, não me deixe morrer. O que nós dizemos é: lembrem-me, não me deixem morrer. A memória (dos outros) nos dá a ilusão da imortalidade. Agora, o que mesmo vamos fazer com a imortalidade? Deve haver uma resposta para essa pergunta, mas acho que ela está meio esquecida.

Moacyr Scliar

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Análise de Pareto


Galileu uma vez disse: “O universo (...) não pode ser compreendido a menos que primeiro aprendamos a linguagem no qual ele está escrito. Ele está escrito na linguagem matemática e os seus caracteres são o triângulo, o círculo e outras figuras geométricas, sem as quais é impossível compreender uma palavra que seja dele: sem estes, ficamos às escuras, num labirinto escuro." Galileu estava certo. Alguns números (pi, número de ouro...) e formas (fractais, espirais, hexágonos...) aparecem frequentemente na natureza. Desse modo, essas ocorrências há séculos intrigam matemáticos e cientistas.
O gerenciamento de tempo também possui seus padrões misteriosos e recorrentes. Desses padrões, vamos destacar o Princípio de Pareto. Os padrões do Princípio de Pareto foi descoberto em 1897, pelo economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Após a morte de Pareto, o Princípio de Pareto tem recebido muitos nomes, dos quais poderíamos destacar: “lei de Pareto”, “lei 80/20”, “Lei do menor esforço” e “o princípio do desbalanceamento”. Apesar de possuir tantas opções, optamos por identificar esse fenômeno simplesmente por “lei 80/20”.

Mas afinal, o que Pareto descobriu? Pareto foi um grande estudioso dos padrões de riqueza e saúde do século XIX, na Inglaterra. Em seu estudo, ele percebeu que grande parte das riquezas se concentrava nas mãos de uma minoria de pessoas. Oras, nada de novo até aqui – ainda hoje, a existência de desigualdade social não é nenhuma novidade. No entanto, Pareto descobriu algo que tornou sua descoberta realmente extraordinária. Pareto descobriu a existência de uma relação matemática entre o número de pessoas estudadas e a porcentagem de riqueza distribuída entre elas. Em outras palavras, Pareto descobriu que apenas 20% da populaçào desfrutava de 80% das riquezas da Inglaterra. Ao analisar dados antigos da Inglaterra e até mesmo de outros países, Pareto descobriu que esse padrão se repetia várias vezes, com precisão matemática. Seria esse padrão apenas uma coincidência atordoante ou algo de grande importância para a economia e a sociedade? Ao conhecer os fatores responsáveis por essa desigualdade, não seria possível propor alguma mudança?


Mais de meio século após a descoberta da Lei 80/20, a IBM (International Business Machines) surge como a primeira empresa a utilizar o princípio de Pareto para otimizar seus negócios. Em 1963, época em que os computadores pessoais (Pcs) nem ao menos existiam, engenheiros da IBM descobriram que 80% do tempo gasto por seus computadores eram responsáveis por apenas 20% das linhas de código de seus programas. Desse modo, a empresa imediatamente reescreveu essas 20% de linhas de código, tornando esses trechos mais rápidos e amigáveis. Posteriormente, diversas outras empresas como Apple, Lotus e Microsoft aplicaram novamente o princípio 80/20 em suas criações, tornando os computadores cada vez mais baratos e populares.


Atualmente, a lei 80/20 continua a ser estudada extensivamente e tem levado a criação de diversas medidas nos campos social, empresarial e econômico.
Veja a seguir alguns exemplos concretos da lei 80/20.

• De todos e-mails recebidos, geralmente apenas 20% deles tem alguma importância. Assim, cerca de 80% deles são completamente dispensáveis (e muitas vezes, nem ao menos são lidos).
• 80% das vendas de uma empresa costuma vir de apenas 20% de seus clientes.
• Em uma empresa, 20% dos empregados são os responsáveis por 80% de todas licenças médicas.
• 80% das roupas que você sempre utiliza, geralmente são apenas 20% de todas as peças existentes em seu guardarroupa.

Observe que a lei 80/20 é uma ferramenta poderosíssima para a identificação de esforço e energia desperdiçados. Me lembro de alguns estudantes que se propõe a estudar 10, 12 ou até mais horas por dia. Estariam todas essas horas sendo completamente utilizadas? Quanto do seu tempo é desperdiçado concentrando-se apenas nas tarefas que lhe dão menos retorno? Fique ligado no blog para não permitir que a lei 80/20 atrapalhe sua produtividade.

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A estratégia do prazo falso


Nas técnicas anteriores, você descobriu maneiras de se evitar o imprevisível em tarefas que são sua responsabilidade. No entanto, como gerenciar o comportamento de outras pessoas? Como garantir que outras pessoas cumpram os prazos assumidos com você? Devido a Lei de Pareto e a Lei de Parkinson, grandes são as chances de que essas pessoas não cumpram o prazo afirmado inicialmente.


Por exemplo, imagine que você é um funcionário de determinada empresa e seu chefe lhe pede que você encomende algum tipo de material publicitário. Caso a agência atrase-se com o prazo estipulado por seu chefe, provavelmente as nefastas consequências desse atraso virão em sua direção.
Qual estratégia podemos utilizar para aumentarmos as chances de que as pessoas assumam os prazos afirmados com você? Uma boa técnica é estabelecer prazos falsos para essas pessoas, sem que elas percebam. Você precisa que o material gráfico fique pronto na sexta-feira? Peça para a agência criá-lo até no máximo na quarta-feira. Precisa que o mecânico conserte seu carro para você viajar no sábado à tarde? Diga então que você viajará na sexta pela manhã. Desse modo, caso essas pessoas precisem de uma dilação no prazo acordado inicialmente, você poderá aceitá-lo sem que comprometa seus compromissos. Caso elas consigam realizar as tarefas nos prazos falsos, melhor ainda: sobrará mais tempo para que você se dedique a outras atividades e tarefas.


Uma dica: ao estabelecer prazos, sejam eles falsos ou não, procure firmá-los em horários e datas bem definidas. Por exemplo, prazos como “daqui uma semana”, “mais tarde”, “daqui uma hora” acabam por se tornar “daqui duas semanas”, “amanhã” e “daqui três horas”, respectivamente. Assim, procure estabelecer prazos que envolvam data e horário muito bem definidos: às 13:00 da segunda-feira é um prazo mais adequado do que “Semana que vem, depois do almoço”.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Aula gratuita no Praetorium - ONLINE

Já está online a palestra realizada no curso Praetorium.

Assista gratuitamente, no link abaixo:

http://www.praetoriumonline.com.br/index.php?op=aulas&action=13600

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mentiras da memória sincera: falsas recordações de traumas

Só nos Estados Unidos, são 3000 casos nos tribunais baseados no depoimento de gente que garante ter recuperado lembranças traumáticas. São acusações de estupros e abusos sexuais. Bom para a Justiça? Nem tanto. Muitas dessas recordações podem ser memórias imaginárias. E o acusador nem sabe que está mentindo.


Nos Estados Unidos, há em pendência na Justiça pelo menos 3000 processos ativados pela suposta recordação de lembranças reprimidas na infância. Claro que a recordação dos traumas é útil para o esclarecimento de uma série de crimes. Mas pode ser uma armadilha. À ciência cabe o papel importante de definir, nesses casos, o que é uma lembrança reprimida verdadeira, que acabou sendo recuperada, e o que é memória falsa implantada. Sim, porque às vezes um cidadão pode se “lembrar” com detalhes de um fato que nunca aconteceu. Aí o sujeito vai lá, diz a verdade (ele está sendo absolutamente fiel à sua memória) mas, sem saber, está contando uma mentira (a memória dele é que não é nem um pouco fiel à realidade).

Nunca se falou tanto de falsas memórias como agora nos Estados Unidos. Em maio do ano passado, na Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, dezenas de neurologistas, psiquiatras e biólogos se reuniram para discutir o problema de quem tem recordações mentirosas. As conclusões estão longe de ser definitivas. O conhecimento científico atual ainda não consegue determinar quando uma lembrança é falsa ou verdadeira. É necessário mais empenho para desvendar como o processo da memória funciona.

É bem verdade que já se sabe alguma coisa sobre os mecanismos de memorização. Sabe-se, assim, que, ao se guardar alguma coisa na memória, as células do cérebro mudam de comportamento. Podem enfraquecer, ou reforçar, os contatos que mantinham com outras células — chamados sinapses.

Com isso, surgem dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo. A primeira é o tipo que se usa para guardar um número telefônico apenas para discá-lo — em seguida, ele pode ser esquecido. Essa memória não altera a estrutura das sinapses. Já a memória de longo prazo, duradoura, provoca mudanças, aumentando a eficiência da transmissão de sinais entre as células cerebrais.

Além disso, em cada um dos dois tipos, a memória se subdivide em duas formas: a implícita e a explícita. A implícita lida com o conhecimento inconsciente, com as habilidades motoras e de percepção. Por exemplo: um adulto só sai andando pelo mundo porque um dia, quando ainda era um bebê, aprendeu a caminhar e guardou esse conhecimento na memória implícita – ele não tem consciência de que está se recordando desse aprendizado a cada um de seus passos. A memória implícita ou inconsciente é trabalhada em diversas áreas cerebrais, em especial numa delas, conhecida como amídala.

Já a memória explícita é processada numa região chamada hipocampo e depois vai para o córtex, a superfície cerebral que funciona como sede da consciência. Esse outro tipo de memória tem a ver com o conhecimento consciente de informações, pessoas, lugares — o que você aprende na escola é guardado como memória explícita.

Na prática, porém, as coisas não são tão fáceis de ser rotuladas, pois as diversas partes do cérebro comunicam-se entre si. A amídala e o hipocampo podem mandar mensagens um para o outro. Um exemplo: alguém se fere num acidente de carro em que a buzina dispara. Mais tarde, esse indivíduo pode vir a ter uma reação emocional sempre que ouvir aquele som. A lembrança do acidente é clara, porque foi guardada na memória explícita (no hipocampo). Mas, quem sabe, não exista a consciência de que a buzina estava tocando quando tudo aconteceu e que esse é o motivo do medo ou do susto, toda vez que escuta o seu barulho. Porque esse detalhe da buzina disparada ficou na memória implícita (na amídala). “A memória sempre registra cada detalhe de uma cena qualquer”, explica a psicóloga paulista Elisabete D. R. Pimentel. “Mas só temos lembranças conscientes de parte deles.” E o risco surge quando uma memória falsa é confundida com algo que foi recuperado do inconsciente.

Uma das razões pelas quais certas pessoas não se lembram de experiências traumáticas da infância é que a região cerebral do hipocampo, ligada à consciência, leva tempo para amadurecer e formar memórias acessíveis. A amídala amadurece mais cedo e armazena memórias implícitas (inconscientes) desses eventos.

“Os elementos registrados nessa memória inconsciente, traumáticos ou não, irão se expressar nas funções psíquicas e comportamentais do indivíduo”, diz a psicóloga Elisabete Pimentel. Para a Psicanálise, algumas lembranças, em especial as dolorosas, podem ser mantidas no inconsciente por representarem uma ameaça. “É um mecanismo de autopreservação”, explica Elisabete. “Pois, se não há um preparo para se ter consciência das informações reprimidas, a vivência delas é como um pesadelo insuportável.”

O médico vienense Sigmund Freud (1856-1936) foi o primeiro a se interessar pela “paisagem nublada das memórias reprimidas”, como dizia. Também foi pioneiro em descrever que o inconsciente pode embaralhar lembranças reprimidas e lembranças falsas, as fantasias, como mostra o filme de John Huston, Freud Além da Alma.

Freud concordava que no momento em que a pessoa está “pronta”, essas memórias podem vir à tona, até de maneira espontânea. Foi o que aconteceu com o americano Frank Fitzpatrick, um corretor de seguros de 38 anos, que recordou ter sido molestado sexualmente pelo padre James Porter, trinta anos antes. A lembrança veio numa noite mal dormida, em que o som da respiração do próprio Fitzpatrick o fez reviver o arfejante sacerdote. O episódio do passado acabou sendo comprovado por depoimentos.

Em outro caso, a americana Eileen Franklin se lembrou que seu pai estuprou e assassinou uma amiga dela, vinte anos antes. A recordação veio quando sua sobrinha gesticulou como sua colega, ao tentar se defender dos golpes. Evidências materiais provaram que a lembrança era verdadeira e, em 1990, George Franklin, pai de Eillen, se tornou a primeira pessoa nos Estados Unidos condenada por uma acusação baseada em memória recuperada. O problema todo é que, às vezes, uma provável memória recuperada não passa de uma fantasia.

O que acontece no cérebro quando as lembranças são reprimidas? Segundo um trabalho da neurologista Michela Gallagher, da Universidade da Carolina do Norte, em situações de pavor, o organismo despeja substâncias similares ao ópio na amídala cerebral. Chamadas opiáceos endógenos, elas enfraqueceriam o processo de memorização, aparentemente para reduzir o medo e a dor. A lembrança fica, então, atenuada na amídala e, com isso, diminui também a sua transmissão para o hipocampo — ou seja, para a consciência.

Mas o acontecimento aterrorizante, que não chega a se transformar em memória explícita, pode permanecer como memória implícita associada a alguma sensação física ou a gestos que, mais tarde, quando experimentas de novo, desencadeiam a recuperação das lembranças. Eis por quê memórias reprimidas podem se tornar nítidas de uma hora para outra.

Às vezes, porém, a situação “recordada” com nitidez impressionante não passa de uma memória implantada — fenômeno para o qual os cientistas começam a encontrar explicações. Em maio do ano passado, Gary Ramona obteve a primeira condenação de psicólogos, nos Estados Unidos, acusados de implantar memórias. Os terapêutas tiveram de pagar 500 000 dólares a Ramona, por terem induzido sua filha, Holly, a “lembrar” de supostos abusos sexuais praticados por ele, seu pai, quando ela era criança. Ramona provou que os incidentes alegados nunca ocorreram.

Segundo o pesquisador Stephen Kosslyn, da Universidade Harvard, a mesma área cerebral que percebe uma imagem captada pelo olho e a armazena na forma de memória também se encarrega daquilo que imaginamos — como o rosto de uma pessoa que ainda não conhecemos, mas que foi descrito por alguém. Trata-se da chamada região temporal mediana. Talvez, especula Kosslyn, o fato de visões reais e visões imaginárias serem guardadas no mesmo canto cerebral possa provocar confusões. Então, se perderia a noção daquilo que verdadeiramente foi visto e o que foi imaginado. Alguns estudos recentes mostram que é possível implantar memórias com assustadora facilidade. Especialmente em crianças. Experiências com meninos em idade pré-escolar mostram que eles tendem a relatar como fatos verdadeiros histórias que lhe foram sugeridas por seus entrevistadores. A repetição de perguntas sobre eventos irreais leva as crianças a acreditarem que tudo é real.

Elizabeth Loftus, da Universidade de Washington, implantou memórias em adultos normais, entre 18 e 63 anos de idade. Quando a mentira era sugerida por pais e amigos próximos desses voluntários, o enxerto de memórias foi mais rápido. É ainda mais fácil implantar memórias quando a pessoa está sob o efeito de hipnose ou de drogas como o sódio amital e o sódio pentotal, conhecidos por soros da verdade. Embora essas substâncias sejam desaconselhadas pela Associação Médica Americana, muitos psicólogos ainda as empregam nas sessões de análises.

O perigo é óbvio. As vidas de pessoas respeitáveis podem ser destruídas. O cardeal de Chicago, Joseph Bernadin, passou três meses sob suspeição no início do ano passado. Um homem de 34 anos disse ter sido violentado por Bernadin, 17 anos antes. Depois, o mesmo homem retirou a acusação, afirmando que tinha se enganado. Achar que os processos baseados em memória sempre envolvam esse tipo de engano é um erro. Corre-se o risco de não levar em conta as memórias reprimidas, permitindo que crimes fiquem impunes. O próprio cardeal Bernadin alertou para essa possibilidade, depois de ter se livrado do problema.

Carlos Eduardo Lins da Silva, Lúcia Helena de Oliveira

Fonte: Super-interessante 88 janeiro de 1995

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domingo, 12 de setembro de 2010

E-mail - um grande consumidor do seu tempo!

A internet é certamente uma grande consumidora de tempo. Que atire a primeira pedra, aquele que nunca passou horas e horas olhando vídeos engraçados no youtube ou se divertindo com piadas enviadas pelo e-mail. No entanto, utilizada corretamente, a internet é uma ferramenta indispensável, não apenas na vida laboral, mas também na vida doméstica.


E-mail

Uma vez, ao despedir de um amigo, perguntei com que freqüência ele verificava sua caixa postal de e-mail. Como precisava enviá-lo um relatório, gostaria de saber o prazo com que poderia fazer isso. Sua resposta foi: “O meu e-mail do Yahoo eu verifico a cada 2 minutos. Já o do hotmail e gmail, eu verifico a cada 1 minuto.” Apesar de ele ter dito isso em tom de brincadeira, ficou evidente a maneira compulsiva com a qual ele checava sua caixa postal. Certamente é alguém com problemas em administrar seu tempo. Assim, o e-mail será a primeira ferramenta virtual a ter seu uso limitado.

Desligue o Outlook

Caso você utilize o Outlook para verificar seus e-mails, a primeira regra para otimizar seu tempo é desligar o alerta sonoro de recebimento de mensagens. Além disso, desligue a opção “enviar e receber automaticamente”. O simples fato de você ouvir aquele barulhinho de nova mensagem, é o suficiente para que você pare tudo o que estiver fazendo e olhe a mensagem.

Verifique seus e-mails apenas duas vezes ao dia.

A não ser que você trabalhe utilizando apenas seus e-mails, crie uma regra de otimização do tempo: confira seus e-mails apenas duas vezes por dia. Uma maneira de fazer isso é verificar os e-mails uma vez após o almoço e outra vez no final do seu expediente. Nunca agende a verificação de e-mails como a primeira atividade a ser realizada no período da manhã: você acabará se perdendo pela manha toda nessas mensagens,
Antes de instituir a rotina de verificação de e-mails apenas duas vezes por dia, configure em seu servidor de e-mail uma mensagem automática explicando os horários em que você responde seus e-mails.

Veja um exemplo de mensagem automática que pode ser utilizada

Caros amigos,

Devido ao excesso de trabalho, tomei a decisão em responder minhas mensagens de e-mails apenas duas vezes por dia, às 13:00 e às 18:00. Se vocês precisarem me contatar para algo realmente urgente e que não possa esperar até um desses horários definidos, contatem-me pelo telefone 1234-5678.

Agradeço a compreensão.

Att,

Alberto Dell’Isola


Ao estipular um horário fixo para responder suas mensagens, você estará utilizando a técnica do agrupamento para tornar seu dia ainda mais produtivo (referencia ao agrupamento, o cap de metas) .

Crie mensagens automáticas.

Como especialista em memorização, recebo diariamente e-mails com perguntas similares. “Como melhorar minha memória”, “como usar minha memória para memorizar textos jurídicos”, dentre outros. Com o objetivo de ajudar todos aqueles que me escrevem, criei alguns textos de resposta padrões para algumas perguntas recorrentes. Desse modo, caso o estudante após ler esses textos tenha alguma dúvida um pouco mais específica, responderei com muito prazer. No entanto, as mensagens automáticas acabam por resolver ao menos 90% das dúvidas que me são enviadas. Assim, consigo atender a centenas de pessoas diariamente, sem deixar ninguém sem resposta.
Caso você seja professor, médico, advogado e receba diversos e-mails diariamente com as mesmas dúvidas, talvez seja interessante criar alguns e-mails padrões de resposta. Ainda que a criação desses e-mails possa demandar um pouco mais de tempo, ela lhe proporcionará atender mais pessoas e com conteúdo mais rico e completo.

Evite colocar seu e-mail em sites.

Existem programas especialistas em buscar por e-mails no google. O objetivo disso? Lhe enviar SPAM – mensagens de propaganda e vírus indesejados. Desse modo, ao deixar comentários em fórums de discussão ou em outros sites, evite expor seu e-mail. Caso contrário, ele será presa fácil para esses capturadores de e-mail. Caso você possua seu próprio site, exponha seu e-mail em uma figura em vez de digitá-lo. Ao fazer isso, os capturadores de e-mail não serão capazes de identificá-lo.

Tenha mais de um e-mail.

Caso não seja possível evitar que seu e-mail fique exposto em sites, tenha mais de um e-mail. Desse modo, você utiliza um e-mail exclusivamente para o contato com seu público (e-mail que certamente receberá muitos vírus e SPAM) e um outro e-mail pessoal, com uso bastante restrito e livre de vírus ou mensagens indesejáveis.

Comentários

Como podem perceber, tenho postado alguns artigos sobre organização e administração do tempo. Independentemente de terem gostado ou não, é preciso que vocês deixem seus comentários, para que eu possa avaliar meus textos. Caso estejam gostando, não esqueçam de recomendar o blog aos seus amigos!


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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Did you know?

O video “Did you know” (você sabia?), criado por Karl Fish é atualmente uma grande febre no youtube. Esse video mostra diversos dados estatísticos que mostram o quanto a tecnologia e a comunicação tem mudado constantemente nosso mundo. Ainda que o vídeo não identifique a fonte de todos esses dados (provavelmente, muitos deles são simplesmente inventados, sem qualquer critério), assistí-lo rende alguns momentos de reflexão acerca da importância da informação e da comunicação nos dias de hoje. O surgimento das novas tecnologias está alterando de maneira definitiva a maneira como as pessoas se comunicam.


Ferramentas como o Youtube e Myspace permitem uma maior democratização da informação: é possível que um ilustre desconhecido se torne reconhecido pelo seu trabalho devido a um video ou música de sua autoria deixados nesses sites de internet. Assim, a tecnologia tem mudado nosso ambiente constantemente. Você está pronto para essas mudanças?

Veja a seguir algumas das estatísticas esboçadas no filme.

VOCÊ SABIA?

• Que a China será, em breve, o país número 1 em falantes da língua inglesa.
• Que 25% da população da índia com o QI mais elevado é maior que toda a população dos Estados Unidos? Conclusão: a Índia tem mais crianças brilhantes do que todas as crianças dos EUA.
• Que os 10 empregos que mais oferecerão vagas em 2010, não existiam em 2004?
• Que estamos preparando nossos estudantes para trabalharem em cargos que ainda não existem, usando tecnologias ainda não foram inventadas, para resolver problemas que ainda nem sabemos que são problemas?
• Que o Ministério do Trabalho dos EUA estima que o estudante atual terá entre 10 e 14 empregos até os 38 anos?
• Que um em cada quatro trabalhadores esteve no mesmo emprego por menos de 1 ano? E que um em cada dois trabalhadores não ficam em seu emprego por mais de 5 anos?
• Que um em cada oito casais dos EUA é formado por pessoas que se conheceram na Internet?
• Que existem 200 milhões de usuários registrados na rede social MySpace? Assim, se o MySpace fosse um país, ele seria o quinto mais populoso do mundo (ficando entre a Indonésia e o Brasil).
• Que o primeiro país no ranking de “acesso a internet de banda larga” é um país chamado Bermuda? Os EUA são apenas os 19º e o Japão os 22º.
• Que são feitas 31 bilhões de buscas no google mensalmente? Em 2006 esse número era de “apenas” 2,7 bilhões. A quem perguntávamos todas essas coisas antes do Google?
• Que para atingir um público de 50 milhões de pessoas o rádio levou 28 anos, a TV levou 13 anos, a internet levou 4 anos, o IPOD levou 3 anos e o Facebook apenas 2 anos?
• Que atualmente existem cerca de 540.000 palavras na língua inglesa? Cinco vezes mais do que na época de Shakespeare!
• Que estima-se que em uma semana o jornal lhe dê mais informação do que uma pessoa do século XVIII receberia em toda sua vida?
• Que a quantidade de informações técnicas dobra a cada ano? Isso significa que, para alguém começando um curso técnico de quatro anos este ano, metade de tudo o que ele aprender hoje estará ultrapassado nos próximos dois anos.

Assim, a tecnologia mudou para sempre a maneira como trabalhamos e nos comunicamos com nossos pares. Para os curiosos, segue logo abaixo o vídeo:






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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Organização - Técnica das pastas vazias


Muitos podem ser perguntar: mas afinal, qual a relação entre memória, aprendizagem e organização? A resposta é simples: a falta de organização é um dos principais inimigos da memória e da aprendizagem. Nesse artigo, aprenderemos como organizar seus documentos, provas, exercícios e todo o tipo de papel que possa se encontrar perdido em sua casa.



O método das pastas vazias

O motivo de utilizarem-se pastas vazias é simples: muitas vezes, você perde algum
documento importante simplesmente por não possuir maneiras de categorizá-lo.

Assim, ao criarmos as pastas vazias, praticamente esgotamos todas as possibilidades de surgirem documentos ou papéis importantes, mas não tipificados.
Do lado de fora de seu arquivo, coloque um indice das pastas de seu arquivo, constituido apenas da codificação númerica. Por conseguinte, será necessário que você tenha um índice descritivo para identificar cada pasta. Ainda que a essa técnica seja destinada à empresas, nada impede que você a utilize para organizar sua casa ou seus estudos. Veja a seguir as diversas variações dessa técnica, para cada um dos contextos.
Empresas costumam possuir muito mais papel e documentos que sua casa. No entanto, nada impede que você utilize da técnica das pastas vazias para organizar adequadamente seu lar. Devido ao fato de o contexto doméstico não possuir tantos papéis e documentos como uma empresa, pequenas pastas de folhas de plástico servirão para ajudá-lo nessa empreitada. Veja a seguir algumas possibilidades de tipos de pastas de plástico.

• 1 - Pessoal. Nessa pasta, deverão ser colocados todos os documentos referentes aos membros da família, tais como certidões diversas, certificado de dispensa militar, certificados de cursos, dentre outros. Se necessário, não se esqueça de criar uma subseção para cada membro da família.

• 2 – Provas antigas. Nessa pasta, você deverá arquivar todas as provas antigas de seus filhos. Desse modo, caso necessite delas mais tarde, você conseguirá acessá-las rapidamente. Lembre-se: provas antigas são uma excelente fonte de exercícios de revisão para a vida escolar de seus filhos. Além disso, elas permitem que se reavalie os tópicos em que seus filhos tiveram dificuldade anteriormente. Caso você seja um concurseiro, crie uma subseção para cada banca organizadora de provas de concursos públicos ou uma subseção para cada tipo de cargo.

• 3 – Resumos e esquemas. Caso você seja estudante, defina uma pasta para armazenas seus resumos e esquemas. Caso necessite, crie uma pasta para cada matéria.

• 4 – Contas a pagar. Separe todas as contas a serem pagas e as coloque nessa pasta. Caso possua um número muito grande de contas a serem pagas, talvez seja interessante criar uma subseção referente ao mês do vencimento de cada uma delas. Assim, ficará mais fácil que você identifique o dia de pagamento de cada uma delas.

• 5 – Contas pagas da casa. Nessa pasta, deverão se encontrar os recibos de todas as contas pagas referentes aos custos fixos de sua casa (contas de água, luz, telefone, internet, IPTU...). Se necessário, não se esqueça de criar uma subseção para cada um desses tipos de contas.

• 6 – Notas fiscais e certificados de garantia de produtos. Esse é o local para se armazenas todas as notas fiscais e certificados de garantias de produtos. Essa pasta pode ser subdividida por período de tempo (uma subseção para cada ano) ou por tipo (uma subseção para eletrodomésticos, outra para eletrônicos, dentre outros).

• 7 – Saúde Familiar. Nessa pasta, coloque todos os exames médicos e cartões de vacinação de todos os membros de sua família.

• 8 – Manuais de eletro-eletrônicos. Quantas vezes você não perdeu um tempo precioso tentando adivinhar a maneira como se programa o videocassete? Criando uma pasta para guardar os manuais, esse problema jamais acontecerá novamente.

• 9 – Material emprestado e material devolvido. Provavelmente, você já passou pela situação de lembrar-se de que emprestou o livro a alguém, mas não faz idéia quem. Nessa pasta, você incluirá um relatório de empréstimo de objetos. Nesse relatório você incluirá o objeto emprestado, a data do empréstimo e o nome da pessoa a quem você emprestou. Essa é a única maneira infalível de emprestar-se livros e nenhum deles sumir.

• 10 – Recebimentos. Muitas pessoas costumam de maneira autônoma: professores de aula particular, revendedores autônomos, coaches, consultores... Nesses casos, é importante que você tenha uma pasta especialmente dedicada à organização de seus recebimentos.
• 11 - Setor jurídico. Os controles relativos aos problemas judiciais nos quais sua família está envolvida: cópias de petições, intimações ou alvarás deverão ser colocados nessa pasta. Caso sua família esteja envolvida em diversos tipos de problemas judiciais, crie uma subseção para cada um desses tipos.
• 12 – Cursos livres. Muitas famílias possuem membros de realizam diversos cursos livres: idiomas, pintura, música... Essa é a pasta adequada para guardar todos os possíveis documentos (folhas de exercícios, provas, dentre outros) originárias desses cursos.
• 13 – Parceiros. Aqui devem ser guardados os papéis, documentos e emails concernentes às propostas comerciais, parcerias, representações, etc. Não se esqueça de criar uma subpasta nessa seção para arquivar os cartões de visitas de seus parceiros ou futuros parceiros. Posteriormente, daremos algumas dicas específicas para a organização dos cartões de seus parceiros.
Acima foi demonstrada, a titulo de exemplo, uma maneira de se arquivar documentos. Caso necessário, insira novos tipos de pastas, conforme mostrar-se necessário para a sistematização de seu acervo.

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ceticismo, Raios X e Telepatia!


Cansei! Cansei de ouvir sobre fotoleitura, astrologia, telepatia, ETs e diversos outros assuntos supostamente científicos. Assim, decidi criar uma nova seção no blog: ceticismo! Nessa seção, debaterei sobre diversos temas pseudocientíficos, dando uma visão crítica sobre o tema. Obviamente, convido a todos para dar sua opinião, comentando cada postagem. Antes de discorrer sobre nosso primeiro tema (telepatia), vamos compreender o que é ceticismo.


Segundo o dicionário, ceticismo é:
s. m.
1. Doutrina dos que afirmam que o homem não pode atingir a verdade absoluta.
2. Disposição para duvidar de tudo.
3. Fig. Descrença.
4. Incredulidade.


Ao deparar-se com alguma ideia completamente nova ou algum episódio que vai completamente contra o paradigma vigente, as pessoas costumam tomar uma das duas atitudes:

• Aceitar essa ideia ou fenômeno sem oferecer qualquer resistência ou crítica.
• Rejeitar completamente essa ideia ou fenômeno.

Em qual das duas você costuma se encaixar? Ambas as duas atitudes são equivocadas. A melhor atitude perante novas ideias ou fenomenos desconhecimentos é utilizar o ceticismo ativo. Veja nos exemplos abaixo como as duas atitudes, quando tomadas sem critério, podem ser desastrosas.

Invenção dos raio x

Quando Wilhelm Roetgen anunciou em 1895 ter encontrado uma misteriosa forma de energia capaz de atravessar o corpo humano e fotografar seus ossos, os cientistas, se tornaram compreensivelmente céticos. Afinal, fotografar ossos realmente fugia completamente da realidade tecnológica da época. No entanto, sem fazer qualquer tipo de perícia ou estudo, o lorde William Thomson Kelvin, presidente da sociedade real inglesa, anunciou: “o tempo mostrará que os Raio X são um boato infundado”.

Invenção do fonográfico

Nessa mesma época, Thomas Edison inventava o fonográfico (percursor do gramofone). Ao analisá-lo, um membro da Academia Francesa de Ciencias fez o seguinte relatório a seus pares: “Cavalheiros, eu examinei pessoalmente os fonográficos do Sr. Thomas Edison e descobri que se trata apenas de um ventriloquismo sofisticado”.

Kelvin e seu colega francês, devido a seu pensamento dogmático, foram céticos absolutos. Apesar de sua aparente objetividade , o cético absoluto não contribui para o pensamento científico. Ser cientista é compreender que o princípio da refutabilidade de Popper, que nos diz: que há uma condição fundamental para que qualquer hipótese tenha o estatuto de teoria científica, essa hipótese tem de ser falsificável. O importante não é definir o que é verdadeiro ou falso e sim distinguir a ciência da pseudo-ciência, sabendo muito bem que por vezes a ciência erra e a pseudo-ciênciam, por ser dogmática, sempre acerta.

Telepatia?

Há alguns anos, um grupo de parapsicólogos pensaram ter encontrado a prova definitiva da existência da telepatia. Em seus estudos, cientistas ocultavam uma carta de baralho e testavam a capacidade que indivíduos possuíam para “descobrir” qual era a carta oculta. Inacreditavelmente, alguns desses sujeitos eram capazes de obter uma média de acerto que, estatisticamente, seria impossível pelo método da tentativa e erro (o popular chute). Assim, os parapsicólogos afirmaram: “Foi telepatia”.

Felizmente, alguns cientistas dotados do ceticismo ativo quiseram verificar os dados obtidos. Ao repetirem o experimento, observaram que não os supostos telepatas não estavam lendo a mente de ninguém. Na verdade, eles estavam fazendo leitura da linguagem corporal: de alguma forma, eles descobriram qual a carta o cientistas seguravam apenas avaliando a maneira como o pesquisador os olhava.
Nesse caso, o segundo grupo de cientistas assumiu uma postura de céticos ativos.

Talvez, ao se deparar com algum estudo desse tipo, a primeira atitude seja a de rejeitá-lo completamente. No entanto, essa atitude se torna tão dogmática quando a aceitação dessas idéias sem questionamento. Assim, o cético ativo é aquele que não apenas aceita ou rejeita uma ideia nova, mas também busca o máximo de dados objetivos capazes de comprová-la ou refutá-la.

E você? O que acha sobre tudo isso? Não esqueça de deixar o seu comentário!

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Aumentando a concentração - 4/4

Esse texto não é criação minha. Ele foi extraído do site euvoupassar.com.br. Achei bem interessante e decidi postar para vocês. Espero que gostem!

Já são quase sete da noite, e sua cabeça dói. Nem podia ser diferente, depois de um dia como aquele... Na empresa, problemas e cobranças do chefe, desde cedo. Estresse. Encerra o expediente e começa o trânsito engarrafado. Duas horas de congestionamento. Essa fila não anda? Suas costas doem. Você está tenso. Finalmente, consegue chegar em casa.



Imediatamente, como quem troca um chip de computador, seus pensamentos se voltam agora em outra direção: Preciso começar os estudos! Afinal de contas, você é um batalhador nato! Já assumiu sua condição de concurseiro! Precisa ser aprovado o quanto antes, pois sonha em melhorar o seu salário e a qualidade de vida da sua família.
O fato é que, naquele mesmo ritmo acelerado em que entrou em casa, você simplesmente se sentou à mesa, abriu aleatoriamente um livro de Direito e começou a estudar. Mal havia chegado à segunda página, e reparou que – misteriosamente – não se lembrava do que havia lido nos cinco últimos parágrafos. Não se deu por vencido. Voltou ao ponto em que havia se desconcentrado e retomou a leitura.

Sua cabeça ainda doía. As buzinas do trânsito pareciam ainda ressoar em seus ouvidos, e suas costas pesavam toneladas. Após quase três horas ininterruptas de estudo, e de incontáveis acessos de desconcentração, seu poder de assimilação se esvaíra por completo.

Você, Leitor, já se deparou alguma vez com uma situação semelhante a esta? Se for o caso, meus parabéns! Minhas mais sinceras felicitações! Por quê? Porque você demonstrou coragem, determinação, obstinação! Qualidades inerentes aos que querem vencer!

Infelizmente, estes atributos raros não estão sendo utilizados de modo apropriado. Em outras palavras, a qualidade do seu estudo está prejudicada, o que implica falta de rendimento, baixo aprendizado, cansaço mental, físico e emocional. Em uma palavra: desgaste.
As conseqüências desta prática de estudo, a médio prazo, podem ser desastrosas, e levá-lo até a desacreditar em sua própria capacidade de enfrentar um concurso com sucesso.

Agora a boa notícia: há décadas que estudiosos das mais diversas áreas – professores, pedagogos, psicólogos, médicos – aprofundam-se na questão do aprendizado. Incontáveis pesquisas foram e continuam sendo realizadas, no sentido de descobrir os mecanismos que podem levar uma pessoa a conseguir otimizar seus níveis de concentração e de memorização, durante uma sessão de estudo.

E muito já foi descoberto! Nas linhas seguintes, convido o Leitor, humildemente, a despojar-se de conceitos pré-concebidos, e a fazer-se criança novamente. Por que isso? Por uma razão interessante: as técnicas que apresentarei a seguir, a fim de potencializar a qualidade de seu estudo, são de uma simplicidade tal, que é bem possível que você, se não estiver imbuído de um espírito lúdico, sequer se disponha a pô-las em prática. A criança acredita no que é simples, porque ela vê as coisas com simplicidade. Vamos tentar fazer isso! Pode ser? Ótimo!

E já que voltamos à infância, que tal brincarmos do jogo dos sete erros? Vamos tentar localizar os equívocos que a pessoa do início do texto cometeu, e que a levaram a uma noite de estudos pouco proveitosa. À medida que os identificarmos, apontaremos as técnicas – ou soluções – indicadas a corrigi-los! Ok? Vamos lá! Quem consegue encontrar os sete erros?

1º Erro) Ele esqueceu que havia uma família para abraçar!

Ora, o sujeito passou o dia inteiro fora, lidando muitas vezes com pessoas estranhas, que não lhe têm afeto, estima, apreço. O ser humano é feito de sentimentos! Ele precisa se sentir amado e acolhido, ao menos quando chega em casa! É importante que ele abrace os seus filhos, brinque um instante com eles, sorria junto, olhe em seus olhos! Isso o irá fazer sentir-se até mais motivado para os estudos! Um carinho da esposa ou do marido também é bem-vindo nesta hora. Claro! Se não existirem filhos ou cônjuge, abrace seus pais, ou seus irmãos. Se não houver ninguém, abrace o seu cachorro. E se não houver cachorro, compre um. Pode ser também um gato, um periquito, um papagaio... O concurseiro não pode se esquecer jamais de que também é gente!

Após esta chegada propriamente dita, convém que você se lembre da sua respiração! É impressionante como ninguém, afora os monges tibetanos, pensa na respiração. Mas você vai pensar nela. Durante o banho e a refeição leve que devem se seguir, você vai tentar manter um ritmo constante de respiração um pouco mais profunda, e com isso você já vai se preparando, paulatinamente, para cumprir o próximo passo e evitar o erro que veremos na seqüência. É chegado, enfim, o momento de se lançar ao conhecimento! Então não esqueça de avisar a todos de casa: Agora eu não estou para ninguém! Peça que anotem os recados e que não o interrompam.

2º Erro) Ele se esqueceu de inicializar o cérebro para os estudos!


Um dos erros mais comuns, e talvez o mais grave deles! Quando você liga o computador, já consegue sair imediatamente trabalhando com ele? Claro que não! Tem que esperar alguns instantes, até que a máquina seja inicializada! Naqueles momentos, os programas do seu micro estão se preparando para começar os trabalhos!

Neste sentido, assim também é o seu cérebro! Quando você chegou em casa, em alto grau de agitação, seu cérebro funcionava em ondas beta. Traduzindo: ele estava em alvoroço, quase fervilhando. Um grande pesquisador do cérebro, o Dr. Lozanov, búlgaro, demonstrou que, neste estado de inquietação mental, não se atinge mais que 25% do nível de concentração possível em uma leitura ou estudo.
Aqui está a grande descoberta: é preciso preparar o cérebro para a atividade intelectual. E como se faz isso? Por meio de uma breve sessão de relaxamento. É muito simples: você irá sentar-se preferencialmente em uma poltrona, o mais confortavelmente possível, e durante cinco a dez minutos, ouvirá um pouco de música clássica. Mozart, Vivaldi e Bach são os mais indicados. Enquanto isso, você estará de olhos fechados, concentrando-se na sua respiração, e tentando mantê-la profunda e constante. Continue respirando, respirando, respirando. Se quiser, pode ainda repetir baixinho esta ordem: Relaxe, relaxe, relaxe... Quando sentir que a música o envolveu e que você já saiu, de fato, daquela agitação inicial, então podemos dizer: seu cérebro foi inicializado. Somente agora você está pronto para começar os estudos!


A técnica aqui apresentada é de origem científica. É inacreditável como algo tão simples poderá revolucionar positivamente o seu aprendizado! Após este relaxamento, diz o Dr. Lozanov, você será capaz de alcançar níveis de concentração de 95% ou mais.

3º Erro) Ele se esqueceu de preparar a mesa de estudos!

Suponhamos que naquela noite o nosso amigo resolveu estudar o Direito Constitucional. Para tanto, começou a leitura com apenas um livro sobre a mesa. Ocorre que ele possui três bons livros desta disciplina, além de uma boa apostila e da própria Constituição Federal.

Ora, ninguém vai à guerra sem levar todas as armas! Embora você julgue que só vai precisar de um livro, ponha todos eles (daquela disciplina) sobre a mesa. É bem possível que resolva complementar sua leitura com algum outro autor. E se não o encontrar ali, à sua frente, isso implicará interrupção! Um prejuízo de, no mínimo, quinze minutos, até que seu cérebro volte a atingir o mesmo estado de concentração de antes.

O mesmo ocorre com quem esquece de pôr uma jarra de água bem próximo. É só começar o estudo e é uma sede desgraçada! Sem água por perto, a interrupção é certa. E interrupção, já sabemos, é inimiga mortal da concentração!

4º Erro) Ele se esqueceu de fazer os resumos de estudo!

Nós vimos que aquele rapaz apenas lia. O estudo que consiste da mera leitura não é propício a uma boa memorização. Comprovadamente, já se sabe da existência da seguinte escala: quem lê e sublinha as frases cruciais do texto memoriza mais que aquele que apenas lê; quem lê e sublinha com marcadores coloridos memoriza mais que quem apenas lê e sublinha de uma cor só; quem lê, sublinha colorido e faz um resumo da essência do que leu memoriza mais que todos os outros!

E a memorização tanto se prolongará mais pelo tempo – e isso é deveras desejável – quanto mais forem criativos aqueles resumos! Usar fichas é muitíssimo interessante! Mas pode ser com folhas de caderno também. Não vamos complicar! Convém apenas que eles, os resumos, sejam bastante coloridos, cheios de símbolos e abreviaturas. Nada de frases compridas. Nada muito linear. Circule as palavras. Puxe setas ligando uma idéia à outra.

E o que é muito importante: não encha demais a sua ficha, ou a sua folha de caderno. Uma ficha-resumo (ou folha-resumo) é como um telegrama. Ninguém vai dizer: Mamãe, finalmente, após todos esses meses, eu irei visitá-la. Vou tomar o trem das onze e só devo chegar aí amanhã, de manhãzinha cedo, no crepúsculo matutino. Nada disso! Você dirá apenas: Mãe, tomo café amanhã aí. Pronto! Resumo prolixo não é resumo!

E resumo bem feito é sinônimo de boa memorização!

5º Erro) Ele se esqueceu de cronometrar o tempo!

Vocês repararam que o sujeito estudou três horas, ininterruptamente! Cometeu um crime contra seu cérebro! O estudo correto precisa ser, necessariamente, intercalado. Como funciona? Assim: você chegou para estudar, e já cumpriu a sessão de relaxamento que aprendemos há pouco. No instante em que você vai começar o estudo, verifique que horas são e marque o tempo. Não é conveniente que seu estudo se prolongue por mais de cinqüenta minutos ou uma hora.

Se você estiver atento, perceberá que seu rendimento sofrerá uma queda, após aquela primeira hora de estudo. A leitura não continuará fluindo, como estava até então. O que terá havido? O motor esquentou! Só isso! E a solução é simples e única: é preciso fazer um intervalo.

Cuidado: esta parada não pode se estender por mais de quinze minutos. Muita gente divide a hora em 50 minutos para o estudo e 10 para o intervalo. Pode ser feito!
Agora o mais importante de tudo: naqueles minutos de intervalo, você precisa se retirar do local do estudo. Se for um quarto, saia dele e feche a porta! É crucial que você abandone o ambiente em que estava estudando. Somente assim, mandará ao cérebro a mensagem de que ele já pode descansar um pouco, e se refazer. Essa técnica é absolutamente essencial para uma boa memorização dos conteúdos!

6º Erro) Ele se esqueceu de fazer a caminhada!

Vimos que o infeliz rapaz tem uma vida por demais atarefada. É só trabalho, estresse, aborrecimentos. Ora, como se pode esperar que uma pessoa assim consiga ter um estudo prodigioso? Não se pode esperar um bom rendimento intelectual, se o indivíduo se sente mal fisicamente.

Ademais, o cérebro humano – e todas as nossas células – são movidas a oxigênio! É preciso oxigenar o cérebro, para dar-lhe boas condições de trabalho!
Um senhor de memória prodigiosa, digo, de memória muito bem treinada, chamado Dominic O’Brien, várias vezes campeão mundial de memorização, revela que fazia sempre uma corrida de dez quilômetros, na véspera destas grandes competições que participava. Ele mesmo também confessa que, antes de começar a treinar sua memória, era incapaz de memorizar até um número de telefone!
Estudos recentes mostraram que uma simples caminhada de quarenta minutos, durante três vezes na semana, pode aumentar em até 15% a capacidade de aprendizado nos estudos.

Quem faz caminhada, ou qualquer outro exercício aeróbico, está contribuindo com sua atividade de memorização, muito além do que possa imaginar!

7º Erro) Ele se esqueceu de programar as revisões!

O último erro é sempre o mais difícil de ser detectado. Perceberam que o livro de Direito, lá em cima, foi escolhido aleatoriamente. Se a matéria do estudo foi escolhida de forma aleatória, isso demonstra que não existe uma programação! Não existe um planejamento! E quem não programa os estudos não pode também, conseqüentemente, programar as necessárias revisões!

O amigo Leitor acaso lembra como se desenvolve o binômio (a+b)^2? Lembra? Assim: (a+b)^2=a^2+2ab+b^2. O nome disso é produto notável. Um assunto normalmente estudado lá pelos idos da sétima série. E como se explica que você, após todos esses anos, ainda se lembre disso? Muito simples: em sua vida estudantil, você repetiu este desenvolvimento dezenas de vezes. Talvez centenas. Houve um dado momento, entre todas essas incontáveis repetições, em que seu cérebro, se falasse, teria dito assim: É... parece que esse tal de produto notável é mesmo importante! Toda hora eu preciso estar procurando ele aqui no armário. Melhor eu colocá-lo logo em um lugar bem visível, para não ter trabalho e nem perder tempo procurando da próxima vez!

É exatamente assim que funciona! Se você fizer revisões programadas, estará informando ao seu cérebro – e à sua memória – que aquele assunto é de suma importância. E que precisa ser muito bem guardado, e em lugar de destaque!


Quem revisa os seus resumos com freqüência está se mostrando grande amigo da sua própria memória!

É isso! Muito ainda havia a ser escrito acerca deste tema, por ser inesgotável. Todavia, faço votos que esse breve texto possa ajudá-lo a evitar alguns descaminhos, e a encontrar soluções que o conduzam ao sucesso nos concursos, e na vida! Boa sorte!

*Sérgio Carvalho*

fonte: euvoupassar.com.br 

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Aumentando a concentração - 3/4

Esse é mais um conjunto de técnicas para aumentar a concentração. Ao contrário das técnicas anteriores, essas foram extraídas de um site espiritualista. Apesar de serem técnicas provenientes de práticas religiosas, sua eficácia realmente é provada cientificamente. Espero que gostem! "A concentração é a capacidade de abstrair-se num ponto, focar um alvo e mantê-lo pelo tempo que desejar. Por isso é uma tarefa muito difícil que exige muito controle mental.
Ao tentar a concentração vai notar que não conseguirá por muito tempo, pois divagará noutros pensamentos, que invadirão sua mente, sem serem convidados. A mente discursiva, tagarela não para nunca de produzir formas-pensamento.


DICA 01:
1 - Mentalmente inicie uma contagem 1 até 10 da seguinte  forma,  Sempre casando dois números extremos:  

1 e 10; 2 e 9;  3 e 8;  4 e 7;  5 e 6; 6 e 5; 7 e  4; 8 e 3; 9 e 2 e finalmente 10 e 1.
   

Depois aumente a seqüência 1 até 20 e procure fazer chegar de 1 até 100.


2 - Mentalmente faça o mesmo só que com letras A-Z, B-X, C-V. Com nomes conhecidos por exemplo: BRASIL = B-L; R-I; A-S. Nome cuja soma seja impar sobrará a letra do meio, tente descobri-la antes de começar.

3 - Concentre-se no tic-tac de um relógio e aos poucos aumente o som de alguma música até ficar bem alto e tente continuar escutando o som do relógio.

Existem outras técnicas também mas esse texto ficaria muito longo... Uma outro dica é tentar fazer algumas posições com o corpo que exijam equilíbrio, isso irá estimular a sua concentração.



DICA 2:

Que tal também tentar uma outra maneira bem tranquila e relaxada para iniciar? Apenas sente-se confortavelmente, e não faça nada. Isso mesmo. Nada. Não focalize o pensamento em lugar algum ou em coisa alguma. Apenas sente-se e permita-se ficar alí. Fiquei como observadora de você mesma, apenas observe-se. Por incrível que pareça pode ser bem difícil no início. Comece com uns 5 minutinhos.
É a ação na não-ação budista, aonde não se apega a um objetivo para enfim alcança-lo.

DICA 3:


Um dos melhores exercícios para mim é ficar sentado no escuro olhando para uma vela acesa durante mais ou menos um minuto. Depois você fecha os olhos e a imagem da vela vai estar na sua mente, tente se concentrar nesta imagem e não deixar ela sumir. Funciona comigo e é bastante relaxante, chega-se muito perto do que deva ser a meditação.
   

DICA 4:

MANTRA!!!
Repetir canções como os indianos que ficam repetindo o Mantra "Om Namah Shivaya", de preferência cantado e em uma "raga" (melodia) bem suave. O som de tambura também ajuda. Bons CDs de Mantra não são difíceis de encontrar, mas se você puder eu sugiro os de Siddha Yoga - visite um  centro de meditação Siddha Yoga.

DICA 5:

Sente-se com a coluna ereta e preste atenção no entrar e sair do ar das narinas, ou no movimento do abdômen durante a respiração. Se facilitar conte cada inspiração e expiração até 10. Se você se distrair, volte para o um. E não desanime, a gente é distraído mesmo.



DICA 6:

Encostar a ponta da língua no céu da boca...
Sentar na posição de lótus.

DICA 7:

As dicas acima são para melhorar a concentração, após passado essa etapa, todas as dicas abaixo são para a prática direta da concentração. Tente encontrar uma na qual melhor se adapte e que você terá mais facilidade:

Símbolos ou objetos: nesse tipo de concentração, fica mais fácil começar imaginando algum símbolo ou objeto simples que nao contenham muitos detalhes, quanto mais detalhes maior terá que ser a sua concentração. Ex: o símbolo do ôm, a chama de uma vela, um sol, uma lua, círculo, triângulo, etc.

Mantras e sons: nesse tipo você pode se concentrar num mantra ou em um som fica mais fácil se esse som for continuo ou repetitivo sem melodias assim você satura a mente e ela entra em meditação

Som Interiores: Uma outra técnica é prestar atenção nos ruidos internos do seu corpo, isso é bem legal com o tempo você percebe que lá dentro existe uma verdadeira orquestra sinfonica.

Exemplo: Zumbido no ouvido, respiração, batidas do coração, sangue circulando, sons estomacais.

RESPIRAÇÃO: Uma das melhores técnicas para prender a atenção é ouvir o pulmão trabalhando (encher e esvaziar)

Todos os dias surgem novas técnicas de "meditação", prometendo relaxamento, paz interior etc.

É meditação da flor de Lótus, meditação do globo azul, meditação da luz dourada e etc.
   

Porém, o professor de Yoga explica que não é nada disso e as pessoas fazem uma tremenda confusão. "Isto que é chamado de 'tipos de meditação', são, na realidade, a preparação à meditação -o chamado dharana , que é o estado de "concentração" (Dharana é o sexto estágio do Raja Yoga).

É importante ressaltar que todas estas técnicas são importantes, pois sem a concentração é impossível chegar ao estado de meditação.

A concentração ou dharana é um exercício da mente para focá-la num único objeto, para que a pessoa possa abstrair-se e não pensar mais, só observar.

- TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO 01:
Retenção da imagem: Relaxe, acalme sua mente, e olhe para uma vela ou lâmpada. Coloque essa luz a sua frente, a alguns pés de distância, e observe-a fixamente durante um minuto ou dois. Feche os olhos e concentre-se na pós-imagem que isso gerará atrás de suas pálpebras fechadas. Tente e mantenha a visão dela durante o maior tempo possível. Use a percepção da respiração para manter a mente limpa, enquanto faz isso. Tente e faça a imagem crescer, ao invés de desaparecer.

 - TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO 02:
Fitar um ponto: Escolha um ponto na parede e olhe para ele. Não focalize-o, apenas olhe para ele gentilmente. Limpe sua mente de todos os pensamentos e mantenha-a forçosamente vazia. Concentre-se muito, na percepção da respiração enquanto estiver fazendo isso. Quando sentir um pensamento surgindo, livre-se dele, não deixe-o terminar! Mantenha isso durante quanto tempo conseguir. Faça isso diversas vezes ao dia, ou mais se puder.



Fonte: http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/tec01.htm

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domingo, 5 de setembro de 2010

Aumentando a concentração - 2/4


Espero que tenham gostado das primeiras dicas sobre como aumentar a concentração. Nesse momento, trabalharemos com alguns exercícios para a concentração. Ainda que poucas pessoas conheçam esses exercícios, muitas já passaram por algum treinamento desse tipo. Por exemplo, pela necessidade, algumas pessoas acabam desenvolvendo a habilidade em trabalhar ou estudar em ambientes extremamente aversivos como uma casa ou escritório barulhentos. É claro que, sempre que possível, é importante controlar o ambiente externo que rodeia seu local de trabalho ou estudo. No entanto, muitas vezes, isso se torna impossível. Assim, esses exercícios servirão como uma possibilidade de treinar sua concentração para níveis nunca antes alcançados.


Antes de explicar os exercícios propriamente ditos, é necessário que algumas orientações lhe sejam passadas.

a) Escolha um local adequado. Escolha um local onde você possa realizar os exercícios, sem qualquer distração – sem telefones, sem pessoas, pouco barulho, etc. Ainda que os exercícios melhorem sua habilidade em lidar com todas as distrações do ambiente externo, não é bom que elas existam durante o treinamento.

b) Sente-se em uma cadeira, da maneira mais relaxada o possível. Ainda que sentar cruzando as pernas seja muito comum, essa não é a posição mais adequada. Nota importante: o mais relaxado o possível não é o mesmo que assentar-se como se estivesse deitado na cadeira. Mantenha-se relaxado ao máximo, mas sem atrapalhar sua postura, mantendo as pernas e seu tronco em um ângulo de aproximadamente 90 graus.

c) Utilize um despertador. Os exercícios terão duração entre de cinco minutos. Desse modo, coloque o despertador para despertar após esse tempo. Lembre-se de manter esse despertador virado de costas para você: ficar olhando as horas constantemente poderá prejudicar bastante seu exercício.

d) Anote suas distrações. Será preciso que você esteja sentado à uma mesa, para fazer a anotação de suas distrações durante o exercício. Sempre que você identificar algum pensamento que não seja pertinente ao exercício, anote um tracinho para representar essa distração. Por exemplo, suponha que o exercício é pensar em uma bolsa. Nesse caso, o pensamento: “Essa bolsa é bonita. Oras, vou comprar uma para minha mãe.”, é um pensamento de distração. Veja a seguir um exemplo de alguém que anotou 33 distrações ao longo do exercício.





e) Gráfico. Após realizar o exercício, utilize o gráfico para avaliar seu desempenho. O eixo Y (vertical) representa seu número de distrações. O eixo X (horizontal), representa o número da prática (1 para a primeira, 2 para a segunda, e assim por diante).



f)Práticas. Ao final de cada exercício, você encontrará diversos quadrinhos em branco. Após realizar o exercício, faça um X em um desses quadrinhos. Os exercícios não precisam necessariamente ser executados na ordem sugerida por nós. Assim, ao colocar um X nesses quadrinhos, você poderá controlar o número de vezes que realizou cada exercício. Cada um dos exercícios controla um tipo de concentração. Desse modo, procure realizar todos os exercícios um número equilibrado de vezes – mesmo que você prefira alguns em vez de outros.


g)    Regularidade. Procure não realizar muitos exercícios de concentração de uma vez. Ainda que não exista qualquer contra-indicação pra esses exercícios, fazer um número excessivo deles por dia poderá desanimá-lo em pouco tempo. Em vez disso, procure manter a regularidade, fazendo 2 ou três por semana.

h) Canais sensoriais. Exercitaremos cada um de nossos canais sensoriais (visão, audição, tato...). Nessa primeira postagem, ensinarei como exercitar seu canal visual.

CANAL VISUAL

Escolha algum objeto em que você irá concentrar-se: pode ser a chama de uma vela, uma rosa, uma caneta, um relógio ou qualquer outro objeto que você deseje. As únicas condições para a escolha do objeto são:

a)    O objeto deve estar no mesmo nível de seus olhos. Essa á uma maneira de você não forçar a coluna durante o exercício.

b)    O objeto deve ter um tamanho adequado – não pode ser pequeno demais como uma formiguinha ou enorme demais como uma parede ou porta. A idéia e focar-se em apenas um objeto: objetos muito pequenos não possuem muitos detalhes e objetos muito grandes são difíceis de serem observados de uma só vez.


Não se esqueça de, após cada distração, interromper o exercício e fazer um tracinho correspondente aquela distração. Ao final, não se esqueça de fazer um X nos quadros de práticas diárias!!


Espero que tenham gostado! Na próxima postagens, ensinarei como exercitar outros canais sensoriais. Fique ligado!!

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sábado, 4 de setembro de 2010

Aumentando a concentração - 1/4

 SÓ MAIS 5 MINUTOS

Essa é a primeira de uma série de técnicas para aumentar a concentração. Se você está no meio de uma tarefa e prestes a desistir, engane sua mente e proponha “vou fazer apenas mais cinco e vou parar para fazer aquilo que quero”. Podem ser mais cinco páginas de leitura, mais cinco exercícios a serem resolvidos, mais cinco pratos a serem lavados, não importa. Após terminar aqueles cinco itens que você havia combinado em fazer, faça um outro acordo, combinando em fazer apenas os próximo cinco.
É uma maneira de utilizar o gradiente de meta como estratégia para aumentar seu foco. Após utilizar essa técnica um ou duas vezes seguidas, a sua concentração vai normalmente voltar, sem que você precise utilizar esse artifício novamente.

SÓ MAIS 10 MINUTOS

Essa é uma variação da técnica de “apenas mais cinco”. No entanto, ela é baseada no tempo e não na quantidade de tarefas executadas. Por exemplo, suponha que você precisa estudar direito civil hoje em determinada hora do dia agendada. Caso você tenha preguiça e hesite em estudar, combine consigo mesmo: “vou estudar apenas 10 minutinhos.” Depois, volto a descansar. Geralmente, a dificuldade em executar tarefas e concentrar-se se baseia simplesmente em começar. Após iniciado os 10 minutos, você fatalmente ficará muito mais tempo executando a tarefa.

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