quinta-feira, 14 de julho de 2011
A técnica do objeto inesquecível
Como sabem, antes de me tornar o homem-memória, era comum que eu me esquecesse das coisas. Atualmente, sei que muitos desses esquecimentos não eram falhas específicas da minha capacidade de memória e sim, problemas de distração.
Uma distração recorrente ocorria quando ia buscar algum objeto ou documento na casa de alguém. Frequentemente, eu voltava sem trazer o objeto que motivou minha ida até lá. Por exemplo, suponha que fui à casa de alguma de minhas tias buscar um antigo álbum de fotografias da família.Ao chegar lá, aperto a campainha e, após ser atendido, explico o motivo de minha visita “Tudo bem tia? Vim para buscar o álbum de fotografias”. Em seguida, ela me diz para esperar um pouco. Após buscar e me entregar o álbum, ela pergunta: “Você não quer entrar para tomar um café?” Aceito o convite e entro em sua casa carregando o álbum. Para lanchar, deixo o álbum sobre a mesa da sala e me dirijo à cozinha. Enquanto lanchamos, ela menciona que também preciso levar alguns livros para a casa de minha mãe. Após lancharmos, ela me traz os tais livros. Em seguida, pego os livros, me despeço e me dirijo a saída de sua casa. Provavelmente, só me lembraria do álbum de fotografias ao entrar em minha casa e me deparar com algum gatilho de memória que evocasse tal lembrança.
Oras, fui até a casa da minha tia para buscar um álbum de fotografias e volto sem ele. Ao contrário do que se pode imaginar, isso não é uma falha de memória. O esquecimento foi motivado por duas causas distintas:
• Multi-tarefa. Ao realizarmos várias coisas ao mesmo tempo, aumentam as chances de nos esquecermos de algo devido aos pecados de distração ou transitoriedade.
• Interrupção. Ao sermos interrompidos enquanto executamos alguma tarefa, aumentam-se as chances de nos esquecermos. Você provavelmente já se esqueceu do que iria dizer quando algum amigo o interrompeu. Outro exemplo de interrupção acontece quando nos dirigimos a algum cômodo de nossa casa para buscar algum objeto e, enquanto nos dirigimos até lá, o telefone toca. Após atendermos ao telefone, nos esquecemos completamente do que estávamos fazendo.
Elegendo o objeto inesquecível
A técnica é bastante simples: eleja um objeto inesquecível. Esse objeto é especial: ele possui características que não permitem que você se esqueça dele. Em seguida, coloque todos os objetos que não podem ser esquecidos ao lado dele. Voltemos ao exemplo acima, do álbum de fotografias. Eu poderia ter eleito como objeto inesquecível as chaves do meu carro. Ao sair da casa da minha tia, eu inevitavelmente buscaria as chaves do carro. Ao me deparar com as chaves, veria o álbum e o buscaria.
Quando eu não possuía uma memória brilhante, eu sempre me esquecia de buscar alguma roupa ou até mesmo o celular no meu escaninho do vestiário. O motivo do esquecimento é claro: a utilização do escaninho não é diária. Desse modo, os pecados de transitoriedade e distração possuem mais chance de ocorrerem. Atualmente, utilizo essa técnica quando vou à academia e preciso guardar alguma coisa no meu escaninho. Ao colocar algum objeto no armário, eu sempre coloco algum objeto inesquecível: as chaves do carro ou de casa. Assim, ao sair da academia, me lembro de buscar as chaves e, consequentemente, acabo me lembrando de buscar tudo o que deixei em meu armário.
Lembre-se: até mesmo o campeão de memória utiliza de estratégias externas de lembrança.
Cuidado com os pacotes!
Ainda me lembro dos problemas que já tive ao lidar com muitos pacotes. Frequentemente, me esquecia de algum deles sobre algum balcão. A dica é simples: jamais separe esses pacotes. Caso precise colocar algum deles sobre algum balcão, coloque todos de uma vez. Caso você não os separe, maiores são as chances de que você consiga se lembrar de onde os deixou. Se possível, utilize a técnica do objeto inesquecível.
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2 comentários:
Muito bom esse post da técnica do objeto inesquecível. Geralmente, agrupo todos os objetos que preciso levar próximos à carteira(chaves, celular, etc). Mas, já esqueci a carteira uma vez, por causa de pressa e das distrações.
Eu vivo esquecendo tudo, agora mesmo esqueci o celular em casa. Vou utilizar as dicas.
Você virá ao Rio dar algum curso ou palestra?Gostaria de participar.
Um abraço
Lú Voigt
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