quinta-feira, 26 de junho de 2008

O poder da recompensa

Lembra-se do caso do alcoólatra? Ele conseguiu chegar em casa certa noite sem parar em nenhum bar. No entanto, depois de ultrapassar o último obstáculo e entrar em casa, ele voltou ao último bar para tomar uma “pinguinha”.
Ele achou que merecia uma recompensa por haver comprido fielmente o que se propusera a fazer.
É óbvio que se trata de uma piada – mas contém a essência de um dos maiores segredos da arte de usar a memória com eficiência: a recompensa.
De todos os artifícios para melhorar a memória, a recompensa é o menos conhecido. No entanto, sua importância é tão grande que pode representar a diferença entre a vitória e a derrota.

Reforço positivo

Reforço, ou reforçador, na psicologia comportamental, é a conseqüência de um comportamento que mostra-se capaz de alterar a freqüência deste comportamento, tornando-o mais provável. Reforços são estímulos que incentivam um determinado comportamento, em oposição à punição.
Os reforços são divididos em dois tipos: reforço positivo e reforço negativo. Um reforço positivo aumenta a probabilidade de um comportamento pela presença (positividade) de uma recompensa (estímulo). Um reforço negativo também aumenta a probabilidade de um comportamento pela a ausência (retirada) de um estímulo aversivo (que cause desprazer) após o organismo apresentar o comportamento pretendido.

O que difere um reforço positivo de um reforço negativo é que o primeiro consiste em inserir um estímulo reforçador no ambiente e o segundo consiste retirar um estímulo aversivo. Por exemplo, o comportamento de estudar bastante é reforçado pelo estímulo reforçador de se receber uma boa nota, de modo que a boa nota é um reforço positivo. Por outro lado, desligar o telefone durante uma conversa desagradável retirará do ambiente um estímulo aversivo, que é a conversa, e modo que desligar o telefone é um reforço negativo.

Desse modo, as recompensas são prêmios com os quais nos presenteamos sempre que realizamos alguma tarefa a que nos propusemos fazer. Ao contrário do que se pode imaginar, recompensar-se não é necessariamente algo dispendioso. A recompensa utilizada deve ser algo simples e comum, que se não fosse usado como recompensa poderia até tornar-se uma fonte de distração, atrapalhando assim o aprendizado.


Nesse momento, pense por um instante na sua última sessão de estudos. Quero que responda às seguintes perguntas:

1) Em sua última sessão de estudos, você completou suas metas sem interrupções?

2) Você interrompeu seus estudos por um momento para fazer algum lanche?

3) Você largou seu livro por um momento para acender um cigarro?

4) Você parou de estudar para dar um telefonema para alguém que pretendia chamar durante o dia?

5) Você interrompeu seus estudos para ligar a tevê ou o rádio para ver sua novela favorita ou para ouvir seu CD favorito durante alguns minutos?

6) Você deixou seu material de lado para poder jogar algumas partidas no seu videogame?

Vá apanhar um lápis e escreva sim ou não depois de cada uma dessas perguntas.

Suas distrações

Quais foram as suas respostas? Elas são importantes, pois se o seu progresso está sendo prejudicado pelas distrações e essas distrações podem ser transformadas em reforçadores positivos (princípio da recompensa).

Se você respondeu “sim” a qualquer das perguntas de 2 a 6, sublinhe a lápis essa pergunta ou perguntas. Desse modo, sua distração ficará bem destacada. Foi justamente essa distração que prejudicou seu esforço em sua última sessão de estudos.

Será possível evitar todas essas distrações? Mais importante do que isso: poderá usá-las para recompensar a você mesmo? A resposta a essas duas perguntas é o segredo não apenas para obter uma super-memória, mas também para ser bem sucedido em tudo que se proponha fazer.

Pagando a recompensa

Creio que não haja dúvidas sobre o quanto as distrações são prejudiciais aos seus estudos. Como dito anteriormente, a memória funciona com gatilhos (códigos de memória), que criam uma verdadeira reação em cadeia, até que o assunto a ser evocado surja em sua mente. Ao distrair-se, a reação em cadeia é interrompida, fazendo com que o processo de memorização volte mais uma vez ao início. Desse modo, como transformar essa distração em algo positivo?

Utilize a própria distração – o telefonema, a televisão, o videogame – como sua recompensa quando você houver terminado o que se propôs a fazer. Em outras palavras, não ligue a tevê, não pare para comer chocolates, não telefone para alguém, até que haja terminado sua tarefa. Ao interromper seus estudos para fazer qualquer uma dessas atividades, você compromete seriamente sua sessão de estudos. No entanto, ao tomar o seu cafezinho ou assistir a televisão apenas ao final de cada estudo, essas recompensas se tornam reforçadores positivos, reforçando o comportamento em estudar. Nesse caso, a influência perturbadora dessas distrações é utilizada exatamente do modo contrário, em favor da memória.

No entanto, lembre-se de não deixar que a recompensa venha a se constituir uma fonte de distração. Suponha que você precise ler dois capítulos de um livro qualquer para fazer alguma prova. Recompensar-se com um passeio ao shopping, após ter lido apenas um dos capítulos a que você se propôs a ler, transforma a recompensa em uma forte distração. Nesse caso, você poderia recompensar-se após a leitura do primeiro capítulo com algo que não o tirasse do ambiente de estudos, como por exemplo, tomar um cafezinho.

Ir ao cinema, assistir televisão ou praticar outra atividade qualquer que o afaste completamente do que está fazendo, é uma distração que frustrará totalmente todos seus esforços para aumentar a eficiência de seus estudos. Utilize esse tipo de recompensas apenas ao final de sua sessão de estudos.

Não adie a recompensa

Na psicologia comportamental, chamamos de extinção ao fim de qualquer resposta condicionada, devido à ausência do estímulo não condicionado. Em outras palavras: o fim da recompensa pode diminuir ou até mesmo extinguir o comportamento condicionado anteriormente – estudar. Desse modo, você não deve decidir que a recompensa a que fez jus por haver terminado a tarefa pode ficar para mais tarde. Se, por exemplo, quer tomar um cafezinho depois de ler algum capítulo de seu livro, faça-o assim que houver terminado de ler e absorver o capítulo. Adiar uma recompensa é um meio seguro de diminuir, anular a sua eficácia.

Assim, o melhor meio de tornar sua meta mais interessante é tomar a recompensa imediatamente após haver atingido a meta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, sempre dou uma passadinha aqui para aprender mais, estou usando a técnica da reminiscência no seu blog..hehe. Mas o certo seria cumprimento!A minha memória disse que comprimento é tamanho.É só você associar os dois "o" da palavra a duas rodas de carro, roda me faz lembrar do tamanho. Diferentes aros, hehe. Mas o que vale é a intenção. Li o texto todo, parabéns! Que Deus abençoe a sua vida!

Anônimo disse...

alimentação sprinttotal aines conquistado matraca criciúma delineado antt concordou expedição

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