terça-feira, 20 de março de 2007

O que é a memória?

Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a memória, é preciso esclarecer uma coisa: o que é a memória? A memória é uma função “inteligente”. Permite que seres humanos e animais se beneficiem da experiência passada para resolver problemas apresentados pelo meio. Proporciona aos seres vivos diversas aptidões, desde o simples reflexo condicionado até a lembrança de episódios pessoais, e a utilização de regras para a antecipação de eventos.

A memória é normalmente entendida como uma fita de vídeo, como se todas nossas experiências estivessem gravadas para sempre. No entanto, lembrar implica num processo ativo de reconstrução e não se assemelha a assistir a uma fita de vídeo do passado. De acordo com nosso interesse e envolvimento emocional, nossas memórias são continuamente modificadas, selecionadas, torcidas, construídas, reconstruídas e destruídas.

Alguns pesquisadores costumam falar sobre “códigos de memória” em vez de “memórias“, porque dessa forma nos lembramos que a memória não é uma reprodução da realidade, e sim uma criação humana. Os “códigos de memória” não se diferenciam apenas no seu conteúdo. Apesar de concordarmos sobre o que seria um cachorro, a palavra “cachorro” evocará memórias diferentes em cada um de nos. Essas memórias se diferenciam pelo conteúdo (conhecemos cachorros diferentes em toda nossa vida) e pela nossa relação pregressa com o animal (pessoas que já sofreram ataques caninos certamente evocarão memórias negativas ao ouvir a palavra “cachorro”). Suponha que você precise devolver um livro para um amigo chamado Rodrigo na UFMG, no dia 26 de setembro de 2007, uma quarta−feira. Abaixo se encontra um exemplo dos códigos de memória envolvidos nessa intenção.











O que fará você se lembrar de devolver o livro? Acordar pela manhã e verificar no calendário o dia do mês (26 de setembro) podem lhe lembrar de devolver o livro. Você pode se lembrar de devolver o livro ao avistar a entrada da UFMG. Encontrar alguém com o mesmo nome de seu amigo (Rodrigo), também pode lhe remeter ao empréstimo. Avistar seu amigo é uma outra forma forma de se lembrar do livro emprestado − apesar de provavelmente não ser de muita valia, caso você não tenha se lembrado de trazer o livro consigo. Perceba que alguns códigos de memória são mais fortes que outros. Dessa forma, treinar sua memória é basicamente a criação de códigos de memória poderosos.


Ao longo do ano, aprenderemos a criar cada dia códigos de memória mais poderosos! Preparados?

2 comentários:

Luca disse...

Vi seu tópico na comunidade de desafios de lógica no orkut, e fiquei curioso quanto ao conteúdo do blog. Admito que fiquei interessado, já até adicionei esse endereço nos favoritos do meu blog ;]
Espero conseguir aprimorar minha memória com esse "curso" ao longo do ano ^^

Unknown disse...

estava vendo um programa na tv e vir este livro axei muito interessante so pelo caso que eu sou muito esquecida !!!!

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