quarta-feira, 21 de março de 2007

A arte da memória

Os gregos admiravam tanto a memória que criaram uma deusa em sua homenagem: Mnemosyne. É de seu nome que é derivada a palavra mnemônica, utilizada para descrever técnicas de memória como as que você vai aprender ao longo de nosso curso.

No tempo dos gregos e romanos, essas técnicas eram amplamente utilizadas por políticos e advogados. Esses profissionais eram olhados com desprezo se não conseguissem memorizar os longos discursos que faziam com freqüência; para eles era importante descrever os complexos meandros de uma argumentação e emocionar a audiência.

A arte da memória foi documentada pela primeira vez por Cícero em seu livro De oratore, em que ele institui a memória como uma das cinco partes da retórica. Cícero inicia nos conta a seguinte história:

Em um banquete oferecido na Tessália por um nobre de nome Scopas, o poeta Simônides de Ceos cantou um poema em homenagem ao anfitrião, incluindo no entanto uma passagem dedicada a Castor e Pollux. Após o ato, Scopas avisou o poeta de que lhe pagaria apenas metade da soma acordada relativamente ao canto do panegírico, e o resto ele o deveria pedir aos deuses gémeos a quem ele dedicara metade do seu poema. Pouco depois, chegou um recado a Simônides que lhe indicava estarem dois jovens à sua espera fora do edifício. Levantou-se, saiu, mas não conseguiu encontrar ninguém. Durante a sua ausência, o telhado do edifício ruiu, esmagando Scopas e todos os seus convidados. Os cadáveres ficaram tão mutilados e desfeitos que os familiares foram incapazes de os reconhecer. No entanto, Simônides lembrava-se dos lugares em que cada um estava sentado à mesa, e assim conseguiu indicar aos familiares, quais os seus mortos. A chamada dos jovens invisíveis, Castor e Pollux, tinha graciosamente pago a sua dívida ao poeta pelo panegírico, fazendo-o evitar a morte. Esta teria sido a experiência que sugeriu ao poeta os princípios da arte mnemônica, do qual se diz ter sido Cícero o inventor.


Muito antes das atuais descobertas acerca do funcionamento dos lados direito e esquerdo do cérebro, os gregos intuitivamente descobriram que existem dois princípios básicos para uma memória poderosa:

imaginação

associação


Independente da técnica mnemonica utilizada, esses dois recursos serão sempre utilizados. Aos poucos iremos explicar mais sobre isso. Infelizmente estou atrasado para a aula de tango!! hehe

Abraços!

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