Mentalismo
é uma arte em que seus praticantes, conhecidos como mentalistas, parecem
demonstrar habilidades mentais. Essas habilidades costumam incluir
demonstrações de memória excepcional, cálculos mentais, além de supostos
poderes psíquicos como telepatia, clarividência, adivinhação, precognição,
psicocinese, controle da mente, dentre outros. Alguns mentalistas famosos
costumam incluir números de hipnose de palco em seus shows.
Minha primeira apresentação pública
de mentalismo ocorreu em 2006, no programa Caldeirão do Huck. Na ocasião,
realizei dois números de mentalismo:
- A apresentação de uma Revista “Quem” completamente memorizada. Estando vendado, era capaz de relatar o conteúdo de qualquer página da revista, bastando que me fosse dito o número da página desejada.
- A demonstração do calendário gregoriano completamente memorizado. Nesse numero, eu indicava rapidamente o dia da semana de qualquer data entre 1753 e 2099
Com
o passar dos anos, continuei a realizar apresentações públicas envolvendo minha
memória excepcional: memorização da sequência de cartas de baralho, longas
sequências de dígitos, nomes e rostos de pessoas, dentre outros números.
Há alguns meses, passei a estudar outras habilidades de mentalismo, como telepatia, adivinhação e precognição. Obviamente, assim como Patrick Jane, também sou uma farsa e convido todos vocês a entenderem melhor como tudo isso funciona.
A seguir, aprenda um pouco sobre o conceito de desorientação (misdirection), muito utilizado em números de ilusionismo e mentalismo.
Desorientação (misdirection)
A desorientação física é uma ferramenta bem conhecida pelo ilusionista: ele aponta para um objeto com o objetivo de desviar a atenção do público da área onde o truque realmente acontece.
Um estudo recente realizado pelo Dr. Gustav Kuhn e colaboradores, da
Universidade de York, examinou os mecanismos de desorientação por trás do
“truque da bola que desaparece”. Nesse simples número de mágica, o ilusionista
lança uma bola para o ar três vezes, mas na terceira vez ela supostamente
desaparece. Dr. Kuhn, que também estuda mágica e ilusionismo, é mostrado
demonstrando o truque no vídeo abaixo.
No terceiro arremesso da bolinha, o pesquisador a escondeu na palma da
sua mão. No entanto, ele ainda olha para cima na esperança de ver a bola em
voo. Para tornar o truque ainda mais verossímil, ao mostrar as mãos vazias, ele
também dobra o polegar da mão esquerda (que não esconde bola alguma).
O estudo do Dr. Kuhn descobriu que é o olhar para cima que tem papel fundamental
para que esse simples truque funcione ou não. Em seu experimento, cerca de dois
terços dos observadores disseram que viram a bola realmente se movendo para
cima quando o mágico olhou para cima. No entanto, ao realizar o mesmo truque
sem mudar a direção de seu olhar, apenas um terço dos entrevistados pensou ter
visto a bola se movendo para cima.
A desorientação psicológica é muito mais sutil e difícil de se
identificar. Nesse caso, o mágico cria a ilusão de que a plateia teria
descoberto o truque por trás de seu número de mágica. Após identificarem esse
suposto truque, a plateia se torna menos propensa a identificar o truque
verdadeiro. Assim, ao final do número, o ilusionista mostra que a suposta
solução encontrada jamais funcionaria.
Pesquisas sobre “resolução de problemas” indicam que, uma vez que temos
uma solução em mente, é muito difícil pensar em alternativas. Algo similar a
esse efeito é percebido quando estamos tentando lembrar o nome de um
determinado ator e ficamos com a resposta errada presa em nossa mente. Sabemos
que não é Kevin Costner, mas não conseguimos evocar o nome correto. Nesse caso,
a resposta errada (Kevin Costner) parece ficar presa em nossa mente, bloqueando
a resposta correta.
Gostaram? Na próxima postagem sobre mentalismo vamos abordar as ilusões cognitivas: como por que elas acontecem. Além disso, faremos vários testes para avaliar o poder das ilusões cognitivas em seu dia-a-dia! Fiquem ligados!
3 comentários:
Muito bacana!
Alberto eh o cara!
Alberto eh o cara!
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